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A agua caia no meu corpo e eu só conseguia lembrar do que aconteceu a 10 minutos atrás e automaticamente o sorriso abria a cada lembrança. Estava tomando banho no banheiro do quarto dele, usando os produtos dele, acho que eu estando ficando envolvida demais nele.

E eu não posso, ele pode ser lindo, perfeito, ter aquele sorriso cafajeste, aquele cheiro viciante, mas ele também é o dono do morro, traficante, assassino e entre outras coisas.

Não era essa vida que eu queria pra mim, mulher de traficante,  virar alvo dos inimigos dele, desliguei o chuveiro e sair do box, me olhei no espelho e sorri, eu estava querendo enganar a quem? estou mais do que envolvida.

Sai do banheiro e ele estava na varanda do seu quarto de costa, com sua calça moletom,  me sequei e abre o guarda roupa dele peguei uma camisa dele e uma cueca, me vestir e fui até a varanda, ele tava olhando a rua com seu baseado entre os dedos, encostado  no muro.

- Oque acontece agora?- perguntei, temendo pela resposta dele, mas eu precisava saber, oque ia acontecer, depois disso, ele me olhou.

Kenai: Eu também não sei, deixa rolar, sem pressão, sem rotular, tá ligado ?- falou colocando seu baseado na boca.

- Entendi.- respondi, era obvio que não era essa resposta que eu queria, mas pelo visto, essa seria a única, não que eu quisesse me casar agora, mas não era isso que eu queria ouvir.

  Kenai: Eu não quero um relacionamento serio por agora, Alana.- falou soltando a fumaça 

- Eu já entendi Luan, nem eu quero nenhum relacionamento serio.- falei dando de ombro 

Kenai: Luan.- falou sorrindo de lado

Kenai: gosto quando me chama assim.- falou se aproximando de mim e segurando na minha cintura com uma das suas mão e com a outra segurando seu baseado.

- É?- sorri também 

Kenai: você é uma das poucas pessoas que me chama assim e é a única que eu gosto.- falou soltando o baseado e colocando sua outra mão na minha cintura, só aquelas poucas palavras dele fez meu coração acelerar e um sorriso besta escapar dos meus lábios.

- Gosto de ficar com você.- só depois que falei que percebi oque tinha dito, Kenai se afastou na mesma da hora, obvio né.

Kenai: acho que tá na hora de você ir.- falou se afastando de mim, também nem disse nada, apenas concordei com a cabeça, no fundo eu já estava esperando por isso.

Entrei no quarto, peguei minha roupa pelo chão do quarto e entrei no banheiro, olhei meu reflexo pelo espelho do banheiro e sorri sarcasticamente, oque eu estava esperando? eu admito, fui muito burra em achar que ele também pudesse gostar de ficar comigo.

Uma lagrima solitária escorreu pelo meu rosto mas eu tratei logo de limpar, lavei meu rosto e vestir minha roupa sai do banheiro e ele não estava mais no quarto, sorri de lado.

Agora vem a parte que ele começa me evitar, ia deixar a camisa dele ali, mas achei melhor levar pra lavar né?

Henrique narrando:

- você não tinha o direito de esconder isso da gente.- falei com o senhor que que estava em pé na minha frente, eu estava a ponto de explodir, minha cabeça tava doendo com tanta informação em um só dia.

Jorge: deixa eu me explicar filho.- falou tentando se aproximar mas logo tratei de me afastar.

- A mãe sabe?- perguntei olhando pra cara dele, ele abaixou a cabeça e balançou negativamente.

- Você pelo menos pensou em contar isso a gente, algum dia?- perguntei

Jorge: foi um erro antigo meu filho, eu já me arrependi.

- Erro antigo?- rir amargurado, eu não estava reconhecendo aquele cara que estava na minha frente, aquele não era o meu pai, o pai que eu tanto admirei, que sempre esteve comigo e com mina irmã.

- O senhor teve uma filha fora do casamento e nunca nem se quer quis saber da existência da menina, você viveu por anos tendo duas famílias, duas casas.

Jorge: Eu era novo, meu filho não sabia oque estava fazendo.

- Você ficou 4 anos vivendo uma vida dupla, sem saber oque tava fazendo? a faça me o favor né.

Jorge: você tem razão

- Eu quero conhecer ela.- falei

Jorge: quê? não, você não pode largar tudo aqui pra ir atrás de alguém que você nem conhece.

- EU NÃO CONHEÇO POR SUA CAUSA, EU TENHO UMA IRMÃ E NEM SABIA DA EXISTENCIA DELA, POR SUA CAUSA.- falei apontando o dedo na cara dele, eu estava nervoso, passei a mão no rosto na tentativa de me acalmar.

- Vou pro Rio de Janeiro amanhã, vou ficar na casa da Karina, nem que eu revire aquela cidade de cabeça pra baixo, mas eu vou achar a minha irmã.- falei saindo dali e indo pro meu quarto arrumar as malas.

Meu pai e minha mãe estão separados a quase 10 anos, eu moro com meu pai e minha irmã Soffia com minha mãe, trabalho na empresa com meu pai e por um acaso eu escutei uma conversa dele com um dos seus mais fiel amigo e descobri tudo.

Que meu pai traia a minha mãe e quando descobriu que ia ter uma filha fora do casamento fugiu do mapa, que nem bandido corre de policia. E o pior que ele nem se quer se arrepende de não ter procurado a menina, manda uns míseros 300 reais por mês, sendo que ele pode mandar muito mais que isso.

Meu pai é advogado, trabalha em uma das maiores empresas de São Paulo, eu quero conhecer a minha irmã, saber como ela é se ela está bem, se precisa de alguma coisa, afinal ela é o meu sangue e só por isso eu já amo.


Meu larOnde histórias criam vida. Descubra agora