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A cadeira rangia – de forma aguda – a cada movimento. O som começou a ser produzido há dois meses atrás e por um tempo Stiles se apagou a ideia de que a qualquer momento iria troca-la – uma vez que óleo já não era o suficiente – mas, agora, trocar ou jogar fora não faria tanta diferença assim. Uma vez que ele mesmo não passaria tanto tempo ali. E os dias que passaria seriam contados.
Stiles girava no próprio eixo. Movia os pés sobre o assoalho lentamente, fazendo com que as rodinhas da cadeira tremessem debilmente. Seus olhos percorriam de forma minuciosa os quatro cantos do cômodo. Pousando de folha em folha. Em cada rosto eternizado com os seus traços, após um momento de prazer. Alguns marcados com os números de vezes. Outros que ele nunca mais viu. Tantos que enchiam-lhe a mente de lembranças.
Há dias Stiles relutava – tentava reunir coragem – para guardar seus desenhos. Mas sempre deixava para depois. E protelava um pouco mais. A ideia era inicial era guarda-los antes de partir, mas como ainda possuía alguns dias para a data ficava enrolando.
O rapaz estava pensativo. Com a mente voando para as últimas semanas que teria. Que em seguida estaria na faculdade. Estava com um pouco de receio sim e mais distraído que o normal.
Foi em meio ao seu devaneio que seu celular começou a tocar. A melodia encheu o cômodo com o ritmo animado e luz o iluminou parcialmente. Stiles arrastou a cadeira até a cômoda onde ele vibrava. Quando segurou e leu o nome do contato hesitou. Era o seu enamorado.
— Ei Der. — Ele balbuciou. Um pouco animado. Não se falavam a dia.
“Está em casa?” Derek indagou. Havia um chiado do outro lado da linha que abafava a sua voz.
— Hã…. Estou. Mas…
Stiles se calou. Olhou para o celular e constatou que Derek havia encerrado a ligação.
— filho de um corno.
Praguejou o rapaz. Derek possuía aquela mania horrível de não esperar ele terminar de falar. Principalmente quando estava…
— Caralho.
Stiles balbuciou atônito. Se levantou num pulo – olhando em volta, se perguntando onde havia olhado – olhando em volta desesperado. Seus olhos se fixaram no velho relógio de parede. Ele correu até o objeto e pegou o desenho que estava pregado com uma tachinha embaixo dele. Stiles dobrou o rosto de Peter e o enfiou embaixo do colchão.
Foi naquele momento que ele escutou batidas no vidro da janela. Ao erguer os olhos se deparou com a silhueta de Derek em meio a penumbra. Stiles marchou até ele. Toda aquela imprudência sempre o irritou, embora lá no fundo gostasse das visitas do moreno. Principalmente quando o seu pai não estava por perto. Era o momento perfeito, como agora.
— Seu maluco. — Ele reclamou, destrancando o objeto. — Pela milésima vez: existem portas aqui.
Ele ajudou o Hale a entrar. E deixou a janela aberta – curtindo o friozinho da noite – enquanto de afastavam.
— Para não perder o hábito.
Derek esticou um sorriso torto, ajustando a regata em seu corpo. Enquanto Stiles o fitava com tédio. Ele se aproximou do castanho, segurou seu rosto. E olhando nos seus olhos o beijou, sendo retribuído de prontidão. Um beijo lento e casto, um roçar de lábios que eles facilmente poderiam fazer durar minutos a fio, que valia aos menos uns vinte que não davam durante semanas.
— Quando chegou? — Stiles indagou, devolvendo o abraço que recebia. — E porque não avisou que estava vindo?
Derek sorri secreto, beijando o canto dos lábios do Stilinski e a sua boca um pouquinho mais.
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A great painter
FanfictionStiles era um dos mais renomados pintores de Beacon Hills. Toda grande "obra" da cidade havia passado pelas suas mãos habilidosas. Seus traços eram sinuosos, delicados e ao mesmo tempo brutos. Seu pincel? Este era lendário...