Capítulo 11

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Hinata


Resolvi que iria até a casa de Naruto para variar, geralmente ele me busca para tudo e sua casa é tão perto que dá para ir andando. Já havia escrito um capítulo do meu livro hoje e estava satisfeita com o resultado, desci as escadas e me deparei com Mirai. Acabamos por nos tornar grandes amigas, aliás, me tornei amiga de praticamente todos os cidadãos dessa cidade maravilhosa e a cada dia me sentia mais feliz. Toneri nunca mais me ligou e meu relacionamento com Naruto estava perfeito.

Impossível ficar melhor.

A linda mocinha veio em minha direção com os braços estendidos, automaticamente a peguei no colo e dei um beijo em sua bochecha rechonchuda, toda vez que faço isso me pego imaginando um futuro com Naruto, onde moramos em uma linda casinha e temos dois lindos filhos. Não sei por que minha fixação nos dois filhos, acredito que acabo por lembrar a mim mesma quando criança, talvez se eu tivesse irmãos, minha existência não teria sido tão vazia. Um menino e uma menina seria o ideal, acho casaizinhos a coisa mais linda do mundo.

Coloquei a mocinha no chão e lhe dei um beijo e um abraço, ela saiu correndo para trás de sua mãe que me deu um aceno animado, Kurenai é um amor, admiro muito sua figura materna que pude sentir na pele no dia que não estava bem. Acabei por apenas acenar de volta e saí da pensão.

À medida que seguia meu caminho, cumprimentava a todos que passavam por mim educadamente, nem pareço mais a menina tímida e assustada que entrou naquele avião há milênios atrás. Felicidade realmente é uma coisa louca, nos muda totalmente.

Cheguei até a casa de meu amado e toquei a campainha, menos de um minuto depois minha sogra abre a porta e me puxa para um abraço sufocante. Vejo que sua feição está preocupada, meu alarme interior se acendeu e Naruto me veio à mente, será que algo aconteceu?

Me separei da ruiva e meus olhos já diziam tudo, ela tratou de me acalmar.

— Calma querida, Naruto está bem, mas estou preocupada com ele...

— Porque?

— Ele foi ao antigo apartamento dele e de Shion...

— Oh entendi... Acha boa ideia eu ir até lá? Quero dar algum apoio para ele...

— Acho ótimo minha filha até te deixo lá, deixa só eu pegar minha bolsa, um minutinho. — Assenti e aguardei a ruiva pegar seus pertences e seguimos em direção ao endereço. Ela me explicou qual apartamento era e subi, tive medo de ser invasiva - afinal era Shion - mas também tive medo dele precisar de mim e eu não estar lá por ele. Quando cheguei, vi que a porta estava entreaberta e entrei, ouvi um barulho de soluços baixinhos e meu coração já se apertou, segui em direção ao som e o vi de costas segurando alguma coisa.

Acabei por abraçá-lo e ele me pareceu grato por estar ali, me senti feliz por poder ajudá-lo de alguma forma.
Ele cuida tanto de mim.

Acabei por pegar um álbum e folhear um pouco, Shion era cheia de vida e parecia ser muito carismática. Não preciso mencionar que ela era linda de morrer e acabei por externar meu pensamento enquanto a admirava.

Achei fofo Naru preocupado por eu sentir algum ciúme dela, mas não conseguiria nem poderia. Eu entendo que uma parte dela se uniu a ele e sempre estará lá, não acho isso uma coisa ruim, é a mesma coisa com meus pais. Tenho apenas fragmentos de tudo o que vivemos juntos e são preciosos para mim, não posso abrir mão deles assim como Naru não pode abrir mão de Shion completamente. Minha resposta pareceu satisfazê-lo e me deu um beijo muito gostoso, quando saímos do apartamento carregando os antigos pertences dele e de Shion, me fez um convite engraçado. Me deixou na pensão e disse que me buscava mais tarde e não disse para o que ou onde íamos, estreitei meus olhos em desconfiança, mas a verdade é que eu não tinha a menor noção do que poderia ser.

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