A great painter

The impatient

"Ao lado do abajur estava aquele que não soube esperar."

A intenção de Stiles era chegar em casa o mais rápido possível. O sorvete que comprou não estava em uma situação muito favorável. Temia que os sabores se misturassem e isso acabasse ocasionando sua morte. Seu pai arrancaria seu coro com as próprias mãos. E faria tapete.

Ele pegou um atalho e acelerou. Mas sua distração e pressa passou assim que ele reconheceu a rua, lembrou-se de quem morava ne e do livro também.

Seis meses. Não é possível que ele ainda não o tenha lido. Stiles fez uma nota mental, decidido a voltar tão logo. Assim que deixasse as compras em casa.

Sua viajem não demorou tanto quanto ele imaginou. O atalho fizera o seu trabalho. Stiles adentrou a casa apressado, carregando o punhado de sacolas. Pressa essa que foi notada pelo seu pai, que assistia ao jornal local sentado em sua poltrona.

Stiles tratou de enfiar o pote de sorvete bem fundo no congelador. Aliviado por ele não ter descongelado e derretido tanto. Era menos uma bronca para a sua coleção.

O jovem girou nos calcanhares e se separou com o seu pai – que havia o seguido, curioso e com intenção – próximo a mesa.

— o senhor pode guardar?

— Comprou tudo?

John devolveu a pergunta, espiando o conteúdo das sacolas.

— Aparentemente sim. — O jovem balbuciou pensativo. Se perguntando se seu pai realmente reclamaria caso ele tivesse comprado aqueles salgados.

John assentiu, satisfeito, antes de lançar ao filho um olhar sério.

— Precisamos conversar.

Ele falou, puxando uma cadeira para se sentar.

— ok, mas agora? — Stiles suspirou.

John sinalizou para a cadeira da frente. E esperou pacientemente até que o rapaz se sentasse. Antes que isso acontecesse sobrancelhas foram erguidas e olhares afiados foram trocados.

— Então, sobre o que quer conversar?

Stiles indagou desconfiado. Repassando mentalmente se havia pisado na bola de alguma foram, mas nada lhe vinha em mente. Ele até havia deixado de pegar no pé do homem mais velho, em relação ao passado dele com o pai da sua amiga.

John coçou a barba por fazer. Os olhos azulados fitavam o rosto do filho com minúcia, como se o estudasse.

— andei escutando umas histórias sobre você... — Ele disse por fim, com cuidado, enroscando a alça de uma das sacolas no indicador.

O Stilinski mais jovem franziu o cenho.

— Que tipo de histórias? — Ele perguntou curioso. Embora já tivesse uma ideia sobre o que seria. Mas as pessoas conseguiam se superar as vezes. Gostavam de demonstrar como possuíam a mente fértil. Infelizmente usavam de forma errado. Stiles estava esperando se surpreender.

— as Histórias não importam.

Afirmou o xerife. Balançou a mão como que reforçando que aquilo era o de menos. Ele realmente não ligava para burburinhos. Porque confiar na boca de terceiros se poderia ouvir a história – sem estar distorcida ou maior do que deveria – se poderia ouvir direto da fonte.

— Eu só quero saber de uma coisa. E só você pode me responder.

John ditou, sério. Deixando o rapaz apreensivo. Stiles realmente não conseguia se lembrar de nada que pudesse gerar uma conversa “séria” naquela manhã.