009

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A luz da manhã caía sobre elas. Heyoon rolou na imensa cama e se aconchegou junto a Sina, feliz. A sensação da pele dela, quente e firme sob sua mão era maravilhoso. Queria memorizar todos os detalhes daquele corpo, sua barriga chapadinha,as curvas de seu corpo, o formato de seu rosto.

-É difícil dormir com uma mulher insaciável ao lado- Sina murmurou se virando e a tomando nos braços.

Heyoon se aproximou mais, satisfeita em sentir sua pele nua junto a ela. Apesar de ter dormido pouco, ela se sentia mais viva e disposta.

-Eu não sou a única insaciável- Heyoon lembrou após a primeira explosão no sofá da sala, Sina a levou gentilmente para o quarto e transaram até a completa exaustão.

-Tem razão- Sina concordou, olhando para o relógio- Está na hora de levantar.

- Humm- ela gemeu. Heyoon a beijou no ombro e pensou que em breve, Sina retomaria a batalha incansável.

- Se eu soubesse que receberia esse prêmio, não teria me preocupado tanto com o coquetel.

-Foi tudo ótimo não é mesmo?

-Sim, você já tinha se imaginado cozinhando para cinquenta pessoas?- Sina perguntou enquanto ia ao banheiro- Eu pensei que estava perdida quando vi as coisas doidas que preparou.

-É mesmo?- Heyoon tentou ignorar a decepção que a invadia.

-Claro! Você sabe quem diria que pessoas acostumadas aos melhores banquetes iria se deliciar com aperitivos e comida congelada?

-Eu diria- ela replicou, tentando ocultar a irritação- E eles comeram bastante.

-Eles estavam famintos- tornou Sina com tom divertido

-É, estavam- Heyoon murmurou, se erguendo

-Da próxima vez, vou confirmar o bufê. Não queremos correr esse risco outra vez, não é? Dessa vez funcionou, mas não vou contar com a sorte.

Heyoon percebeu, triste que Sina considerava o sucesso da festa como um golpe de sorte. Sina esqueceu a sua criatividade, o seu empenho. Para Sina, Heyoon não passava de outro membro da família Jeong inconsequente é irresponsável.
Heyoon se arrastou para fora da cama, os pensamentos confusos. Teria Sina confiado em sua habilidade de preparar a festa da noite passada ou aceitaria os pratos feitos às pressas por não ter outra opção?

-Eu trabalhei muito para que a festa desse certo- Heyoon afirmou, uma voz cortante

-É, abrindo todas aquelas caixas de congelados- Sina brincou já embaixo do chuveiro.

-Sua grossa!- Heyoon vociferou irritada- Queria ver você no meu lugar.

-Olha, Heyoon não faça tempestade em copo d'água. O pessoal estava com fome e achou que você teve na boa ideia. Não é preciso ser um gênio para preparar alguns aperitivos.

-Você é a mulher mais arrogante e egoísta que eu já vi, eu podia simplesmente ter ido embora.

-Ou poderia ter me ligado- Sina devolveu agora também zangada- Eu teria cancelado a festa.

Heyoon gemeu frustrada, e foi até a sala apanhar as roupa espalhadas perto do sofá.
Sina a seguiu enrolada na toalha.

-Por que todo esse drama? A festa foi ótima. Eles gostaram da comida e passamos uma noite maravilhosa juntas.

Heyoon passou por ela com suas roupas nas mãos e se dirigiu ao quarto de hóspedes para se vestir.

-Escute, eu tenho que ir trabalhar. Vamos conversar sobre isso mais tarde.

-Não ha nada para conversar-Heyoon resmungou com lágrimas nos olhos.

Heyoon vestiu a blusa apressada, a odiando. Como pode ser tão tola? O que acredita ter sido confiança em sua capacidade não passou de resignação, já que imaginou que a festa seria um fracasso.
E ela que se preocupou tanto com Sina todos esses dias. Enquanto isso, Sina pensava nela apenas como criadora de confusão, sempre buscando um meio de fugir as provações da vida.
Heyoon admitiu com amargura que muitas vezes realmente tentou escapar. Sentimental, dava o passo sem medir as consequências e assim se viu sem emprego e relacionamentos inadequados. E, mais uma vez lá estava ela, metida em confusão por ter se atirado nos braços de uma mulher e descuidado de seu coração.
Desta vez, porém se apaixonou por uma mulher por ela ser atraente e gentil. Desta vez viu seus temores, suas incertezas ocultas pela capa de confiança, sua necessidade de uma segurança que nunca sentiu.
Ela viu seu coração e perdeu o dela. Se apaixonou por uma mulher que mal notava a presença por causa dos fantasmas do passado.

