Capítulo 4

515 40 2
                                    

Min Yoongi

Foram os 15 minutos mais infernais da minha vida. Seokjin não parava de fazer perguntas para a S/N e até ganhou intimidade com ela para fazer piadas, que ao meu ver não têm piada nenhuma, a S/N passou a ignorar-me e Namjoon apenas olhava-me como quem diz "tu colhes o que plantas", a sandes de queijo que eu tinha comido não me caiu nada bem e para alegrar a situação, Hoseok ligava o altifalante para cantar sabe-se lá o quê.

-Ei, já me podes largar?! -perguntou S/N vendo que eu a agarrara no braço com força, puxando-a para mim.

Eu não ia deixar que ela fugisse, mesmo que ela não tivesse hipóteses. 

-Não vou arriscar que fujas. -respondi simples.

-Ao menos disfarça que a obrigaste a estar contigo. -murmurou Namjoon carregando as malas.

-E tu tem muito cuidado com isso, Namjoon! Ai dentro está a minha preciosa QBU-88, e eu não quero nem um risco! -disse Seokjin não tirando os olhos de Namjoon, ou melhor, não tirando os olhos da sua amada QBU-88.

-Então porque não a levas tu?! -perguntou Namjoon bufando.

-Com todo o gosto, passa para cá! -Seokjin pegou na mala onde estava a arma e sorriu satisfeito.

-Estás a magoar-me! -guinchou S/N tentado soltar o braço da minha mão.

-Vocês aí! Querem enganar o Jungkook, querem que pensem que estão juntos, mas nem conseguem esconder que se odeiam! -reclamou Hoseok e agarrou na minha mão e na da S/N juntando as duas.

-Eu não quero enganar ninguém, eu só quero ir para casa! -retrocou S/N e eu suspirei.

-Eu já disse que tu não vais a lado nenhum! -bufei puxando-a para dentro de casa assim que abri a porta. Em seguida Namjoon, Seokjin e Hoseok entraram e o último fechou a porta.

-Okay preparem as coisas, eu vou ligar para o Taehyung para saber se ele já aterrou em Los Angeles. -falei ao subir para o andar de cima.

S/N

Suspirei sentando-me naquele gigante sofá, de um momento para outro estava em Los Angeles e nem tinha como saber se o meu pai ainda está vivo ou não, tudo o que eu sei é deste estúpido assalto.

Olhei para os três homens que retiravam armas e maços de dinheiro dentro das malas pretas, nunca tinha visto tanto dinheiro junto, muito menos visto uma arma assim tão de perto.

Namjoon era o que parecia não gostar da minha presença, sempre olhava-me estranho e parecia irritar-se com qualquer coisa que diga, acho que ele não me queria aqui. Pois eu também não queria estar aqui e ele não seria capaz de me fazer algo, afinal eu tenho um propósito para estar aqui, ainda não sei é qual, mas não vou ficar aqui para o descobrir.

Hoseok parecia ser o mais chegado a Yoongi, nem o Namjoon, nem o Seokjin teriam a coragem e intimidade para tocar no Yoongi, já que ele parecia uma pessoa que não gostava de contacto físico, percebi isso no momento em que ele estremeceu ao ver o amigo pegar na sua mão e colocar na minha. E embora eu não tenha falado com ele, ele parece-me ser o mais normal deles todos.

Seokjin foi o que até agora se mostrou mais interessado em falar comigo, ao princípio fiquei hesitante mas depois acabei por ir na conversa, afinal não iria sair dali tão cedo. Ele era engraçado e sabia como manter uma conversa saudável. Tenho de o conhecer mais, talvez consiga dar-lhe a volta e conseguir com que ele me ajude a escapar, porém com certeza ele não se vai deixar levar tão facilmente.

Levantei-me farta dos meus pensamentos e caminhei até a uma das grandes janelas de vidro que davam vista para o paisagem da cidade, já estávamos a meio do dia, não tarda o sol esconde-se dando lugar à lua.

-O Taehyung já chegou à cidade, amanhã iremos começar os preparativos para o plano. -Yoongi guardava o telemóvel dentro do bolso das calças enquanto descia as escadas. Ele olhou para mim brevemente e depois dirigiu-se até aos colegas. -Eu já escolhi o meu quarto, é o único que tem a porta fechada, os outros vocês decidem. 

-E ela? -perguntou Namjoon fazendo com que todos olhassem para mim à exceção de Min Yoongi que continuava com a mesma expressão aborrecida.

-Ela fica comigo. -respondeu saindo da sala e eu segui-o.

-Nem pensar! Se o problema for por não haver quartos suficientes eu durmo no sofá! Ele parece-me ser bem confortável. -falei pisando duro no chão enquanto ele pegava num copo para beber água.

-Eu já disse que ficas comigo e fim da conversa. -respondeu dando de seguida um gole na água, eu aproximei-me dele, mas não me atrevi a ficar muito perto.

-Vais me dizer o porquê de eu estar aqui? -perguntei cruzando os braços e ele caminhou até mim, eu tentava decifrar o olhar que ele tinha.

-Tu fazes parte do meu plano. -falou e eu encostei-me na bancada da ilha que havia naquela cozinha. -O teu pai tinha dívidas, muitas até, e o que vale mais do que dinheiro? A família. -sorriu pousando o copo ao meu lado pondo-se à minha frente.

-Já me tens a mim, liberta o meu pai. -eu sentia o meu coração bater mais rápido por contra da adrenalina que estava a sentir naquele momento. 

-Ele ainda pode-me vir a ser útil, mas não te preocupes, vou encarregar-me que os meus homens cuidam bem do teu velhote.

-Quem és tu?... -sussurrei, mas alto o suficiente para que ele ouvisse e o mesmo esboçou um sorriso largo. Em seguida inclinou-se para o meu ouvido e sussurrou.

-O teu pior pesadelo. -engoli seco ao ouvir aquilo.

Quando ouvimos esta típica frase vinda dos vilões das histórias, não damos muita importância, afinal, no fim quem ganha é sempre o herói.

Mas aqui, aqui não existia nenhum herói, e naquele momento eu soube que quando aquele assalto fosse realizado, eu estaria morta.

Tinha de fugir.



Até que um tiro nos separe [CONCLUÌDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora