#Rita on
Senti uma leve chapada no braço e despertei. Desviei o olhar para o meu lado direito e vi a Carolina deitada no colchão, com um braço esticado e o outro agarrado à cabeça. Esfreguei os olhos e tentei obrigar o meu corpo a levantar-se da cama. Porém, sem sucesso. Sentia que a minha cabeça estava prestes a explodir, como se esta fosse agora um espaço onde tocava uma orquestra de tambores que teimava em abandonar o palco.
- Carolina?- Pronunciei o seu nome com uma voz fraca. Esta levantou o braço, que há segundos estava esticado, e abriu a mão como forma de me silenciar.- Como te estás a sentir?- Insisti
Não obtive qualquer tipo de resposta. A muito custo obriguei o meu corpo a levantar-se e aproximei-me dela, sentando-me ao seu lado.
- Bebeste assim tanto?- Perguntei preocupada e ela abriu os olhos lentamente
- Pelos vistos, sim.- Ela respondeu com os olhos semicerrados
- Deixa-te estar.- Pedi ao vê-la tentar levantar-se.- Eu vou até à cozinha preparar qualquer coisa e já te venho chamar.- Expliquei e a Carolina assentiu
Fechei a porta do meu quarto e dirigi-me até à casa de banho. Depois de fazer a minha higiene pessoal, fui até à cozinha e encontrei os meus pais. A minha mãe estava a colocar alguma loiça na máquina e o meu pai, como era costume, bebia o seu café enquanto lia o jornal atentamente.
- Bom dia, mãe e pai!- Cumprimentei-os fingindo que estava bem disposta
- Bom dia, filha! Dormiste bem?- Os meus pais perguntaram quase em uníssono
- Sim. Bem, eu sei que não vos disse nada, mas ontem a Carolina acabou por jantar aqui em casa comigo.- Comecei
- Ainda bem, assim tiveste companhia!- A minha mãe disse sorridente
- Sim, mas a conversa acabou por se estender até tarde e por isso eu acabei por convidá-la para dormir cá em casa.- Expliquei. O meu pai desviou o olhar do jornal e encarou-me.
- E nem sequer nos disseste nada?- O meu pai pareceu chateado
- Desculpem, mas pensei que não houvesse problema.- Disse um pouco atrapalhada
- Não há problema, deixa estar.- A minha mãe defendeu-me e o meu pai olhou-a em sinal de reprovação.- Ela ainda cá está?- Perguntou a minha mãe
- Sim, ela está a dormir.- Respondi
- Ela que venha tomar o pequeno almoço connosco.- O meu pai sugeriu e voltou a concentrar-se no jornal
- Podes ir chamá-la, a mãe prepara-vos a comida.- Ela disse e sorri como forma de agradecimento
Virei costas e percorri o pequeno corredor de volta ao meu quarto.
- Rita!!
Preparava-me para abrir a porta do meu quarto quando ouvi uma voz masculina pronunciar o meu nome num tom alto e zangado. Era o meu pai. Revirei os olhos e retirei a mão da maçaneta, dirigindo-me de novo até à cozinha, ao seu encontro. Ainda agora acordei, o que terei feito mal desta vez?
- Diz, pai.- Perguntei num tom cansado. O meu pai levantou-se com o jornal na mão e o seu rosto carregava a expressão mais zangada e desiludida que eu alguma vez tinha visto.
#Rita off
#Carolina on
Cada movimento que tentava fazer, era como uma tortura. A minha cabeça pesava mais do que todo o meu corpo. Não me lembro de ter bebido assim tanto para me sentir desta maneira.
Agarrei-me à cama que se encontrava ao meu lado e depois de algumas tentativas, consegui finalmente sentar-me. Vieram-me à cabeça memórias da noite passada. Lembro-me de chegar ao primeiro bar, beber uma ou duas bebidas e de sair do espaço pouco tempo depois porque um rapaz qualquer não parava de se "colar" a nós. Já nem sequer me lembro da cara do sujeito. Fomos para um bar alguns metros à frente e foi ai que tudo se descontrolou. A Rita não paráva de beber e eu fiz o mesmo. Dançámos as duas na pista e depois só me lembro de acordar no chão e de rapidamente me recompôr e subir logo a seguir para cima do balcão, onde dancei de novo com a Rita. Depois disto voltámos para casa. O que terei feito antes de desmaiar? Talvez tenha bebido mais do que penso e me tenha sentido mal. Não pensei mais no assunto.
Ouvi um pequeno barulho na porta e pensei que fosse a Rita que me viesse chamar, mas ninguém entrou. Olhei para o relógio que se encontrava na mesa de cabeceira e este já marcava as 11 horas da manhã. "É melhor despachar-me e ir para casa." Pensei.
Apoiei-me numa cadeira que estava por perto e levantei-me. A minha atenção foi despertada quando ouvi uma discussão vinda da cozinha. Consegui ouvir a voz da Rita e, logo de seguida, a do seu pai. Rapidamente vesti a roupa do dia anterior.
Os pais da Rita estão a discutir com ela e, provavelmente, a culpa é minha. Ela não os avisou que eu dormiria na sua casa e eles podem estar chateados, apesar de achar que não é um assunto demasiado forte para criar uma discussão tão acesa. Não me quero intrometer nos seus problemas familiares, mas não a posso deixar desamparada sem saber o que se passa. Dei um jeito no cabelo e percorri o corredor até à cozinha, onde a discussão continuava.
- E agora o que vais fazer, Rita? Isto é demais!- O pai da Rita estava visivelmente zangado. A sua atenção virou-se para mim quando me viu entrar.- Olha, ainda bem que aqui estás!- Dirigiu-se a mim
- Bom dia.- Disse um pouco reticente e confusa
A Rita olhou para mim com uma expressão assustada. Ela estava em pânico.
- O que aconteceu?- Perguntei sem fazer a mais pequena ideia do que se estava a passar
- Lê!- O pai da Rita disse logo depois de pousar o jornal na mesa e dar um pequeno murro na bancada. Olhei para a Rita sem saber o que fazer.
- É melhor leres, Carolina.- A Rita pediu-me e percebi que ela estava prestes a chorar
Peguei no jornal e olhei para a notícia que o pai da Rita fez questão de assinalar com o dedo. Comecei a ler o título e estremeci. Isto não podia ter acontecido.
Nota de autora:
Boa noite, queridos leitores! Espero que o vosso fim de semana tenha sido bom :) Quero dizer-vos, de novo, que a partir deste capitulo as coisas vão aquecer! Espero que gostem, pois vai deixar de ser tudo um mar de rosas :D
Desejo-vos uma excelente semana! Ly all <3 <3
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Summer Love [A EDITAR - EDITING]
Random"Há momentos em que te amo tanto que o meu peito aperta e eu mal respiro e há outros em que me sinto tão sozinha sem ti que o meu peito aperta e o meu coração sangra. És tudo aquilo que eu nunca soube que sempre quis."