III

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2 semanas após...

*Pov Alice*

Poderia ser cômico se não fosse trágico, desde do julgamento da Patrícia Marques, eu estava procurando a mesma nas redes sociais. Realmente me preocupou o caso deles.
Estava sentada no meu escritório quando recebo a visita ilustre da minha amiga. Beatriz era uma procuradora no auge dos seus 25 anos, sempre bem maluca, imaginar a Bia era imaginar duas ou mais formas de viver ou de pensar.

- Eai sua vadia! - Disse ela em seu tom brincalhão de sempre.

- Oi Bia, nunca séria não é mesmo sua palhaça de quinta? - Disse também entrando na brincadeira.

- A vida é muito chata Lice, preciso de humor para tudo, senão me afogo - Se sentou no sofá da sala.

- Errada você não está - Concordei.

- Ei, achou a menina lá? A que você com certeza quer pegar - Soltou com a maior naturalidade do mundo, eu devo ter falado demais para ela chegar a essa conclusão errada.

- Espera! O que? Não caramba, eu só estou preocupada, afinal os dois vão ter que pagar muito caro aos Mendes - Isso era um fato.

- Aham, sei! Eu não fico procurando que nem uma doida meus clientes para resolver problemas financeiros - Contestou, como uma boa procurado faria e ainda sendo minha amiga tinha a bonificação de me por na parede.

- Nada disso Bia, nada interesses e sim, bastante preocupação! - Terminei aquele assunto sem fundamentos.

Assim se foi minha tarde de trabalho, quando nós duas estávamos juntas era conversa para mais de horas e nenhum assunto com começo, meio e fim. Eu amava isso.
A noite eu iria para casa dos meus pais, dormiria lá, apesar de ter meu apartamento, estar no lá onde cresci era bom. Meus pais eram uns chatos e egocêntricos , estava lá pelos meus irmãos, Fernando e Daniela que tinham respectivamente 14 e 7 anos.

PM: 6:35

- Mana, você veio! - Disse a pequena Daniela que estava na sala da grande mansão Rubem.

- Oi meu amor, eu prometi não é mesmo? - A abracei com toda a saudade que tinha.

Escuto passos se aproximando e percebo ser minha mãe.

- Ah, boa noite filha! - Disse com sua costumeira educação e semblante fechado.

- Oi mãe, onde o papai e Fernando estão? - Perguntei pois era os únicos faltantes.

- Eles daqui a pouco descem para jantarmos, vá ao seu quarto se preparar - Disse já saindo.

As 7 em ponto estávamos todos sentados na farta mesa.

- Joana, você não sabe o que me aconteceu hoje, rir horrores daquele empregado!  -  Disse meu pai.

- O que aconteceu homem? - Minha mãe franziu com a repentina história.

- Um entregador me pediu demissão e também implorou para que eu comprasse uma moto horrível que ele tinha, não consegui parar de rir - Falou como se fosse  o próprio Deus, estava bem longe disso.

- O que tem de engraçado nisso? O homem deveria estar desesperado - Disse eu com certa raiva da atitude do meu pai.

- Olha, calma mocinha! Sou tão bom que comprei aquela porcaria. - Disse com desdenho do entregador.

- Quanto você pagou? - fiquei intrigada.

- 3 mil reais, era o máximo que aquilo lá merecia - Desdenhou novamente da situação de antigo funcionário.

Não aguentei ficar na presença deles, era chato e triste ter pais tão cheios de si. Eles se achavam donos do mundo por ter dinheiro.
Fui para o meu quarto, meu dia seguinte seria cheio.



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