O natal está chegando e Clara Bellini decide fazer uma surpresa para o seu namorado, para que no dia mais importante e onde a família toda se reúne, ela possa contá-los que, finalmente, depois de anos namorando, resolveu tomar coragem e pedir, quebr...
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22/12/2018
— Isso não é um pau! — Arregalo os olhos assustada, vendo o nude mandado pelo cara que a minha amiga Millie está investindo.
Puta merda... Esse negócio é tudo menos um pau. O negócio parece até ser alongado em algum aplicativo de fotos, porque não é possível alguém ter tantos metros de pau para frente e ainda ser grosso dessa forma. O órgão reprodutor dele parece ser quase do tamanho do meu antebraço e as veias saltadas parecem que vão explodir da extensão. Só há uma coisa um pouco menos bonitinha... Que é a cabeça pequena demais para o resto.
Dou zoom na imagem e arregalo os olhos mais uma vez.
— Claro que é um pau, Ca. Só que de tamanho diferenciado. — Ela ri, tomando o celular da minha mão e eu olho ainda chocada para ela.
Põe diferenciado nisso... Mas, se Deus fez é porque cabe. Então, boa sorte para ela.
Ia falar mais um adjetivo sobre a foto, mas o barulho da porta sendo aberta nos faz voltar para nossas posições em um sobressalto e a minha amiga pula da beirada da minha mesa, indo rapidamente até a sua mesa na pequena sala de recepção do escritório de Otávio Greco.
Meu chefe entra mal humorado, segurando em um dos braços mais de cinco pastas acinzentadas, espessas, e bate à porta em uma força sem moderação, fazendo com que a primeira sala ecoe o ruído da batida nervosa. Sem cumprimentar a Millie, ele vem diretamente para minha mesa e joga as pastas com impaciência sob a mesma, fazendo uma lufada de vento subir e um fio solto do meu cabelo preso balançar.
— Senhorita Bellini, quero que separe todos os papeis e os coloque por grau de prioridade. — Baixo a cabeça para as pastas grossas e com um suspiro baixo, levanto a cabeça para o meu chefe Greco, que com uma das mãos apoiadas na beirada da mesa, me olha com severidão.
Otávio Greco é um homem de meia idade — até um pouco mais, porém ele não gosta de ser visto como velho — com cabelos escuros e muitos fios grisalhos tomando conta da cabeleira escura. Os olhos castanhos, tão escuros quanto uma parte dos seus fios de cabelo, é uma das partes que mais se assemelha ao seu filho, Silas Greco, que trabalha também aqui e por um acaso do destino acabou entrando em minha vida há sete anos atrás, quando consegui um emprego de recepcionista só para ajudar os meus pais a não terem que me bancar na faculdade.
Silas me encantou na primeira vez que bati os olhos nele. Alto, de pele morena, olhos escuros e uma barba bem feita que cobre seu maxilar quadrado e o queixo afilado, fizeram os hormônios de uma recém saída da adolescência vibrar e querer ter um contato a mais com o rapaz misterioso que chegava sempre momentos depois que o chefe da empresa de advocacia.
O meu então atual namorado, naquela época tinha seus vinte e quatro anos, enquanto eu tinha acabado de completar dezoito. A euforia e desejo só aumentavam com o passar dos dias em que eu o via entrando, cumprimentando a todos e parando um momento para soltar gracinhas para as senhoras que trabalhavam na limpeza.