Heyoon enxugou as lágrimas que lhe desciam pelo rosto e foi depressa para sala. Ela a amou, ofereceu seu apoio e se entregou inteira a causa dela, mas Sina estava de tal modo consumida pelos planos profissionais de que era incapaz de amar.

^_^

-Então você almoçou com Simon- Sabina comentou com um erguer de sombrancelha.

-Sim, almoçamos juntos, ele queria discutir projetos.

-Claro... mas não precisava lhe pagar um almoço para isso. Você conseguiu mulher! A festa deu certo, eu disse que essa pilantra iria te ajudar.

-Ela não é uma pilantra- Sina disparou zangada.

-Talvez não, mas ela tem todas as qualificações, eu diria que, com ela ao seu lado, você passou a frente de todos na corrida para a promoção. O jogo está dando resultados.

-Nada está garantido- Sina afirmou, reprimindo o aborrecimento. Normalmente a irreverência de Sabina a divertia, mas agora não sentia nada além de irritação.

Ultimamente ela se perguntava até que ponto teria que vender a alma para atingir altos postos da carreira.

-É verdade, mas você tem que admitir que é a candidata mais provável para o cargo. Bom tenho uma reunião, a gente se vê depois

-Certo.

Apesar da sensação desagradável que a vinha acompanhado nas últimas semanas, percebeu que dava passos na direção certa. Seu chefe pediu conselhos sobre questões importantes, incluiu em planos da empresa e a convidou para jogar golfe.
Quem diria que a espevitada Heyoon Jeong seria de tal utilidade para ela? Dois dias já havia se passado e Simon mencionou a festa várias vezes. Todos se encantaram com o estilo casual de Heyoon e com sua beleza.
Sina por outro lado, não conseguia parar de pensar nos lábios dela, nas curtas pernas que a envolveram, no perfume natural que emanava de seu corpo macio.
Tê-la nos braços foi muito bom, ela transou com ela e se sentiu no topo do mundo. E agora Heyoon estava furiosa com ela.
Ela se levantou foi até a janela e observou a paisagem de Dallas.

A presença de Heyoon fazia com que se sentisse invencível, não apenas pelo sexo maravilhoso, mas pelo suave elo que pareceu se formar entre elas. Ela queria ouvir sua voz.
Heyoon deixou o apartamento muito aborrecida. Sina não conseguia se dar conta do motivo. Pensava a respeito todos os momentos e se perguntava porque a manhã terminou tão mal.
O que aconteceu não passou de sexo, repetiu várias vezes, contudo aquela terna sensação quando ela pensava nela nada tinha a ver com sexo.
Sina não estava acostumada, como todas as pessoas a ficar excitada ao ver certas partes do corpo de uma mulher. Os seios, as pernas, as nádegas. No trabalho procurava tratar os colegas como iguais, e se comprometeu a nunca namorar alguém da empresa.
As emoções que Heyoon despertava, porém, a enchiam de sensações estranhas. Não conseguia parar de pensar nela ou de querer se desculpar não sabia bem pelo quê. Não tinha certeza se essas emoções lhe agradava, mas também não podia dizer que a incomodava.
Sina se afastou da janela e voltou para a mesa e tentou sem sucesso se concentrar no trabalho.
Apesar da inexperiência Heyoon preparou a festa com criatividade e transformou um desastre em potencial num inesperado sucesso. E não deveria ter agido com tanta insensibilidade naquela manhã.
Sina deixou a caneta cair na mesa, nunca na vida transou com uma mulher tão ardente e sensual.
Heyoon a fez sentir mais forte, mais corajosa. A deixou louca por ela e ela não conseguia esquecer, não podia evitar querer mais.
O contrato ficou esquecido na mesa e ela olhou para o celular, imaginando o que Heyoon estaria fazendo naquele momento, se perguntando se ela aceitaria um pedido de desculpas.

LIPS I KISSED|SiyoonOnde histórias criam vida. Descubra agora