15. Denguinho

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Oi, cheguei pra última do ano!❤️

Havia se passado quase 3 semanas desde a conversa que havia tido com Rafaella. No entanto, as coisas não estavam tão diferentes.

Rafa agora não estava me tratando indiferente como antes, quando eu chegava pras aulas de Madalena, a maior sempre me recebia com um abraço apertado, perguntando como estava sendo meu dia e afins.

Apesar de saber que as coisas não mudariam da noite pro dia, ainda sim estou agoniada com tudo. Está cada dia mais difícil segurar a vontade incontrolável que tenho de beijar Rafaella...

- Bia? - Saio de meus pensamentos quando escuto minha tia batendo na porta.

- Oi tia. - Respondi me levantando pra abrir a porta.

- Oh minha filha, vamos descer pra almoçar. - Disse gentilmente. - Rodolffo e Rafaella já estão aqui. - Arregalei os olhos em confusão.

- Eles... Rodolfffo e Rafa estão lá em baixo? - Tia Meire riu.

- Foi o que eu disse. - Se retirou, me deixando totalmente avulsa sobre o que fazer.

Após alguns minutos tentando arranjar alguma saída, vi que não teria escapatória. Teria que aguentar um almoço com meu primo e sua linda esposa na qual estou perdidamente apaixonada.

- Olá. - Disse assim que me dirigi a sala de jantar, e logo pude perceber os olhos de Rafaella focarem rapidamente em todo meu corpo. Eu vestia um short cintura alta com uma regata preta simples, mas que evidentemente deixa meu corpo bastante a mostra.

- Oh Bia, achei que não fosse descer fia. - Roldoffo foi o primeiro a se pronunciar quase me fazendo revirar os olhos. Nunca tive nada contra meu primo até conviver com o mesmo.

- Oi. - Rafaella se levantou timidamente e me abraçou apertado. Senti seu cheiro doce invadir minhas narinas, o que me fez suspirar. A maior se afastou do abraço e sussurrou: - Você está linda! - Apenas sorri pra ela e me sentei.

- Ei! - Chamei atenção de todos presentes. - Tá faltando alguém aqui, não?

- Madazinha. - Rafa riu. - Ela está com minha amiga Manu, as duas se adoram. - Fiz biquinho.

- Poxa, saudades da minha pequena. - Todos riram.

- Você a vê toda semana, bebê. - Olhei rapidamente para Kalimann, como assim bebê? A mesma nem ao menos percebeu o que disse.

Ao final do almoço agradeci por ter acabado, não aguentava mais Rodolffo com suas histórias e piadas de hétero top, a cada besteira dita era uma bufada não somente minha, mas de Rafa também.

Me dirigi a cozinha para lavar as louças, depois de insistir, Meire permitiu. Comecei a cantar alguma música qualquer animadamente.

- É linda até lavando loucas, como consegue? - Olhei para trás e pude ver a mineira se aproximando e deixando um beijo em minha bochecha, o que fez meu sorriso alargar.

- Para de me iludir, Rafaella. - Joguei um pouco de água na mesma.

- BIANCA???? - Me olhou indignada e indo em direção a pia pra tentar fazer o mesmo, mas desliguei a torneira rapidamente.

- Rafinha, Rafinha, se eu fosse você não faria isso - Me aproximei da mesma e pude perceber o grande passo que ela deu pra trás. - Se você não quiser transformar a cozinha da sua sogra em uma enchente é melhor não começar. - Me afastei rindo debochada e pude ver o bico em seus lábios.

- Vai pra merda, você que começou. - Rimos juntas e o silêncio se instaurou. Terminei de lavar as louças e fiquei de frente a olhando. - Que foi? - Ela perguntou tímida.

- Nada!

- Fala agora. - Pediu com a voz autoritária, o que me fez estremecer um pouco.

- Nada, Rafaella. - Sua face era extremamente séria, seu olhar intimidador. - Tá... é que...

- Desembucha logo.

- Eu sei que tudo isso é complicado e novo pra você, mas - A vi respirar fundo. - Eu estou com uma vontade fodida de te beijar nesse momento que você não faz ideia.

- Bianca, se toda vez que ficarmos sozinhas você falar isso, não sei se vou conseguir me controlar. - Aquilo fez meu corpo queimar só de pensar naquela mulher perdendo o controle e me agarrando loucamente.

- Então perca o controle - Dei uma pausa. - Perca o controle comigo. - Sussurrei chegando mais perto dela e senti sua mão de encontro a minha cintura, apertando o local, o que me fez gemer baixinho.

- Rafa? - Nos separamos bruscamente ao ouvir a voz de seu marido. - Vamos lá?

- Agora? - Viu o homem assentir. - Então vamos. - Bufou baixinho. Quando Rodolffo não estava mais presente perguntei a ela:

- Você tem que ir mesmo? - Fiz biquinho e carinha de choro.

- Você de denguinho me mata sabia? - Riu e apertou meu rosto com as duas mãos. - Mas tenho que ir Bia, preciso buscar minha filha.

- Poxa, queria passar mais um tempinho com você, mas beleza né a vida é injusta mesmo. - A maior gargalhou alto de meu drama.

- Bom, eu tenho que ir mas posso te levar junto também? - A olhei confusa. - É sério, vamos comigo buscar Mada, você já aproveita e conhece a Manoela. Você vem? - Estendeu a mão na qual não cogitei em segurar de primeira.

- Por acaso essa Manoela não é a tia que ensina a Madah todas as dancinhas de música pop, que é do tamanho de um pincher e da doces a ela quando você não está? - Vi a mulher franzir as sobrancelhas.

- Que história é essa que Manu está dando doces escondido de mim pra Madalena? - Engoli seco sem saber o que responder, por que você sempre fala demais, Bianca?

- Foi a Madah que disse.

- Vou matar Maria Manoela!

Entramos no carro da mais velha e fomos em direção a casa da tal Manu.

- Quer colocar música? - Rafaella disse com o carro já em movimento.

- Posso? - assentiu sorrindo. - Tá bom. - Conectei meu celular ao rádio de seu carro e procurei por alguma música.

( https://youtu.be/SVw_SaF2RYI pra quem quiser ouvir a música que elas estão cantando)

- Ahhhhh. - Começou a tocar os primeiros toques. - Como você adivinhou que amo essa música? - Perguntou me encarando e os olhinhos brilhando.

- Não sabia, é minha música preferida, acredita? - Sorrimos juntas.

Tantas palavras
Meias palavras
Nosso apartamento
Um pedaço de saigon
Me disse adeus no espelho com batom.

Cantarolamos juntas a linda canção de Emilio Santiago e naquele momento parecia que o mundo havia acabado e só havia sobrado eu e uma linda mulher dos olhos verdes dentro de um carro apreciando a companhia uma da outra.

- E é só você chegar, pra eu esquecer de mim... - Rafaella cantou me olhando e levando sua mão até meu rosto fazendo um leve carinho e minha bochecha e voltando novamente sua atenção ao volante. Naquele momento tive a total certeza de que enfrentaria o que fosse pra ter mais e mais momentos de extrema paz e conforto com aquele mulher. Era ela!

Meu amores última att do ano!!! Quero agradecer imensamente por geral que lê "Do caos ao amor" e gosta, interage e até mesmo quem lê quietinho. Em um ano tão difícil, decidi escrever algo pra passar o tempo e sem dúvidas me fez bem. Então OBRIGADA!!!
Desejo a vocês um ano novo maravilhoso e que essa merda toda posso acabar em breve! É isso amo vocês e até 2021!🥰❤️

Do caos ao amor - RabiaOnde histórias criam vida. Descubra agora