Meu lar

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Cara eu não acredito que além de cachaceiro, machista, agressor, ele ainda é drogado. Um verdadeiro embuste. Ai que ódio, tomara que ele tenha uma overdose e morra, Deus que me perdoe.

Nesse momento estou deitada na minha cama, pensando em como devo contar a minha mãe sobre oque eu vi mais cedo e como ela vai reagir em relação a isso, espero que dessa vez ela tome uma atitude e largue ele.

-Alaaaanaa, vai na padaria comprar pão- escuto minha mãe gritar do andar de baixo, é pelo visto passei a noite em claro mais uma vez, é  sempre assim, não consigo dormir quando estou preocupada.

- Já estou indo mãe, só um minuto- Levanto em caminho ao meu guarda roupa, pego um short Jeans curto e uma blusa larga, meu hobby é usar short curto e camisa larga com as minhas amadas havaianas.

Caminho até o banheiro com a minha roupa e minha toalha, na intenção de tirar a cara de morta viva, tomo meu banho, escovo meus dentes no box do banheiro mesmo e me visto no banheiro, não gosto de ficar perambulando pela casa de toalha, sei lá, melhor preveni do que remediar.

Depois de me vestir caminho até meu quarto, penteio meu cabelo, passo desodorante, hidratante e perfume. Ok que é só pra ir na padaria mas é bom tá cheirosa, vai que encontro o Caio Castro pra me dar um cheiro.

Desço e encontro minha mãe na cozinha passando o café, graças a Deus o embuste não tá em casa.

- O dinheiro esta no raque, compre 2 reais de pão e um pacote de leite, hoje só vai ser eu e você pra tomar café, Rogerio saiu pra procurar emprego.

- Seei bem o emprego que ele foi procurar, só a senhora que acredita nesse papo. - Falei já sem paciência, a pessoa saber e aceitar é uma coisa, mas a pessoa ver e fingir que não esta vendo ai já é demais.

- Por favor não começa Alana, você é muito nova pra entender.

- Entender oque mãe ? que o cara te bate? que é um cachaceiro? que não coloca nada dentro de casa e ainda por cima é um drogado. - Pronto perdi a paciência de vez.

- Chega Alana, cuida da sua vida, eu sou adulta e sei muito bem oque é melhor pra mim.

- Se você acha que esse cara é o melhor pra você por mim tudo bem, não irei me meter mais. - falo e caminho até a porta, sem paciência, já cansada de toda vez isso, ela defendendo esse cara de unha e dentes.

Pego meu celular e meu precioso fone, pronta pra esquecer da vida e caminho até a praça. Poxa gostaria muito de sentar com alguém e chorar, contar tudo sabe ? falar sobre tudo, todas as minhas dores. Pra quem tá de fora pensa que é besteira, que é "drama" mas não é, não é fácil ver a sua mãe passando por isso e ainda querer continuar.

Com os pensamentos longe acabo atravessando a pista sem prestar atenção, só percebo quando vejo o farol na minha cara, acabo me desequilibrando e caindo.

- Droga, era só oque me faltava - falo vendo meu joelho ralado

- Se machucou ? - O menino da moto pergunta encostando ela e descendo pra me ajudar a levantar.

- Só um pouco no joelho, mas tá tranquilo, nada demais.- Respondo fazendo pouco caso.

- Deveria prestar mais atenção antes de atravessar a pista, poderia ter acontecido algo pior.

- Verdade, obrigado. - respondo já querendo ir embora, não estou nem afim de ouvir sermão uma hora dessas, ainda mais de um desconhecido. 

 - Mas você tá bem mesmo ? Eu moro aqui perto se você quiser podemos ir lá em casa passar uma pomada no seu machucado- Olhei pra cara do garoto pronta pra perguntar se ele acha que eu não assisto jornal, ok, eu realmente não assisto, mas vejo falar sobre vários casos.

Até que ele é bonito, moreno, tatuado, magro, alto, dentes alinhados, bem vestido, com roupas de marca, cordão de ouro, tênis da nike, camisa boa pra roubar.

- Não, esta tranquilo, moro aqui perto também.- Respondo

- Tudo bem, você que sabe, me dar seu celular pra eu anotar meu numero, qualquer coisa é só acionar.- Passei meu celular né, até porque não vi problema, ele me parecia legal e era bonitinho até e eu ia pensar se iria chamar ou não.

(***)

Estou nesse momento trancada no meu quarto ouvindo musica como sempre, no meu fone altíssimo, estava olhando os status de alguns colegas meu da escola que tenho salvo, só pra ver status mesmo. Lembrei do menino de hoje de manhã e decidi mandar uma mensagem.

whats on:  

Eu: Ooi garoto da moto?!

logo ele respondeu, Huum responde rápido,  interessante.

Felipe: Fala tu, diz teu nome pra eu salvar aqui

Eu: Alana, b

Felipe: Tá salvo 'b', qual a boa?

Pelo menos ele digita corretamente, não sei vocês mas eu observo muito isso.

Eu: Por aqui nenhuma, me diz você.

Felipe: Tá por onde?

Eu: Na minha casa ue, vou tá aonde mais ?

Felipe: calma jovem, precisa bater não

Eu: KKKKKK sorry, falei de boa, você que leu com raiva

Felipe: rsrsr, estou afim de tomar um açaí, quer ir ?

Eu: Huuuum, depende, onde seria ?

Felipe: Você mora aonde mesmo ?

Eu: Caminho das arvores, em frente ao morro da rocinha.

Felipe: Aaah tô ligado, cola aqui na entrada em 30 minutos, vou tá te esperando lá jae?

Na entrada da onde gente ? entrada do morro ?

Continua....

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