19. Domingo

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Eu demoro, mas sempre volto tá?

POV BIANCA

4 dias.

4 dias que não via e nem havia recebido sinal de vida de Rafaella.

Lá fora a chuva cai incessantemente, trazendo a sensação de vazio e carência de um domingo a tarde.

Ouço o som de meu celular tocar jogado em algum lugar da cama e por um momento penso ser ela, mas já haviam passado 4 dias e nada. Atendi rapidamente a ligação sem ao menos olhar quem era, naquele momento não tinha esperança de Rafaella me ligar.

- Oi amiga. - E tinha razão, não era ela. Era Mariana, apenas checando se eu estava bem.

Havíamos nos visto sexta à noite, Gonzales me convenceu a ir a seu apartamento para uma noite das garotas acompanhada de Gizelly e Marcela, suas amigas das quais já conhecia.

Ao findar da noite eu já me encontrava alterada pelo líquido ardente que ingeria. Vodka. Pura.

Devido ao meu estado, um tanto quanto caótico, eu já me encontrava despejando tudo o que se passava em minha vida, sem poupar os detalhes para mulheres que eu conhecia há pouco mais de um mês.

Pausa para: BIANCA NUNCA MAIS BEBA. Meu problema com a bebida era confiar em quem fosse e despejar todas as desgraças que me acontecem.

Ao contar tudo para as mulheres, que diga - se de passagem estavam boquiabertas por eu estar me envolvendo com a mulher de meu primo, divaguei em pensamentos e me lembrei do exato momento em que Kalimann havia me beijado e a conversa que tivemos depois.

•Flashback on

- Rafaella... - Disse assim que a maior quebrou o contato entre nossas línguas e distribuiu diversos selinhos em meus lábios.

- Por favor, Bia, não fala nada agora. - Me abraçou e pude sentir as lágrimas molharem meu ombro.

Afastei um pouco nossos corpos e olhei para a mulher a minha frente que secava suas lágrimas. Fiz um leve carinho em sua bochecha deixando um selinho estalado em seu lábio.

- Por que está chorando? -Perguntou com o tom mais doce que pude. - Uma mulher linda inteligente dessas chorando? Ah para né. - Pude ver a mineira sorrir de minha fala e segurei em suas mãos.

- Eu... Bia, eu to com medo. - Olhou profundamente em meus olhos. Com aqueles olhos verdes que diziam tanto, mas ao mesmo tempo buscavam resposta para o que estava acontecendo.

- Do que exatamente? - Perguntei.

- Nós podemos, sei lá - Suspirou. - Conversar em outro lugar? Rodolffo pode chegar a qualquer momento...

Suspirei ao lembrar do homem que além de ser esposo da mulher em que eu havia acabado de beijar, era também meu primo.

Subitamente me veio o uma canção muito popular a mente: Amante não tem lar, amante nunca vai casar. Ri de meus pensamentos e vi Rafaella me olhar confusa.

- Vamos então? - Estendi a mão para a mulher a minha frente que ainda me olhava em dúvida, mas que logo juntou sua mão a minha.

Após alguns minutos rodando a o bairro, uma sorveteria com uma bola de sorvete rosa no topo me chamou a atenção, estacionei o carro ali em frente e a mulher ao meu lado automaticamente me encarou.

- Que foi? - Perguntei sorrindo e retirando meu cinto de segurança. - Não gosta de sorvete por acaso, Kalimann? - Ela riu e repetiu meu ato com o cinto, virando de frente pra mim.

- Quem não gosta de sorvete, Bia? - Riu.

- Não sei, talvez alguém que chute cachorros de rua, que grita com idosos - Rafaella dessa vez riu alto com minha fala e gargalhei junto com a mesma. - É minha rosa, pra não gostar de sorvete só sendo maluco das ideias assim.

Saímos do carro e fomos em direção a grande sorveteria, ao escolhermos nossos sabores voltamos com o alimento gelado para o carro, aonde teríamos mais privacidade.

Apreciamos o sorvete em silêncio, até Rafaella esticar sua colher e pegar um pouco do meu.

- Ei. - Dei um tapinha na mao da mulher que riu e levou a colher a boca. - Ah não, Rafaella. Vou pegar do seu também. - A mineira segurou o potinho e levou até seu peito.

Ficamos alguns minutos em nossa bolha dando risadas e trocando alguns olhares tímidos.

- Bianca... - Suspirou. - Eu preciso entender com clareza o que está acontecendo aqui. - Apontou para ambas.

- Como eu posso te explicar algo que eu não faço ideia, Rafa? - Riu nervosa. - Eu só sei que gosto de você, mais do que deveria e tô ligada o quanto é foda pra você, até mais do que é pra mim, mas... - Abaixou o olhar e pode sentir a mão da mais velha ir até sua bochecha fazendo um leve carinho.

- Sabe o que tem sido foda pra mim? - Perguntou e a olhei - Aguentar um casamento falido, de aparências - Falou triste. - Aguentar um homem ríspido, ignorante, que não me entrega o mínimo na nossa relação, se é que ainda existe uma. - Riu. - Enfim, eu sei que é uma situação que tem muitos agravantes a frente, mas pode ter certeza que não é nem de longe o que mais me preocupa tá? - Sorriu em minha direção. - A verdade é que você me trás uma paz inestimável, e não quero deixar de sentir isso. A única coisa que te peço no momento é paciência. - Respirou fundo. - Tenho muito o que resolver ainda pra poder me entregar 100% ao que quer que seja isso.

- Ai Rafaella por que tu tem que ser tão tudinho assim? - Deixei um selinho nos lábios rosados de Kalimann. - Estar perto de você desde que cheguei aqui em Goiânia foi muito especial pra mim, não achei que teria uma conexão logo de cara com alguém, mas aí vem você com esse zoiao verde que eu amo - Sorriu largo. - Esse narizinho lindo - Beijei a pontinha de seu nariz - E esse sorriso que me deixa totalmente boba... AAAAAA RAFAELLA - Gritei e deu um tapinha no ombro da mineira que não entendeu minha reação - Me tornei quem eu mais temia por sua culpa. - Fingi estar brava.

- Uai, tá doida Bia? Como assim? - Me olhava confusa e não consegui prender o riso.

- Olha como eu tô, completamente emocionada, meu pai - Levei uma mão a minha testa indignada. - Culpa sua. - Rafa gargalhou alto, o que me arrancou um sorriso genuíno. A risada daquela mulher preenchendo minha vida era o que eu precisava!

•Flashback off

Parei de me perder em minhas lembranças quando ouvi o toque de meu celular. Atendi rapidamente ao ver o nome da Mineira na tela.

- Rafaella? - Perguntei.

- Oi, Bia. - Disse simpática mas pude perceber um tom triste em sua voz. - Tá ocupada?

- Não. - Respondi rapidamente. - Aconteceu algo?

- Mais ou menos... - Respirou fundo. - Podemos conversar?

Oieee, como estão?

queria pedir pra quem lê isso aqui e tiver alguma sugestão, crítica, ideia e etc, pode comentar aqui tá? não tô gostando muito da fic, sei lá, mas se vocês quiserem eu continuo.

Enfim me digam ai o que estão achando, se tá boa, se da pra melhorar ou se paro de vez.

Beijinhos, fiquem bem e se cuidem!!!❤️

Do caos ao amor - RabiaOnde histórias criam vida. Descubra agora