XVII

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 *P.o.v Patrícia*

Hoje eu ira a um café com Alice, eu estava nervosa, brava e tudo mais. Ela havia me falado sobre tentar cumprir o que eu iria pedir mas não a entendi, a última coisa que quero é pedir algo a ela. Levantei da cama, separei minhas roupas e fui ao banheiro tomar  um banho, ela chegaria em alguns minutos, provavelmente. Desci para baixo e meu pai já se encontrava em frente a TV assistindo seu jornal, com uma xícara personalizada do Roberto Carlos.

- Oi pai, bom dia! - O chamei e ele se atentou a mim.

- Oi filha, está arrumada! Vai sair? - Me questionou.

- Sim, vou a um café com Alice - O respondi.

- Essa moça foi a causa de você ultimamente está triste não é? - Levantou.

- Eu não posso mentir para o senhor, é sim! Porém hoje vamos conversas e esclarecer as coisas, não se preocupe - O abracei.

- Perfeito filha, conversem - Falou me abraçando de volta.

Depois de alguns minutos um carro para ao lado de fora, era o carro dela. Saí e me despedi do meu pai. Adentrei o carro e a analisei em algumas frações de segundo, ela estava cabisbaixa e sem vida nos olhos, lenta, como se algo a tivesse sugado as energias, pensei que deveria ter tido uma noite em claro, estava muito cansada. Depois de alguns segundo me cumprimentou.

- Oi, bom dia! Me desejou.

- Bom dia - A respondi.

Não havia mais palavras a serem ditas e o que tivesse seria no café, nem imagino eu tentando formular frases com a fome que eu estava. Passamos cerca de quinze minuto até encostarmos o carro em frente a uma cafeteria, ela desceu e abriu a porta do carro para mim. Adentramos o local e escolhemos um local distante das demais pessoas, estava tudo calmo naquela manhã mas algo me dizia que não iria permanecer assim.

- A Beatriz te contou da emboscada para ela no lado oeste da cidade? - Me perguntou quebrando o silêncio.

- Ah, sim! Eu não estava acreditando até que ela me reafirmou e disse que tinha mudado de local para morar - Complementei.

- Sim, lá no meu prédio - Sorriu - Nem pagar o aluguel aquela safada quer.

- A cara dela, porém quero que vá logo ao assunto que me trouxe aqui. Por favor - Eu disse e um garçom se aproximou perguntando o que íamos querer.

- Claro, irei falar - Me respondeu e depois se virou ao garçom - Café preto, torradas com manteiga e queijo, por favor.

- Eu vou querer dois pães recheados com presunto, café com leite e este biscoito doce aqui - Apontei o biscoito que eu não sabia como falar o nome.

Depois de chegar o que pedimos, ela se endireitou na mesa e levantou o olhar para me fixar. Depois de alguns segundos ela iniciou a conversa.

- Eu agi errado durante estes nove dias em que estávamos brigadas, não um erro corriqueiro de apenas não te falar nada ou desejar feliz aniversário - Respirou fundo.

- O que você fez? - A perguntei já com medo da resposta.

- Eu achava que estava apaixonada mas a real que não estou, não que eu não te goste mas a forma como reagi com uma briga tola foi imaturo, como eu te julguei - Enrolou mais uma vez.

- O que porra você fez Alice? - Já tinha levantado a voz e alguns olhares vieram em nossas direções mas depois voltaram as suas mesas.

- Você tinha razão, ela me queria e eu dei a razão ao meu prazer e dormi com Bruna - Jogou com algumas lágrimas nos olhos.

- Você não, não Alice! Não! - Eu não estava me contendo, agora eram duas pessoas chorando.

- Sim, eu fui burra e inconsequente e não posso pedir que me desculpe mas eu estou arrependida, eu est... - Ela não terminou pois eu levantei.

- Não fale nunca mais comigo! Nunca mais entendeu? - A ordenei e saí.

*P.o.v Alice*

Doía, doía muito sentir o peso dos erros. Vejam, eu acho necessário e eu tentaria cumprir o que ela me pediu mas a vontade que eu tinha era de sair e correr atrás dela. Não agir com raiva era crucial, agora eu entendia. Nem todas as palavras bonitas ditas depois de um caos são realmente carregadas de sentimento, somente para quem as escreve. 

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