Lydia Martin passou sua vida inteira odiando mudanças. E Stiles Stilinski foi a maior delas.
A vida de Lydia sempre foi uma bela constante. Melhor aluna, dois melhores amigos, pais amorosos. A chegada de Stiles tornou seu mundo uma enorme variável...
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— Isso é a coisa mais barulhenta que eu já presenciei. — Lydia resmunga enquanto se senta na arquibancada. Allison revira os olhos e Malia ri. — Lydia, você já foi no Coachella. — É, e isso é a coisa mais barulhenta que eu já participei. — Se for pra resmungar por que veio? — Malia pergunta, comendo um lanche. — Ficar quites com o Stilinski. As duas amigas reviram os olhos, se encarando. — Vocês vão muito namorar. — Acho que não. Na melhor hipótese algum dia a gente pare de se odiar. — Vocês nem se odeiam. — Allison retruca. — Eu odeio. — Tá odiando sozinha então. O Stiles te vê como uma motivação para ser uma pessoa melhor. — Eu também vejo isso... Pra ser melhor que ele. — Cresce, Lydia.
O apito do treinador chama a atenção das três meninas. O jogo começa e Lydia tenta acompanhar, buscando Stiles com o olhar. Não é difícil de o achar, principalmente por ser ele com a bola. O moreno dribla a bola de um adversário, toca para um colega e recebe de novo, tentando marcar um ponto. Pula para fora. — Uh, ele tá ruim hoje. — Malia diz, apreensiva. — Será que eu dou azar? — Claro que não, amiga. — Allison a consola. O decorrer do jogo provou que Allison poderia estar errada. Já se era metade do segundo tempo e Stiles não havia feito nenhum gol. O jogo estava empatado a 1x1 e Lydia estava quase indo embora quando ele a viu. Stiles olhou para ela rápido, acenando. Dribla um, driblou dois, driblou três e tocou. Um outro jogador do time faz o gol, fazendo as poucas pessoas presentes vibrarem. Inclusive Lydia.
O batucar da porta chama a atenção do menino. Devagar, ele se levanta e abre a porta. Se surpreende com Lydia ali, o olhando. — Sua mãe me deixou entrar. Oi. — Oi. Eles ficam parados por segundos, se encarando. Stiles é o primeiro a ter coragem de falar. — Entra. — e abre passagem para a menina, que adentra o quarto curiosa com ele. Lydia imaginava que Stiles vivia numa caverna junto com todos os outros selvagens. Depois o imaginava num quarto cheio de pôsteres de filmes de terror e fotos dela rasgadas. A realidade era algo extremamente comum para um selvagem. O quarto era em tons de azul. Tinha uma cama grande, um guarda roupa e uma mesa. Apenas um pôster de uma banda que ela não conhecia. Um painel com fotos de todos os seus amigos e família, algumas até com Lydia inclusa. No cantinho, um boletim com um F. E, acima dele, a única foto sem rostos nela. É de pés, pés do Stiles, com tênis e num chão que Lydia reconhece como da sua escola. Ela puxa a foto e estende para ele. Ele estava a observando durante todo o processo. — Qual o significado? — É uma das duas vezes que fracassei. O F ali é pra me lembrar de não desfocar nunca. — E a foto? — É do dia que eu te irritei pela primeira vez. Lydia o fita intrigada, sem conseguir resistir a tentação de perguntar mais. — E por que você fracassou nesse dia? — O que você veio fazer aqui? — ele muda de assunto. Ela suspira, sem saber ao certo o que responder. Para Lydia era novo estar assim, sem as respostas de tudo ao seu redor. Era diferente, e ela odiava o diferente. Assim como odiava a forma que ela e Stiles estavam diferentes agora. — A gente mudou. Aquilo mudou a gente. E eu não quero isso... — as palavras morrem na sua boca. Stiles a fita enquanto mexe a boca, esperando que ela continue a falar. Ela não continua. — Você não pode ter medo de mudanças, Lydia. A vida sempre vai trazer uma nova mudança. — Eu sei. Mas nosso ódio sempre foi a minha constante. — Talvez eu tenha cansado de brigar. — ele diz, dando ombros. Desvia seu olhar do dela e se senta na sua cama. Lydia puxa uma cadeira perdida e se senta também, olhando firmemente para Stiles. — Por causa de um beijo? — Você é muito fria mesmo. — ele aponta, incrédulo. Ela revira os olhos e por um momento tudo parece ter voltado ao normal. — Por quê? — Jurava que você prestava atenção no que eu falo. — Lydia não entende, então Stiles prossegue — É estranho falar isso em voz alta mas aquele foi meu primeiro beijo, Lydia. Lydia pisca, surpresa com a revelação. Tenta não arregalar os olhos, mas falha. — E-eu... Mas você é jogador. — Ah, e daí? Eu sempre disse que não beijava ninguém. — Sempre te vi rodeado de meninas. — Você me odeia mas nem todas as mulheres do mundo compartilham do mesmo pensamento, sabia? — ele ri. — Enfim, relaxa que eu logo supero. Normalmente eu não ligaria pra essas coisas mas me parece errado xingar a primeira pessoa que eu beijei. — Olha. — ela senta na cama dele, do seu lado. Stiles se vira se frente para ela, apreensivo — Se ajuda de algo, nem deve contar como beijo. Tipo, eu só quis te ajudar... É igual aquilo de boca-a-boca que salva vidas fazem. Seu primeiro beijo ainda tá aí, esperando pela garota certa. — ela sorri fraco, e Stiles olha para a boca dela. Lydia se afasta um pouco, olhando para o relógio no pulso do garoto — Tá tarde, eu vou pedir um Uber. Mas desculpa, viu? Não sabia de nada disso. A gente finge que nunca rolou — Rolou o que? — Stiles ironiza. — Ok, ok. Te encontro na biblioteca segunda pra fazer o trabalho? — Vem aqui... Você já sabe onde é mesmo. Minha mãe tem um escritório gigante que a gente pode usar. — Ta. — Vou precisar chamar alguém pra ser testemunha do meu assassinato ou você vai ficar de boa? — ele brinca, enquanto a leva para a porta. — Bom, na primeira vez que a gente ficou sozinho a gente se beijou e na segunda eu já tava na sua cama. Quem sabe na terceira eu saio grávida? — ela brinca de volta mas Stiles revirou os olhos. — Você é péssima, Martin. — Aprendi com o pior. — ela responde, fechando a porta.