Lydia Martin passou sua vida inteira odiando mudanças. E Stiles Stilinski foi a maior delas.
A vida de Lydia sempre foi uma bela constante. Melhor aluna, dois melhores amigos, pais amorosos. A chegada de Stiles tornou seu mundo uma enorme variável...
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O vestido de Lydia havia sido caro. Não pelo seu valor, mas pela agilidade que a garota teve que possuir ao vesti-lo. Apesar de simples, era um belo vestido. Preto, acima dos joelhos e com pequenas aberturas em formato V nos lados. Lydia passou um belo batom nude e calçou uma rasteirinha. Ela era apenas uma adolescente. E pretendia passar a visão de uma.
O cabelo estava perfeitamente alisado, diferente das ondulações que Lydia costuma ter. A escova extremamente profissional foi um presente de sua madrinha, que ao saber do evento, pagou um ótimo cabeleireiro para arrumar os fios ruivos da afilhada.
Stiles chega mas não faz barulho, hipnotizado com a beleza da namorada. Lydia está na frente de seu espelho, tentando escovar os dentes sem manchar a maquiagem. Apesar da careta engraçada, Stiles a acha tão linda como sempre é.
Quando termina de escovar, Lydia olha para o namorado sorridente. Estava tão feliz que sentiu seu coração se preenchendo. E olhar para Stiles aumentava ainda mais esse sentimento.
— Você está lindo. — e ele estava mesmo.
Ao invés de gastar dinheiro com o conserto do Jeep, Stiles comprou um belo terno azul escuro. Ele sabia que Lydia amava azul e o amava usando essa cor. Sabia que a faria ficar feliz. E tendo o elogio como afirmação, o garoto sorri a beijando na cabeça.
— Ah, obrigado por ser inteligente o suficiente para não me beijar e estragar a maquiagem.
— Não sou eu com QI de 150 mas também não sou estúpido — ele brinca, acompanhando-a sair do banheiro. Lydia puxa um embrulho da cama, entregando para o namorado — O que é isso?
— Um presente. Abre.
— Eu que deveria te dar um presente hoje a noite. — ele lamenta, sabendo que não tem nada para Lydia. Ela nega, empurrando o embrulho mais uma vez, fazendo Stiles finalmente o pegar.
Quando abre, fica feliz demais de ver que é sua história em quadrinhos finalizada e impressa.
— Lydia?!? Seu pai fez?! Obrigado, obrigado. — ele a abraça, feliz. Começa a folhear as páginas, encantado com a ilustração sendo tudo que ele sempre quis.
— Demorou bastante porque além de ele ser ocupado, eu tive que trazer todo mundo aqui pra ele poder desenhar. Fiz as roupas mais ou menos pra ele ter base. Tive que mostrar fotos suas... Foi um trabalhão. Espero que você goste.
— Eu amei. Obrigado, Martin.
Ela sorri, mais alegre ainda.
— Vamos?
A festa era bonita e todo mundo ali era extremamente doce. O salão provavelmente valia mais do que o carro de Lydia, sua casa, o Jeep de Stiles e tudo mais que eles possuíam junto, mas não se sentiram intimidados. Stiles pelo menos não, já que socializou rapidamente.
O clube possuía gente de várias idades, etnias e tamanhos. E, apesar de não ser a pior das introvertidas, Lydia estava tendo dificuldade para não se sentir nervosa.
— Oh, é a sua primeira. — ela ouve uma mulher observar docilmente, enquanto se aproxima dela. Lydia se limita a concordar com a cabeça, enquanto a velhinha sorriu calmamente. — Você tem o mesmo rostinho que eu tive na minha. Relaxa, aqui é um ótimo lugar. E os benefícios são maravilhosos.
Lydia sorri tímida, pensando que sabia de tudo isso. Sua avó havia sido membro dessa mesma sociedade, o que a fez crescer ouvindo sua mãe falar sobre.
— Você é a neta da Lorraine, certo?
Se assustando com a menção da avó, Lydia olha mais atentamente para a mulher.
— Sim, sou.
— Éramos boas amigas. Você é a cara da sua mãe. Por isso reconheci.
— Ótima memória. — Lydia elogia, sincera. Troca seu olhar da mulher para Stiles, que conversava com duas crianças.
— Namorado? — a mulher diz, seguindo o olhar de Lydia.
— Ah, sim. Desculpa se estou sendo rude, é que eu amo ver ele interagindo com as pessoas.
— Ele é um lindo rapaz. Vocês estudam na mesma faculdade?
— Ah, não — ela volta a olhar para a velha — Ainda estamos no ensino médio. Último ano.
A mulher faz uma careta discreta, que murcha o sorriso de Lydia.
— Ah, querida. Vocês querem fazer faculdades diferentes?
— Sim, queremos. E sei que não vai dar certo... Mas posso aproveitar enquanto tenho, né?
— Sim. É, você realmente é inteligente.
— Obrigado.
Apesar da fala, Lydia passa o restante do que deveria ser sua noite mágica pensando em o que o futuro reserva para ela e Stiles.
E ela odeia tudo o que pensa.
Stiles nota que Lydia está muito quieta no caminho de casa. Tão distraída que nem sequer nota que ele não está a levando para casa. E é só quando ele estaciona que ela percebe.
— Onde estamos? — pergunta, curiosa. Stiles sorri e sai do carro, sendo seguido por ela. Era um prédio velho e caindo aos pedaços, mas Stiles parecia extremamente seguro de que estava no local certo, então Lydia o seguiu.
Stiles não respondeu, puxando a mão dela pelas escadas. Ele para no quinto andar, abrindo uma das portas.
Lydia fica parada na porta, sem querer entrar. Stiles nota a tempo de voltar e finalmente lhe explicar.
— Esse foi o primeiro apartamento que meus pais tiveram. Eles moraram aqui até meus seis anos — isso é o suficiente para fazer Lydia entrar. A casa estava limpa e vazia, apenas com um sofá no meio do cômodo principal. Stiles puxa Lydia para o seu colo e se senta com ela no sofá, sorrindo com os olhos arregalados da ruiva.
— Por que você me trouxe aqui?
— Porque, Lydia Martin, eu realmente odeio você. Odeio tanto que às vezes é difícil de te olhar. E achei que esse fosse o melhor lugar pra te dizer isso.
Lydia sorri. É claro que ela entendeu o que ele quis dizer.
— Também odeio você, Stilinski.
Lydia Martin não sabia o que o futuro reservava para ela e Stiles. Não sabia se ficariam juntos, se iriam para a mesma faculdade ou se voltariam a brigar no dia seguinte. Não sabia que iriam ser um daqueles casais que usam roupas combinadas ou se gostariam de usar alianças. Não sabia se morariam num apartamento que nem aquele e nem sequer se casariam algum dia. Mas ela sabia que amava ele. E nenhuma mudança no mundo conseguiu a assustar depois que ela soube disso.
E, por fim, é importante saber que o barulho favorito de Lydia Martin se tornou o compasso que seu coração dá quando Stiles sorri para ela.