*Pov Alice*
Patrícia, esse era o nome da garota e que por sorte e ironia, foi a mesma que dei bom dia a minutos atrás.
- Oi Patrícia, bem, eu sou a Alice e irei cuidar do seu caso - Tentei soar a mais simpática possível.
Ela parecia processar as palavras, mas logo respondeu.
- Ué, mas eu não chamei nenhuma advogada, aliás, nem tenho dinheiro para isso! - Soltou fazendo uma cara de poucos amigos.
- Entendo, mas em seu caso a defesa será necessária, a senhorita cometeu um ato vândalo - Expliquei para que a mesma se habituasse.
Fomos interrompidas por um senhor, pela semelhança com a Patrícia, deduzi ser seu pai.
- Senhora, quanto isso vai custar? - Disse o senhor um pouco nervoso.
- Oh, não se preocupe! - Tentei o acalmar - Tudo será por conta do estado, todo cidadão tem direito a uma defesa!
- Nossa, não sabia disso - Seu nervosismo antes aparente havia se suavizado - Eu me chamo Alejandro Marques, desculpa não me apresentar.
- Tudo bem, não se preocupe - Disse cordial.
Dando início a sessão, fomos chamados a frente.
- Patrícia Marques, caso 6. Está sendo acusada de pichar propriedades privadas e... - Ele havia sido interrompido.
- Vocês são videntes? Não vejo nenhuma prova contra mim, quem disse que foi eu? - A garota sentada ao meu lado disse com toda a convicção do mundo.
Ali eu vi uma menina totalmente doida e socorro, a minha vontade era de rir. Ela parecia uma mistura de índia com gangstar, tinha uma voz encantadora. Saindo de meus devaneios ao pensar na garota, a segurei pelo o braço e falei próximo a ela para que não voltasse a repetir o ato.
- Calma Patrícia, deixe o juiz terminar. Se você falar muito, isso poderá ser usado contra tu mesmo e você não quer isso, quer? - A encarei.
- Ah, tá bom. Desculpa - Se acalmou.
Credo, a coisa mais fofa do mundo.
- Continuemos, se a senhorita Patrícia atrapalhar mais uma vez, terei que retirá-la do local e colocá-la na prisão e tenho dito - Disse o juiz transparecendo a arrogância e a vontade de terminar aquilo o mais breve possível.
- Perdão Senhor juiz, ela não falará mais a não ser quando chamada - Tentei suavizar os ânimos.
Bem, a Patrícia estava em uma justa grande. O casal Mendes que era a família em questão pedia o valor de 30 mil reais por todos os danos. O pai da garota de branco pardo, passou a verde.
O advogado da família era muito competente, dali eu já percebia que era caso perdido.AM:11:45
Estava dado encerrado o caso, a garota e o pai teriam que pagar o valor de 46 mil reais e isso tudo por causa do juiz que ficou com raiva pela Patrícia interromper ele a cada 15 minutos.
- Estou morto, Patrícia minha filha, eu vou preso! - Disse o homem desesperado.
- Calma pai, vamos dá um jeito, esses caras são uns merdas mesmo - Disse ela na típica defensiva, como se não fosse algo demais.
Vendo que o senhor estava extremamente desesperado, tentei ajudar já que a vida me tinha dado condições.
- Desculpa me intrometer, mas eu posso pagar por vocês- Disse tentando amenizar o caos eminente. Eu não saía por aí oferecendo valores exorbitantes mas neste caso eu havia me interessado.
- O que? Tá achando o que riquinha? A gente vai dá um jeito. Fique com seu dinheiro, não precisamos - Disse a garota com certa raiva de minha atitude.
- Calada Patrícia, desculpa senhora Alice, olhe, eu agradeço a ajuda mas não quero lhe incomodar - Falou calmamente, o que não condizia com o estado de seus olhos.
Quando eu ia responder, recebo uma ligação que deu tempo suficiente para os dois saírem correndo de minha frente.
Por mais que eu tenha sido tachada de "riquinha", aquela garota me encantou e eu juro que não sei de onde isso veio, aquela seria provavelmente a última vez que a veria, talvez não tivesse a próxima vez. Atendi a ligação e me coloquei a andar pois o dia seria cheio.
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RomancePatrícia Marques, moradora do lado mais pobre da cidade de São Carlos, com grande histórico de processos por pequenos delitos tem em sua vida um encontro com Alice Rubem, advogada conceitual e de família rica, o que nunca foi motivo para ela ser ego...