VIII

28 2 7
                                    

*P.o.v Alice*

Já era por volta das 22:50 da noite quando resolvo sair do escritório, por lá ainda estava minha secretária, estava fazendo hora extra naquele dia.

- Então Thaís, alguma ligação? - Perguntei a moça.

- Sim senhora, uma moça chamada Patrícia falou sobre uma tal vaga de estágio mas logo disse que nada existia a ser cogitado sobre mesmo - Disse normalmente.

- Ai meu Deus, Patrícia? O Eric não lhe falou sobre a vaga de estágio? Meu Deus, preciso falar com ela urgente. Provavelmente ela tá achando que inventei isso. Com licença Thaís, pode fechar o escritório. 

- É... Sim senhora - Escutei baixo pois estava correndo.

Saí em disparado para fora daquele prédio, precisava urgentemente falar com ela, sabia do gene da moça e era forte demais pra aceitar qualquer papo. Como vou conseguir o número dela meu Deus?
Em uma sacada de gênio, lembrei que Amanda era amiga dela, fiz uma ligação e obtive sucesso.

Ligação on

- Alô? Boa noite! Amanda?

- An, ah! Oi Alice, tudo bem?

- Sim sim, eu queria lhe pedir um favor.

- Ah, essa hora Alice? O que tá aprontando?

- Nada ué, só preciso do número da Patrícia, por favor.

- Hum, tá tá. Vou vê aqui e te passo por mensagem.

- Obrigada Manda.

- De nada Alice.
...

Passado o número era a hora de ligar para a pequena fera. Liguei umas 5 vezes e nada dela, pensei em desistir de andar sem rumo pela cidade e ir para casa, era o mais sensato. Porém eu precisava vê aquela menina mais uma vez naquele dia, saí depressa para o lado sul. Chegando no alto da ladeira, vejo que minha ida era em vão, já estava tudo apagado e provavelmente ela estaria dormindo.

- Droga Alice, droga - Disse para mim mesma.

Desci aquela grande ladeira novamente sem esperanças de ver ela e eu sei que isso é um pouco de drama, mas vejam, a paixão é louca e cega a nossa visão. E eu acabo de afirmar que estou apaixonada, oh meu Deus.

*P.o.v Patrícia*

Havia saído de casa para vender os entorpecente, não era muito bom pegar a encomenda de um traficante e sumir com ela, eu deveria pensar outras vezes antes de agir no impulso, mas já estava feito, depois de vender tudo eu iria dizer que desisti da ideia e eu espero fielmente ser a última a chegar a vender.
Consegui vender alguns e já estava no ápice do cansaço, era mais ou menos 23:18 da noite. Realmente, aquela não era a noite que eu iria dormir. Passando por uma das vielas do bairro, vejo um carro familiar se aproximar, eu poderia imaginar tudo, menos que justo Alice Rubem estaria a essas horas neste lado da cidade.
O carro parou em minha frente e de dentro ela me chamou.

- Hey, o que você faz por aqui? - Me perguntou.

- Eu estou tomando um ar riquinha, nada demais - Menti.

- Então o que uma garota de 17 anos está fazendo na rua a meia noite e com uma sacola estranha na mão? - Reformulou a pergunta.

"Porra, porra a sacola Patrícia! Como eu sou burra."

- Não interessa - Cortei.

- Certo, bem, eu queria pedir desculpas por horas atrás. Um de nossos funcionários não passou a informação para a secretaria sobre o estágio - Iniciou abrindo a porta do carro, eu adentrei, estava frio São Carlos.

Next TimeOnde histórias criam vida. Descubra agora