CAPÍTULO 5 - Irritabilidade

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Colin fechou a porta da oficina com certa irritabilidade ao ver que a mulher saiu e lavou a mão antes de puxar o celular do bolso e digitar o nome de Masha Stark no Google. A foto que apareceu era da mesma mulher que havia acabado de sair dali, talvez alguns anos mais nova.

O que Masha Stark, a princesinha da mecânica e da tecnologia, estava fazendo na sua oficina, ainda lhe parecia desconhecido. Não havia nada que justificasse o interesse da Star-teck em alguém como Colin, principalmente quando ele sempre havia apresentado uma certa aversão pela a empresa.

Sendo uma empresa tão forte no ramo da tecnologia medicinal, sua ideia foi simplesmente ignorada, mesmo quando ele sabia que tinha grandes chances de dar certo. Aparentemente, para conseguir a atenção deles, você precisava ser de Harvard, o que ele não era.

Pelo menos, não por escolha.

E, de certa forma, eles haviam sim prestado atenção em Colin.

Respirando fundo, ele jogou o pano para longe, antes de guardar o celular, encarando o bilhete perfeitamente branco de Masha Stark, o afundando no bolso antes de abrir a porta que dava acesso a casa.

A casa que morava era simples, somente uma sombra da casa arrumada e alegre que passou sua infância inteira. Colin passou pelo corredor caté chegar à sala, tão simples, quase sem móveis e seguiu para o banheiro, após colocar água para esquentar.

Todos os cômodos eram extremamente limpos, sem resquício algum de pó, ainda que quase todos vazios e com os poucos móveis que haviam sobrado, simples demais. Mas tudo estava extremamente limpo.

A água quente era um luxo que ele não estava disposto a pagar, então deixou que a água fria caísse sobre seu corpo, fazendo-o se arrepiar enquanto se esfregava para tirar as marcas de sujeira do corpo.

Não tanto quanto ele gostaria, mas o suficiente para poder viver até o dia seguinte. Colin fechou o chuveiro, vestindo-se com roupas limpas, transferindo os itens do bolso da calça suja para a limpa, antes de voltar para a cozinha e preparar o chá, como todos os dias, antes de seguir até o único quarto familiar e inteiro daquela casa.

Ele botou um sorriso no rosto antes de abrir a porta e sorrir para mulher deitada na cama, tossindo feito nunca. Colin engoliu a seco antes de botar o chá na mesa de cabeceira e sentar-se a seu lado na cama.

— Olá, como você está? — questionou, alisando os cabelos escuros da mulher. Ela tentou sorrir ao botar a mão sobre a sua.

— Estou bem, querido — sorriu — E você? Como foi hoje?

— Está tudo bem, mãe — respondeu. Seus dedos passaram ao redor das rugas de seus olhos a fazendo os fechar e sorrir, com uma das mãos sobre a sua. — Estou quase finalizando o carro que chegou ontem — afirmou, sorridente e Sarah tentou forçar o mesmo.

— Você sabe que não precisa... — ela começou, mas Colin afastou a mão de seu rosto, ficando em pé e indo até o outro lado da cama. Os olhos azuis, límpidos como os dele, os seguiram pelo quarto. — Teimoso.

— Não devo ter tido a quem puxar — retrucou antes de abrir a caixa de remédio, pegando os comprimidos noturnos. Ele balançou a caixa, notando que o remédio estava no fim, mas preferiu não demonstrar isso ao se virar e estender as pílulas para a mulher. — Toma.

— Obrigado, meu bem — Colin sorriu conforme ela pegava a xícara recostada ao lado da cama para enfiar os remédios goela abaixo. Ele se conteve para não correr até ela e a ajudar a se sentar, mas Sarah havia o proibido de fazer aquilo, a tratar como se ela fosse uma invalida que não conseguia nem sentar-se na cama paga pegar uma xícara de chá, ainda que seus braços tremessem pelo esforço e uma nova onda de tosse tivesse a assolado.

Extra Contratual (Desgutação | Em breve)Onde histórias criam vida. Descubra agora