《CAPÍTULO 22》

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Sarah acordou com o sol começando a surgir, ela não se lembra em qual momento da madrugada se rendeu ao sono. Após abrir os olhos e observar o início na manhã pela janela do quarto, a mulher se levantou e caminhou até seu banheiro. Hoje é dia de folga após um plantão no hostpital. Ela no momento está implorando ao universo que o dia seja tranquilo hoje.

A médica tomou um banho breve, vestiu uma roupa e saiu de seu quarto. No corredor dos quartos ela olhou diretamente para porta do quarto onde Jason passou a noite, e se perguntou se o mesmo está dormindo. Provavelmente sim, pensou ela, afinal são seis da manhã.

Ela andou pelo apartamento calmo e frio, foi até a sala e se sentou no sofá. Fazia um tempo que ela não sentava no próprio sofá de sua casa, e por algum motivo uma calma vagou até ela a fazendo estranhar.

Momentos de tranquilidade assim tem sido raros na vida da psiquiatra, poder descansar a mente um pouco na própria casa é algo que a fez agradecer a quem ou o que, que proporcionou esse momento para ela. Com a cabeça vazia, sem pensamentos negativos vagando por sua cabeça, Sarah respirou fundo e um pequeno sorriso surgiu em seus lábios. Mesmo com dois problemas dormindo nos quartos de seu apartamento, ela se permitiu... permitiu se deixar afundar no vazio de sua mente...

— Bom dia? — O dono da voz que vem tirando o sono de Sarah, surgiu em sua frente com os cabelos bagunçados e as roupas amassadas. Ele coçou os olhos da cor do mar e se sentou ao lado da médica.

— Bom dia — A voz de Sarah saiu desanimada após ser interrompida — Por quê acordou cedo?

— Eu não dormi — Jason respondeu brevemente — Eu não consegui.

Sarah percebeu que Jason ficou muito dependente dos remédio para dormir.

— Depende dos remédios? — Ele confirmou — Como dormiu nesses dias em que esteve fugindo?

— Drogas, arrumei umas paradas que me ajudaram.

— Por quê é tão desesperado para dormir — Sarah fez a pergunta e Jason se revirou no sofá e olhou para seus olhos marrons.

— Tenho muita paralisia do sono — Sarah imediatamente viu seu reflexo nos olhos de Jason — Quando uso algum medicamento para dormir eu meio que desmaio então não tenho sonhos e passo a noite tranquilo.

— Eu posso te ajudar com isso, Jason — Sarah se perguntou como é possível ela ser capaz de ajudar outras pessoas mas a si mesma não — Eu sou sua médica, tenho um contrato de sigilo com meus pacientes, mas... mas eu também posso ser sua amiga. Você pode compartilhar comigo o seu passado, o seu presente e o que pretende para o futuro.

Sarah se perguntou o que passou pela cabeça de Jason quando ela falou. Jason por outro lado, se perguntou por que Sarah está tão disposta a ajudá-lo, e se questionou de deveria ou não confiar em sua médica. Sua confiança já foi traída uma vez, talvez seja um risco se entregar novamente.

Os olhos de Sarah se desviaram para o barulho dos passos que se aproximaram da sala, logo seu pai surgiu na porta e olhou para Jason e o mesmo encarou o pai de Sarah. Ryder passou direto pelos dois e foi em direção a cozinha, Sarah se aliviou por ele não ter falado.

— Tenho que trocar seu curativo — Ela falou olhando para a perna de seu paciente — Vamos para o quarto — Eles se levantaram e foram em rumo ao quarto de Sarah. Eles entraram e ela preparou os utensílios — Por quê veio para a minha casa? Eu poderia muito bem ligar para a polícia assim que te vi na porta.

— Mas você não fez, e sei que não vai fazer — Sarah olhou pra ele e levantou um sobrancelha dizendo "Duvida?" E se sentou, ele apoiou a perna na coxa exposta da médica e ela começou a tirar a faixa — Enfim, foi o único lugar seguro que encontrei.

《Mentes Imperfeitas》Onde histórias criam vida. Descubra agora