Após ter escutado toda minha play list, tiro meu fone e percebo que os tiro pararam, então decido descer pra ir a procura de Felipe, preciso ir para minha casa, minha mãe já deve tá doida atrás de mim.
Desço as escadas e me assusto ao ver Felipe passando pela a porta apoiado né um cara super gato, de cabelo platinado, porém gato, volto o meu olhar a Felipe que tá com a camisa toda manchada de sangue e me desespero indo até ele.
- Oque aconteceu menino?- Pergunto desesperada me aproximando dele, enquanto seu amigo me olha como se eu fosse retardada.
- Tomei um tiro de raspão- arregalo mais o olho, eu não era acostumada com essas coisas, meu Deus do céu.
- Como assim ? Oque você tá fazendo aqui? Deveria está no hospital.- falo o óbvio e os dois começa rir da minha cara, oush, falei oque de engraçado ?
- Quem é essa maluca leque? - o amigo gato dele perguntou, como se eu não estivesse ali.
- Alana, a mina que falei que quase atropelo mais cedo, quando estava vindo do corre do asfalto.- corre ? Que corre gente ? Pera, ele falou de me pro amigo dele ? Falou oque ? Espero que seja coisa boa.
- Prazer - Falei estendendo a mão, pra ser educada né.
- Satisfação gata, prazer só na cama- falou segurando minha mão, revirei os olhos com seu comentário desnecessário- Já é, tô indo Fl, tá entregue, fé ai, amanhã cedo na boca viu ?- falou fazendo toque com Felipe - a gente se ver gata.
Falou piscando pra mim e saindo do meu campo de visão, novamente revirei os olhos, menino idiota, já não gostei.
- Liga não, Kenai é assim mesmo- Felipe falou tentando se sentar fazendo cara de dor, já que o tal tiro foi na barriga.
- Vem cá, deixa eu te ajudar- ajudei ele a sentar e a tirar a camisa.- Tem Kit de primeiro socorros aqui ? - Perguntei já imaginando a resposta
- Tem, segunda porta a direita, no quarto da minha mãe, dentro do guarda roupa, leva um banco já que você é Anã, com certeza vai precisar- revirei os olhos e rumei o travesseiro nele.
- Hahaha cheio de graça, você né ?- Falei indo pegar o banco que tinha ali na bancada, que dividia a cozinha da sala.
- Tenta não mexer em nada tá? Minha mãe é enjoada pra esse lance de organização.
Peguei o banco e caminhei até a escada, entrei no quarto super organizado e muito lindo por sinal, não mexi em nada pra não tirar do lugar, abrir as portas do guarda roupa e vi logo acima um kit de primeiro socorros, peguei e tratei de sair logo do quarto.
- Pronto, desculpa perguntar, mas cadê sua mãe?
- Relaxe, não precisa ter medo de me perguntar nada, minha vida é um livro aberto- Sorriu- Minha mãe é enfermeira, trabalha no hospital no asfalto, hoje ela tá no Plantão da noite, só chega pela manhã.
- Entendi, já que sua vida é um livro aberto, não vai ligar se eu te fizer outra pergunta né? - Falei enquanto limpava o local do ferimento pra fazer o curativo, como o tiro foi de raspão, não precisava de tanta coisa.
- Pode sim, já até imagino oque seja, mas manda aí.
- Você é traficante ? - Ele me olhou e riu da minha cara. - Que foi ? Qual a graça idiota ?
- Sério? Eu saí armado, moro na favela, levei um tiro, policial que eu não sou né Alana- falou como se fosse óbvio
- Sei lá né, por que entrou nessa vida? - Perguntei, vendo que ele ficou incomodado com a pergunta- Não precisa responder se não quiser.- Falei rapidamente, ele é um traficante ne gente? Vai que ele me dar um tiro por tá entrando na vida pessoal dele.
- Não tem um porque exato Alana, meu parceiro Kenai começou nessa vida por necessidade sabe ? E como eu estava sempre com ele, acabava indo com ele pros corre, conhecendo o movimento e quando fui ver já estava nessa, aí não tinha mais volta, quando você entra fica difícil sair sabe?! Mas hoje tamo aí, hoje ele é patrão e eu sou sub patrão- falou finalizando e sorrindo no final
- Como assim sub patrão?
- Você é meio lerda né?- apertei o machucado dele- Aii idiota, faz isso não, eu hein, em outras palavras, ele é o dono na Rocinha e eu sou o braço direito dele.
Arregalei logo o olho, meu Deus do céu, eu estou dentro da casa do braço direito do cara mais procurado do Rio, Jesus do céu, ele não é um laranja qualquer gente, ele é o braço direito do chefe, aí meu pai, morri já.
- Calma pow, não precisa arregalar esse olho de bomba- Falou rindo e eu rir também, Felipe nem parecia ser traficante, que dirás braço direito de um cara super barra pesada.
- Cara, eu não imaginava que você era tudo isso, meu Deus, tô dentro da casa do braço direito do cara mais procurado do Rio de Janeiro, você não vai me matar né?
E novamente ele riu, ele deve tá achando que eu sou palhaça, né possível, eu falo "a" e ele já tá rindo, eu hein.
- Não Lana, só se você for x9, x9 nos não perdoa - terminei o curativo e levantei, querendo ir embora.
- Será que tem como você me deixar na entrada do morro? de lá eu me viro, minha casa não é tão longe de lá. - Perguntei, ele olhou pra me sem entender.
- Desculpa baby, mas não vai rolar- Falou, já me assustei né.
- Felipe minha mãe é pobre, não tem um centavo ela trabalha fazendo quentinha e como faxineira, meu padrasto é um cachaceiro, pelo amor de Deus, ela não tem dinheiro pra pagar um resgate.- Falei tudo muito rápido com os olhos cheio de lagrima.
Continua.....
Revisado ✔
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Meu lar
Novela JuvenilA vida tende a pregar peças no momento mais inoportunos e no meu caso não foi diferente, minha vida virou de cabeça pra baixo de uma hora pra outra, minha vida nunca foi perfeita mas se vocês pesam que não podem piora, eu te garanto que pode piora m...