4. Anjinho

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Olhei ao redor e estava em uma caverna, minhas mão eram pequenas, eu era pequeno, acho que estava na forma de criança, me sentei vento que vestia roupas surradas, desgastadas de tanto uso e meladas de terra. Olhei ao redor, estava frio, eu me encobria com um casaco preto grosso, deitado sobre uma blusa preta velha em farrapos, no centro da caverna tinha um fogueira pequena da onde emanava o pouco de calor que impedia de eu morrer de hipotermia e enxergar a caverna na luz fraca que a fogueira emanava. Passos distantes vinheira, logo um mulher de blusa preta, casaco grosso e calça preta de moletom entrou na caverna, ela tinha o cabelo negro e os olhos verdes, ela sorriu gentilmente pra mim.

- já acordado a essa hora pequeno Ryan?- ela falou, sua voz era como melodia pra mim.

  Via que ela carregava a tristeza no olhar mesmo com um sorriso nos lábios, ela tinha uma sacola nas mãos, ela veio até mim, percebi que ela mancava de leve , ela me pagou nós braços, seu calor corporal era tão reconfortante nesse frio intenso, ela me embrulhou com casaco que usava como lençol, ela foi até o fundo da caverna, perto da fogueira e se sentou comigo no colo. Era tudo tão bom, mesmo com tudo a nossa volta não tendo luxo, a presença dela era boa, ela tirou da sacola uma garrafa plástica com um liquido vermelho.

- aqui pequeno- ela falou me entregando a garrafa, a segurei na mão e olhei pra ela, seu rosto tinha uma estatura esquelética, seu corpo era frágil e magro como se estivesse com fome a muito tempo.- o que houve Ryan?- ela perguntou com gentileza e carinho na voz. Peguei a garrafa e estendi a oferecendo, ela estava com muito mais fome do que eu- não pequeno, não se preocupe comigo, eu já comi- inclinei a cabeça, ela não tinha cara de quem estava saciada e sim sem comer a vários dias. Continuei a estender a garrafa pra ela, sabia que tinha sangue dentro dela, o que eu não entendia é o porque ela está me dando ele já que eu não bebo sangue- você precisa se alimentar mais que eu- ela relutou e abriu a garrafa, me dando.

  Senti o gosto do sangue inundar minha boca, então algo profundo despertar, com uma sede e fome voraz, não era eu, era como um extinto primitivo e animal que fez garras negras despontarem de meus dedos pequenos e agarrarem a garrafa com fervor e engoli o sangue com pressa e necessidade. 

- calma ou vai se entalar- ela falou rindo de meu desespero e da minha sede voraz, nunca senti isso antes. 

  Assim que o sangue acabou eu ainda senti a sede e a necessidade de mais, porém não tinha, ela tirou a garrafa de minhas mãos e limpou minha boca, a delicadeza com a qual fazer isso e familiaridade, então agarrei sua blusa, seu cheiro, por baixo de toda a camada de terra, suor e sangue. Ela cheirava a flores do campo, ela me confortou em seus braços.

- eu te amo meu pequeno Ryan- ela falou e me deu um beijo na testa e sorriu, eu a olhava abismado, o conforto era tão familiar, sua voz, seu cheiro e seu rosto, tudo era tão familiar. - isso tudo vai passar, tudo vai ficar bem-ela falava como se estivesse falando mais pra si mesma que pra mim, eu só senti meus olhos pesarem e eu ficar sonolento- boa noite meu pequeno Ryan- então eu adormeci.

RYAN:

  Acordei num pulo, ofegando e suando frio.  Isso de novo? Eu já tive o sonho com essa mulher antes, mas foi a anos atrás, pensei que tinha parado, porém não pararam. Olhei pra o relógio na cabeceira da cama e eram 8h45, vou levantar logo, ainda tenho que conversas com meus pais sobre o companheiro da Alry. Fui pre o banheiro e tomei um banho rápido, me vestindo pra o trabalho e depois do trabalho iria o passar com a Alry, sei que ela estaria uma pilha por causa do companheiro. Sai do quarto bocejando em quanto pensava na Alita, será que ela estava bem?

  Fui no quarto da Alry e peguei a mochila da escola dela. Estava descendo as escadas de casa, com minhas mente ainda iniciando, pós e estava com muito sono pela ressaca, quando escuto a campainha tocar, meu pai que vai atender, travo no meio da escada assim que vejo quem está na porta. O filho do rei do supremo alfa, Christoper.

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