*P.o.v Beatriz*
Saí da casa da Patrícia e deixei o lado norte, enquanto eu estava dirigindo pude perceber que um carro não havia parado de me seguir por pelo menos uma hora, resolvi testar para ver se eu não estava delirando. Dobrei em uma esquina de um comercio pouco movimento e o carro continuou em minha cola, resolvi ligar para Alice.
Ligação on:
- Hey, alô!
- Oi Bia, tudo bem?
- Tem carro me seguindo Alice, há mais de uma hora.
- Como assim? Sai já daí, onde você está?
- Estou em uma rua menos movimenta...
Meu celular que estava encostado foi ao chão quando me assustei com o barulho no meu ouvido esquerdo, eles tinham atirado para matar! Meu carro era blindado e o homem dá janela continuou atirando, um atrás que surgiu atirando também tentou furar o pneu, demorou cerca de 5 min naquela rua que não tinha fim até que o pneu estourou e bati em um casarão antigo por ter pedido o controle. Eles bateram de propósito novamente no carro, com impacto fiquei um pouco zonza mas me certifiquei que o carro estava trancado, eles continuaram atirando para que o vidro pudesse quebrar, era um armamento pesado e o vidro não aguentaria muito. Vi ao longe uma viatura que estava a paisana atirar contra os homens que se retiraram o mais rápido que podiam depois da troca de tiros. Abri a porta do meu carro e os policiais fizeram as certificações.
- Senhora, está tudo bem? Se machucou? - Perguntou um jovem policial que tinha a minha idade.
- Sim, estou bem. Um pouco zonza na verdade, que nem quando a gente leva chifre. Uma tontura só - Coloquei a mão no ombro do policial que segurou um riso.
- Ok senhora, carro blindado? - Acenei que sim com a cabeça - Te salvou, o que faz para andar com o carro assim? - Perguntou investigativo.
- Eu sou promotora, não tenho meu título aqui. Vou retornar a ligação que perdi no tumulto, com licença - Fui ao carro pegar meu celular.
Ligação on:
- Bia, Bia você está bem?
- Estou, se acalma. Não conseguiram quebrar o vidro do carro com as balas e pela graça, uns policiais estavam a paisana.
- Graças! Me passa a localização do seu carro que eu mando buscar.
- Tudo bem, vou com os policiais para prestar queixa.
*P.o.v Alice*
Beatriz me enviou a localização e eu tratei de contratar um reboque para o carro dela. Eu não sei o motivo do atentado, tem muitas possibilidades já que ela é da justiça e especificamente da área de acusação. De chefes do tráfico ou apenas um aviso, tudo deveria ser levado em consideração.
- O que aconteceu filha? - Disse meu pai entrando na sala.
- Beatriz sofreu um atentado, só não morreu por causa do carro blindado - O deixei saber da situação.
- Isso era de esperar, qual amparo a promotorinha iria ter nesta área? Nenhuma! A família se sustenta por ela, o nome é mais vazado que os casos da tv. Ela vai morrer em breve - Soltou ríspido e carregado de preconceito.
- Você não sabe do que estar falando, para de diminuir os outros assim - O lancei com a voz alterada.
- Apenas falo a verdade filha, você tem amparo se pegar qualquer caso de risco e ela não, bem simples não acha minha princesa? - Falou em sua calmaria.
Saí da sala para fora daquela casa, voltei ao meu apartamento para falar mais uma vez com Beatriz. Ela me disse que já tinha feito a denúncia e que também colocou seguranças perto da casa dos familiares, ela ficaria no meu prédio em algum apartamento vago por enquanto, voltar para a casa, usar o mesmo carro ou fazer o mesmo trajeto era suicida. Depois de algumas horas vejo que alguém bate na minha porta, olho pelo o olho mágico e vejo que é a Bia.
- Hey piranha, olha eu vivinha - Disse me abraçando.
- Olha para você, nem parece que foi perseguida - A segurei pelo o ombro.
- Perigos da profissão, agora deixa eu entrar. Minhas coisas só chegam amanhã no meu novo apartamento grátis, eu sei que você não vai me cobrar estadia - Deu uma piscadela - E bem, minhas roupas só mais tarde.
- Você não existe, pelo o amor de Deus! - Segurei o riso.
- Estive com a sua Indiazinha - Me olhou.
- Oh, minha não! Não temos nada, certo? - Falei.
- Nada oficial mas eu sinceramente não acho correto essas incógnitas - Me lançou de volta e depois completou - Você e essa cara de quem fez merda, o que fez? - Soltou.
- Além de não fazer nada para o aniversário dela e eu me deitar com Bruna? - A perguntei falando a última questão baixo.
- Como? Alice não! Você não se prestou a essa irresponsabilidade emocional, você não fez isso! - Me lançou com um olhar de que eu dissesse que estava mentindo.
- Sim, eu fiz e me arrependo ok? Não sei, me deu vontade e eu fui e quando dei por mi... - Ela me segurou pelo o ombro me balançando.
- Alice ela estava chorando por causa de você! Ela estava com medo de ser trocada, ela está sofrendo e você para sofrer foi para a cama de outra mulher? Vocês não tem nada, isto é certo mas que tipo de paixão é essa? - Claras palavras , são boas tapas.
- O que eu faço? Eu gosto dela Bia, eu gosto mas eu ainda sou bastante inconsequente pelo o que vejo - Terminei e outra batida na porta se ouviu.
Beatriz e eu nos olhamos, a deixei na sala onde ainda dava para ver a porta. Caminhei até ela e abri, era a Bruna.
- Oi Alice - Me deu selinho.
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RomansaPatrícia Marques, moradora do lado mais pobre da cidade de São Carlos, com grande histórico de processos por pequenos delitos tem em sua vida um encontro com Alice Rubem, advogada conceitual e de família rica, o que nunca foi motivo para ela ser ego...