Um lugar para recomeçar

Capítulo 10

Naruto

A feição de Hinata após meu pedido era indecifrável, senti vontade de me bater ou chutar várias vezes por não conseguir calar a boca. Quando ela disse antes que achava cedo se eu achar, levei a sério e resolvi que ela seria minha namorada hoje mesmo. Na verdade a minha vontade é de pedi-la em casamento logo, quero Hinata para sempre comigo e comecei a pensar que ela também me queria assim.

Meu meio minuto de insegurança acabou quando ela me deu um grande sorriso e me beijou, correspondi no mesmo instante, foi um beijo meio desajeitado por estarmos em um assento de roda gigante bem apertadinho, mas não deixou de ser incrível. Ela disse sim interrompendo o beijo várias vezes para repetir essa palavra tão pequena, mas tão linda.

Eu estava nas nuvens, Hinata era oficialmente minha namorada e ela me amava, depois de tantos anos só, finalmente me sentia bem com alguém e estava decidido a ser tudo o que ela precisasse até o fim de meus dias.

...

Um mês se passou desde o meu pedido de namoro à Hinata e tudo tem sido como um sonho. Usamos a maior parte de nosso tempo juntos para conversarmos sobre o passado e nosso futuro juntos. Devo dizer que me segurei diversas vezes para não acabar pedindo a ela que morasse comigo, casasse e tivéssemos dois filhos e um cachorro em uma casa colonial azul bebê com cerca branca.

Hinata é maravilhosa, a cada dia me parecia mais atraente e apaixonante, sua personalidade me fascinava por completo. Na verdade eu não era o único, Hinata fascinava a todos que conhecia, acabou por fazer amizade com todos os meus amigos. Meus avós e meus pais são simplesmente loucos por ela. Definitivamente não parece aquela menina tímida e introvertida que conheci no avião, principalmente quando interage com a pequena Mirai. Quando vejo as duas juntas brincando, meu coração se aquece a ponto de querer explodir dentro do meu peito. Não consigo parar de imaginá-la de vestido branco entrando no altar, para em seguida imaginá-la em nossa casa comigo fazendo carinho em sua barriga proeminente devido a uma gravidez, eu me sentia uma menina pensando nessas coisas, mas meu pai me assegurou que era normal e que quando conheceu minha mãe sentiu exatamente as mesmas coisas.

Decidi vender meu apartamento com as memórias que há muito me dilaceraram, mas que hoje já não me afetam tanto. Sinto falta de Shion, mas não como antes. Hoje quando penso nela, só lembro das coisas boas, dos momentos felizes que passamos juntos e me sinto bem por pelo menos ter tido a oportunidade de conhece-la e vivenciar tudo aquilo com ela. Além do mais, tudo o que vivemos juntos e aprendemos um com o outro serviu de algum aprendizado para mim, de forma que ela nunca morreu de verdade. Se eu estivesse em seu lugar desejaria que ela fosse feliz e acredito que essa é sua vontade para comigo.

Adentrei o apartamento e estava impecável, minha mãe acabou por mandar uma faxineira até ali de tempos em tempos para que tudo ficasse em ordem para quando eu decidisse voltar. Analisei tudo com a nostalgia se apoderando de mim pela primeira vez de maneira positiva, olhei para o sofá, direcionando os olhos para a almofada amarela que eu simplesmente detestava, mas que era a favorita de Shion. Havia uma mancha vermelha bem no meio onde eu acidentalmente derramei um pouco de vinho quando ela me fez gargalhar de algo que não lembro na época. O que lembro foi seu olhar de recriminação e desconfiança em cima de mim por ter achado que eu havia feito de propósito, discutimos em meio a risadas de minha parte que a deixavam furiosa. Sorri com a lembrança e comecei a coletar os objetos pessoais para que os novos donos se mudassem e pudessem criar suas próprias recordações, quando cheguei até o quarto peguei uma caixa onde mantínhamos nossas fotos e vídeos. Levei alguns minutos analisando o álbum como já havia feito tantas vezes antes, abri e o folheei um pouco com um pequeno sorriso no rosto. Peguei nossa câmera fotográfica e vi que havia um vídeo de nós dois logo após pedi-la em casamento, automaticamente apertei o play.