*P.o.v Patrícia*
Desde do dia da audiência, a minha corrida e a do meu pai era contra o tempo pra ganhar dinheiro e pagar dívida. Meu pai havia vendido o seu único bem, que era a moto que ele trabalhava. O dinheiro era pouquíssimo, 3 mil foi que o deram e a moto por mais que seja surrada e velha, tinha lá suas qualidades, além disto houve de sacrificar seu trabalho para ganhar mais uns mil.
- Foi tudo que me deram filha, guardarei o dinheiro naquela velha caixa de sapatos- Disse ele meio triste e cabisbaixo.
- Certo pai. Bem, eu quero pedir desculpas - Realmente era muito ruim ter que ver meu pai pagando por coisas eu fiz, precisava melhorar.
- Ok, vou sair um pouco. Vê se arrumo outro trabalho - Saiu ele bem depressa, percebi está realmente chateado por ter vendido sua moto.
- Porra PATRÍCIA! - Disse eu com raiva da situação que havia provocado.
Eu precisava urgente de uma renda, pensei em mil coisas para fazer mas nada vinha e eu ainda estudava. Foi quando por sorte ou azar a ideia de vender entorpecentes surgiu, estava na moda vender tais coisas e bem, seria minha ultima catada com a irresponsabilidade.
Entorpecentes é a droga que mais se ver em baladas, tem várias e o poder alucinógeno muito forte, usuários contam que se sentem no Céu, literalmente. Na minha rua existia um fornecedor e eu tinha ouvido por meio de meus amigos que ele estava procurando interessados para serem "vendedores". Eu ainda estava no ensino médio, podia muito bem ser uma forte concorrente ao cargo, já que 18 anos só no ano que vem e além do mais o que poderia dá mais de errado?
Peguei minha mochila e saí atrás do local onde esse fornecedor morava, recebi uma informação e claro que fui bater a porta. Tudo ou nada.- Hum, o que procura? - Disse o homem alto, meio pardo e barbudo.
- Bem, recebi a informação que procuram um vendedor pra distribuir entorpecentes. Estou aqui - Ele riu como se fosse a coisa mais engraçada do mundo.
- HAHAHAHAHA - Soltou o homem em uma risada sarcástica e debochada - O que te faz pensar que quero meninas vendendo minhas coisas? Você não possui as atribuições, vá embora.
- Não possuo? Olhe, eu meio que já estou na vista dos órgãos de justiça, possível que eles achem que eu não retorne tão cedo, além do mais ainda tenho 17 anos e estudo, o que seria muito vantajoso para você, frequento muito baladas por aí e sei que seu produto é bom para este ambiente.
- Hum, você possui uma boa lábia, temos mais 10 interessados! Quer realmente tentar a vaga? Venda para mim essa sacola em menos tempo possível e volte aqui, caso seja a primeira, bem vinda - Disse o homem com autoridade, logo depois, fechou a porta.
Peguei a sacola e saí daquele prédio, havia notado que aquele quarto era tipo um laboratório, certamente ele não morava ali, ele era bem vestido, o que me fez pensar que suas condições eram boas. Agora? A quem posso vender isto de forma rápida e que me pague no mesmo instante?
*P.o.v Alice*
Mais um dia no trabalho, mais processos, mais reuniões, mais tudo! Eu preciso respirar, eu ainda sou nova e já tenho que carregar os problemas do mundo, literalmente! Pedi para Clara, uma das advogadas do meu escritório, se encarregar de ir as reuniões, eu iria sair pela tarde para respirar, eu iria a zona mais pobre de São Carlos, lá existia um tipo de orfanato e organização governamental para as crianças. Umas crianças moravam lá e outras ficavam meio período e voltavam para suas casas. Eu amava ficar lá, era o meu lugar preferido, antes eu poderia dizer que "odiaria me misturar com essa gente", hoje eu sei que tais pensamentos é que me classificam como ser a ser deixado de lado, pena que meus pais não veem isso. Saí depressa de minha sala e fui ao meu apartamento, de lá eu iria para o centro. A casa Arcanjos.
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Next Time
RomancePatrícia Marques, moradora do lado mais pobre da cidade de São Carlos, com grande histórico de processos por pequenos delitos tem em sua vida um encontro com Alice Rubem, advogada conceitual e de família rica, o que nunca foi motivo para ela ser ego...