Meu dia começou de mal a pior quando recebi uma ligação da ala de urgência e recebi a notícia de que Celena está tendo mais um surto psicótico.
Chegando no quarto onde tudo estava acontecendo, me deparei com Théo tentando aplicar a injeção enquanto ela se debatia. Já com uma agulha na mão, andei até celena e a imobilizei pressionando meu joelho na suas costas, e então procurei pela sua veia mais pulsante no pescoço e cravei a agulha, fazendo ela ficar imóvel e dormindo mais uma vez.
Preciso saber quem está cuidando da terapia dessa mulher, não vejo nenhum sinal de melhora desde quando ela chegou aqui. Talvez não seja problema com o médico, só ela que não esteja se adaptando totalmente.
— Quem é o médico responsável pela Celena? — Todos me olharam.
— É o Doutor Kaol — Théo fala.
— No horário de almoço eu quero ele na minha sala, avisem pra ele.
Saí do quarto e me dei de cara com Jason.
O quê ele está fazendo aqui?
Caminhei apressada até ele
— O que você está fazendo aqui? Falei pra você que não pode sair do quarto sozinho.
— Doutora, eu só quis saber porque demorou tanto, está atrasada para a sessão — Ele faz uma pausa e eu já ia falar mas ele me cortou — E eu não estou sozinho, olha ali — ele apontou para uma enfermeira.
— Tanto faz, vamos logo.
E então iniciamos nossa caminhada para o terraço, resolvi que as sessões do Jason seriam feitas lá. Talvez isso faça com que ele se sinta mais livre.
Chegamos no terraço que é situado ao ar livre. Paguei duas cadeiras e as coloquei frente a frente.
— Você domou aquele mulher como um cachorrinho — Ele fala entre risadas e então se sentou
— As vezes, é preciso passar um pouco dos limites, quando não tem ninguém pra ajudar. — Faço uma pausa, e então confinuo: — Mas não estamos aqui pra falar de mim, e sim, sobre você.
— Vai começar.
— Você tem reconhecimento de que as coisas ruins que já fez são ruins?
Ele olhou diretamente nos meus olhos, não gosto desse olhar, é como se ele fosse me devorar a qualquer momento.
— Eu não acho que não coisas ruins — Jason desvia o olhar — Já parou pra pensar, que tudo o que a de "ruim" no mundo foi um homem que determinou que aquilo é ruim, e eu não confio no homem — Ele mais uma vez volta o olhar para mim.
Vai ser mais difícil do que eu pensava.
— Tudo bem, outra hora eu questiono sua desconfiança no ser humano. Me conte Jason. — Olhei no mais profundo de seus olhos — Qual foi a última vez que se sentiu livre da sua própria mente?
Ele paralisou, pareceu tentar raciocinar sobre a minha pergunta.
— Quando eu tinha sete anos. — E ele não falou mais nada, e então entendi que eu teria que perguntar.
— Como é a prisão de sua mente?
E parou para raciocinar mais uma vez.
— É como o próprio inferno comandado pelo diabo — Sua declaração causou um arrepio em minha espinha, mas continuei com o rosto do mesmo jeito que antes. — Eu gostaria que as pessoas passassem um dia dentro da minha mente e pudessem sentir o que eu sinto quando começa a tortura, e o filme do meu passado passa — O escutei atentamente. — talvez assim não me taxassem se louco.
— Eu posso te ajudar Jason, mas você tem que realmente querer a minha ajuda.
Ele me olhou, e pareceu pensar.
— Eu só acho que tenho algum tipo de ansiedade, nada demais. Não era nem pra eu está aqui.
Jason é do tipo de paciente que não faz a mínima idéia de qual é seu real proplema. E eu não posso contar de imediato, isso ia piorar as coisas. Se ele souber da verdadeira doença mental dele, ele poderia entrar em um estado de negação, e isso não seria nada bom.
Conversando mais e mais com Jason, descobri que sua infância não foi uma fase boa dos sete anos pra cá. Desde quando seus pais faleceram. Sei que tem mais coisas que deixa seu passado tão obscuro.
— Jason — O chamei tirando ele de um transe após uma pergunta ter sido feita. — Se não quiser responder, não tem problema.
— Eu não vou responder isso — Uma expressão sombria tomou seu rosto, me fazendo recuar disfarçadamente.
— Tudo bem, bom — Me levantei — terminamos a primeira. — Ele se levanta e já ia saindo, apressado — Espera — Ele para — Olha pra mim — Ele olhou, e eu me aproximei. — Você não precisa ficar desconfortável durante as sessões, eu não irei te julgar, okey — Ele concordou com um breve aceno — Vou pedir para uma enfermeira levar um remédio pra você se acalmar.
— Elas tem medo de mim — Ele olhou pra mim com amargura. — Eu não sei do porque, mas elas tem.
— Por quê acha isso, Jason?
— Ontem, uma delas levou meu jantar, e ela estava muito nervosa com a minha presença e apressada. — Pausa — As mãos tremiam, e tinha suor na testa dela.
Merda. Merda. Merda.
Definitivamente não era pra isso acontecer.
— Com certeza você está pensando errado. Vamos descer, está no horário de almoço e daqui a uma hora é sua caminhada no pátio.
— Quem vai me acompanhar?
— Não sei, talvez seja eu, ou algum outro médico. Não existe só eu neste hospital.
Após deixar Jason no quarto, sem trancar a porta e avisar o segurança do corredor para deixar a porta aberta, segui com a minha caminhada. Hoje eu vou almoçar com o doutor Kaol.
Cheguei na cantina, corri o olho por todo o lugar, e depois de uma breve busca, tive a conclusão de que o doutor Kaol não apareceria para a conversinha hoje. Medroso.
Mas então, me lembrei da outra conversinha que eu resolvi que teria a caminho pra ca, com a equipe de enfermeiros, sobre Jason.
— Cassian — Chamo por ele assim que me sentei ao seu lado.
— Oi.
— Você vai acompanhar o Jason Weber na caminhada de hoje — Ele parou de comer e olhou pra mim.
— Como é?
— É isso mesmo, eu não posso hoje. Tenho uma conversinha série com os enfermeiros.
— E porque tem que ser eu pra ficar com ele?
É percebi que não vai ser fácil, se continuarem desse jeito, demonstrado medo do Jason não vai ser bom. E o pior é que ele percebeu.
O que faço como você Jason?
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《Mentes Imperfeitas》
Misterio / SuspensoJá faz dois anos que Sarah Brixton se formou como Psiquiatra, ela é do tipo que acha que tudo vai dá certo, mas só se ela estiver no comando, e movendo cada peça como deseja, como uma partida de xadrez. Em seu ambiente de trabalho, Sarah não passa...