《CAPÍTULO 25》

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Dentro da minha sala de trabalho, estava dois policiais sentados em frente a Jason e a mim, meu paciente tinha estampado em seu rosto a mais plena tranquilidade. Eu estava nervosa mas não me atrevi a demonstrar, minha mente vagamente ia até o meu carro, no porta luvas... Se encontrarem a arma comigo eu estarei muito ferrada.

Um policial colocou um aparelho para gravar, e então e começou a se preparar, o outro estava ao seu lado preparado para atacar caso Jason resolvesse fazer algo. Mas sei que sua inteligência é grande o suficiente para não fazer besteira.

— Weber, você foge ferido, some e depois aparece de repente acompanhado da Doutora Sarah — O policial começou.

Jason se ajeitou na cadeira e cruzou as pernas, e seu sorriso se fechou. Meu peito ficou tenso.

— Explique

— Eu sumi, como você falou, ferido. E não consegui ir muito longe, então procurei por minha psiquiatra ontem.

— Doutora? — O policial me olhou esperando por uma confirmação das palavras de Jason.

— Exatamente, o ferimento dele estava muito ruim, de ontem pra hoje melhorou um pouco por conta dos medicamentos que o receitei — Ele assentiu.

— Weber, quem são os homens que te ajudaram?

— Eles trabalham com total descrição, não tenho informações sobre eles.

Obviamente Jason sabia cada passo daqueles homens, e com toda certeza ele não bateu na minha porta por conta do fermento. Ele mente com tanta facilidade, e faz parecer tão real, a criatividade manipuladora dentro da cabeça desse homem é surreal.

— Como se comunicou com eles?

— Cartas — O policial franziu a testa, e direcionou o olhar para mim.

— Todos os pacientes deste hospital tem o direito de mandar cartas para familiares, e não pedemos invadir a privacidade lendo as cartas — Falei. Mas Jason mentira sobre a cartas também, que jogo é esse, Jason?

— Senhor, a Central está chamando — O terceiro policial que estava na porta entrou e falou — Querem que estejamos lá, um homem foi encontrado morto em uma rodovia.

— Avisa que já vamos — E então ele olhou pra mim — Coloque Jason na solitaria de segurança máxima, depois eu voltarei.

Nos despedimos e eu pensei em qual tipo de perguntas terei que responder quando ele voltarem? O

Olhei para Jason assim que eles saíram, e quando eu ia falar ele colocou a mão na minha boca para me calar, ele tirou a mão e fez sinal de silêncio com o dedo indicador. Jason andou até a minha mesa e eu fui atrás por está ligada a ele, o mesmo passou a mão por baixo da mesa e sorriu quando encontrou algo. Ele se abaixou e eu também, e grudado na mesa tinha um pequeno aparelho de escuta. Voltamos para nossa posição em pé e eu falei:

— Vamos.

Saímos da sala, logo do lado de fora tinha um segurança que começou a observar nosso trajeto. Entramos no elevador e subimos para o quarto andar no hospital, onde fica os piores.

Isso não vai ser bom pra Jason.

Andamos pelo corredor silencioso e avistei a última porta, o quarto preparado para Jason. Chegamos nele e a expressão de Jason não foi boa. O local é arrumado, na verdade é bem melhor do que os quartos normais, mas a segurança é algo surreal, grades grossas e pesadas tampam a janela, as trancas da portas são calculadas e muito bem pensadas. Entramos por completo e eu fechei a porta deixando o segurança do lado de fora.

— Não estou gostando disso, Sarah — Jasom falou sério e eu tirei a chave do meu bolso e destranquei a algêma.

— É por pouco tempo — Ele levantou a sobrancelha desconfiado — Prometo.

— Cuidado com o que você fala quando estiver na sua sala — Jason mecheu o pulso após ficar livre a algêma e continuou — Eles estão desconfiados de que você me ajudou a fugir — Peguei a maleta de primeiros socorros  e desenrolei a faixa da perna do mesmo.

— Eu só espero que...

— Ai, não encosta aí — Jason reclamou quando passei o algodão sobre o machucado.

— Está doendo? — Ele assentii — Estranho — Peguei a lanterna e examinei a queimadura, me assustei com a inflamação que está começando no centro — Temos um problema.

— O que é?

— Você tem uma inflamação bem no centro, não trocamos o curativo ontem, alguma bactéria deve ter aproveitado — Tirei as luvas e peguei meu celular — Vou ter que pedir para um médico vim até aqui já que o fujão não sabe se aquietar em uma ambulância — Ele gargalhou. Disquei o número da recepção e logo me atenderam.

— Alô, preciso que chamem o Doutor Bryan do hospital central para examinar a queimadura de Jason Weber.

Rapidamente a atendente anotou e falou que faria a ligação imediatamente. Enfermeiros não poderão entrar no quarto de Jason, nem outros médicos, apenas se estiverem com a minha companhia. Na visão de Jason isso deve ser uma prisão.

— Sabe, Doutora, "Jason Weber" é pronunciado perfeitamente por você — Jason falou.

— Já falei pra você parar de dá encima de mim — Falei colocando as luvas novamente para continuar a limpar o ferimento.

— É meu melhor passatempo, eu gosto de ver a sua cara de constrangime... Aai, Sarah — Cutuquei a inflamação.

— Cala a boca — Ele riu e apenas se encostou na parede e eu continuei fazendo meu trabalho.

Agimos como dois amigos, normais. Mesmo em um hospital psiquiátrico eu me senti normal tendo uma "amizade" com um sociopata.

《Mentes Imperfeitas》Onde histórias criam vida. Descubra agora