Dentro da minha sala de trabalho, estava dois policiais sentados em frente a Jason e a mim, meu paciente tinha estampado em seu rosto a mais plena tranquilidade. Eu estava nervosa mas não me atrevi a demonstrar, minha mente vagamente ia até o meu carro, no porta luvas... Se encontrarem a arma comigo eu estarei muito ferrada.
Um policial colocou um aparelho para gravar, e então e começou a se preparar, o outro estava ao seu lado preparado para atacar caso Jason resolvesse fazer algo. Mas sei que sua inteligência é grande o suficiente para não fazer besteira.
— Weber, você foge ferido, some e depois aparece de repente acompanhado da Doutora Sarah — O policial começou.
Jason se ajeitou na cadeira e cruzou as pernas, e seu sorriso se fechou. Meu peito ficou tenso.
— Explique
— Eu sumi, como você falou, ferido. E não consegui ir muito longe, então procurei por minha psiquiatra ontem.
— Doutora? — O policial me olhou esperando por uma confirmação das palavras de Jason.
— Exatamente, o ferimento dele estava muito ruim, de ontem pra hoje melhorou um pouco por conta dos medicamentos que o receitei — Ele assentiu.
— Weber, quem são os homens que te ajudaram?
— Eles trabalham com total descrição, não tenho informações sobre eles.
Obviamente Jason sabia cada passo daqueles homens, e com toda certeza ele não bateu na minha porta por conta do fermento. Ele mente com tanta facilidade, e faz parecer tão real, a criatividade manipuladora dentro da cabeça desse homem é surreal.
— Como se comunicou com eles?
— Cartas — O policial franziu a testa, e direcionou o olhar para mim.
— Todos os pacientes deste hospital tem o direito de mandar cartas para familiares, e não pedemos invadir a privacidade lendo as cartas — Falei. Mas Jason mentira sobre a cartas também, que jogo é esse, Jason?
— Senhor, a Central está chamando — O terceiro policial que estava na porta entrou e falou — Querem que estejamos lá, um homem foi encontrado morto em uma rodovia.
— Avisa que já vamos — E então ele olhou pra mim — Coloque Jason na solitaria de segurança máxima, depois eu voltarei.
Nos despedimos e eu pensei em qual tipo de perguntas terei que responder quando ele voltarem? O
Olhei para Jason assim que eles saíram, e quando eu ia falar ele colocou a mão na minha boca para me calar, ele tirou a mão e fez sinal de silêncio com o dedo indicador. Jason andou até a minha mesa e eu fui atrás por está ligada a ele, o mesmo passou a mão por baixo da mesa e sorriu quando encontrou algo. Ele se abaixou e eu também, e grudado na mesa tinha um pequeno aparelho de escuta. Voltamos para nossa posição em pé e eu falei:
— Vamos.
Saímos da sala, logo do lado de fora tinha um segurança que começou a observar nosso trajeto. Entramos no elevador e subimos para o quarto andar no hospital, onde fica os piores.
Isso não vai ser bom pra Jason.
Andamos pelo corredor silencioso e avistei a última porta, o quarto preparado para Jason. Chegamos nele e a expressão de Jason não foi boa. O local é arrumado, na verdade é bem melhor do que os quartos normais, mas a segurança é algo surreal, grades grossas e pesadas tampam a janela, as trancas da portas são calculadas e muito bem pensadas. Entramos por completo e eu fechei a porta deixando o segurança do lado de fora.
— Não estou gostando disso, Sarah — Jasom falou sério e eu tirei a chave do meu bolso e destranquei a algêma.
— É por pouco tempo — Ele levantou a sobrancelha desconfiado — Prometo.
— Cuidado com o que você fala quando estiver na sua sala — Jason mecheu o pulso após ficar livre a algêma e continuou — Eles estão desconfiados de que você me ajudou a fugir — Peguei a maleta de primeiros socorros e desenrolei a faixa da perna do mesmo.
— Eu só espero que...
— Ai, não encosta aí — Jason reclamou quando passei o algodão sobre o machucado.
— Está doendo? — Ele assentii — Estranho — Peguei a lanterna e examinei a queimadura, me assustei com a inflamação que está começando no centro — Temos um problema.
— O que é?
— Você tem uma inflamação bem no centro, não trocamos o curativo ontem, alguma bactéria deve ter aproveitado — Tirei as luvas e peguei meu celular — Vou ter que pedir para um médico vim até aqui já que o fujão não sabe se aquietar em uma ambulância — Ele gargalhou. Disquei o número da recepção e logo me atenderam.
— Alô, preciso que chamem o Doutor Bryan do hospital central para examinar a queimadura de Jason Weber.
Rapidamente a atendente anotou e falou que faria a ligação imediatamente. Enfermeiros não poderão entrar no quarto de Jason, nem outros médicos, apenas se estiverem com a minha companhia. Na visão de Jason isso deve ser uma prisão.
— Sabe, Doutora, "Jason Weber" é pronunciado perfeitamente por você — Jason falou.
— Já falei pra você parar de dá encima de mim — Falei colocando as luvas novamente para continuar a limpar o ferimento.
— É meu melhor passatempo, eu gosto de ver a sua cara de constrangime... Aai, Sarah — Cutuquei a inflamação.
— Cala a boca — Ele riu e apenas se encostou na parede e eu continuei fazendo meu trabalho.
Agimos como dois amigos, normais. Mesmo em um hospital psiquiátrico eu me senti normal tendo uma "amizade" com um sociopata.
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《Mentes Imperfeitas》
Mystère / ThrillerJá faz dois anos que Sarah Brixton se formou como Psiquiatra, ela é do tipo que acha que tudo vai dá certo, mas só se ela estiver no comando, e movendo cada peça como deseja, como uma partida de xadrez. Em seu ambiente de trabalho, Sarah não passa...