《CAPÍTULO 27》

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Dito as palavras friamente e apenas saio de sua sala. Com minha pele ardendo, caminho apressadamente pelos corredores do hospital. Arde, mas não por conta do tapa, mas sim pela raiva. Pelo ódio. Isso não vai ficar assim.

Atravessando um corredor avisto Cassian vindo em minha direção.

— O que aconteceu? — Assim que ele se aproxima é possível ver o vermelho em meu rosto e logo o mesmo pergunta.

— Nada demais — Cassian não pode saber, provavelmente ele iria tirar satisfação com o Chefe e isso causaria a sua demissão — Vá checar Celena.

Me despeço rapidamente dele e continuo minha caminhada para a ala de segurança máxima. Preciso ver como Jason está, a conversa de hoje não acabou bem e ele pareceu um pouco alterado com os seguranças. Não posso deixar ele ter uma recaída.

Assim que chego na ala sou barrada por um segurança.

— O que é isso? — Pergunto quando a mão do maior segura meu braço.

— A doutora não tem permissão para ver Jason Weber por enquanto.

— Que absurdo, eu sou a médica dele.

—  São ordens do chefe.

— Manda ele a merda — Empurrei o maior e corri até porta do quarto, já com a chave em mãos abri o único cadeado que a tranca por fora e entrei já fechando a porta rapidamente. Fechei a três tranca que havia do lado de dentro.

Assim que entrei Jason se assustou com o movimento rápido e logo olhou pra mim, eu estava um pouco ofegante por conta do esforço e o susto. Olhei para Jason e fiz um sinal com a mão para ele esperar um pouco até eu me recuperar. Do lado de fora do quarto um segurança gritava meu nome dizendo pra eu sair dali. Apenas o ignorei e me sentei na cadeira de frente para meu paciente.

— E então? — Jason pergunta me olhando sem entender.

— Passei aqui para ver como você estava e... — Parei de falar quando observei que os olhos dele focaram apenas no vermelho do meu rosto — O que foi?

— Foi aquele seu chefe, né? — É óbvio que ele se referia ao o que aconteceu com meu rosto — Doutora?

Eu fiquei em silêncio, apenas observando Jason, meu rosto nem estava tão vermelho, mas ele percebeu. Ele já concluiu o que aconteceu.

— É pelo visto foi mesmo — Ele fala — Que filho da puta — A mudança de humor de Jason foi questão dr segundos, ele parece nervoso agora, mas tenta esconder isso.

Me levanto e vou até o armário do quarto, pego o medidor de pressão e vou em sua direção.

— Eu tenho que medir sua pressão — Mudo completamente o assunto e meu paciente apenas estende o braço — Você passou por um certo estresse hoje, e isso pode ter alterado sua pressão, e ela não pode ficar alta e nem baixa, tem que sempre está na medida certa.

Nada foi dito por Jason, enquanto eu media sua pressão ele apenas me observava fazendo. No fim, eu o mediquei e então saí do quarto. 

Dei de cara com um segurança bravo assim que saí.

— Pronto, podem trancar.

E então caminhei para fora do hospital.

Tudo hoje parece tão pesado, me sinto mais cansada que nunca. O dia de hoje trouxe lembranças, que eu preferiria que nunca tivessem existido.

Com pensamentos desagradáveis pertubando minha mente, apenas vou até meu carro. Só preciso da minha casa.

°•.°•.

No relógio marcava 02h quando acordo ofegante após pesadelos tomarem conta do meu sono, me pergunto até quando isso vai continuar. Pesadelos quentes entre meus cochilos já está insuportável de lidar.
Me levanto do sofá, onde peguei no sono, e caminhei até  meu quarto. Fui até a janela e observei a cidade.
Eles não dormem nem mesmo na madrugada. Passando os olhos pelos lugar, um prédio próximo me chamou a atenção. Praticamente todas as luzes apaga, mas havia uma única que estava acesa, o 9° andar. Uma mulher que estava na janela com uma xícara em mãos me olhou, ela acenou. A encarei com curiosidade, seus cabelos enrolados voavam ao vento, sua camisola branca aparentemente de seda se balança com a brisa noturna. Quando percebo que a situação ficou estranha por eu estar encarando a mulher, resolvo acenar de volta.
E assim retorno para dentro, em uma mesinha ao lado da cama está meu remédio que uso para a insônia, tomo o e então me jogo na cama a espera do sono.
Em noites assim me imagino diferente, com uma vida diferente e com planos. E com isso em mente pego no sono.

Acredito que não tenha se passado muito tempo desde que caí no sono na madrugada quando meu celular toca, o horário marcando 03h57min e minha cabeça explodindo de dor são a prova disso. Olho para a tela do celular e uma pontada de ansiedade cai sobre meu peito quando vejo o número do hospital.

— Puta merda, o que será que aconteceu.

E então atendo a ligação..

— Doutora Sarah, temos um problema.

《Mentes Imperfeitas》Onde histórias criam vida. Descubra agora