《CAPÍTULO 23》

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Jason se sentiu estranho ao ver Sarah sangrando, o líquido vermelho escorria pelo braço direito e manchava sua blusa na área da barriga. Ele foi até ela e a observou paralisada... em choque. Jason jurou matar aquele homem se ele voltar.

O sociopata limpou algumas lágrimas que caíam na bochecha de Sarah, mas não de permitiu se aproximar muito. Sem falar nada, ele começou a guiar sua psiquiatra até o quarto, chegando no mesmo ele levou ela até a cama, onde se sentaram.

— Me deixa sozinha — Sarah falou baixo

— Precisamos cuidar do seu fe...

— Eu cuido... Me deixa sozinha — Ela o cortou.

Jason não insistiu, apenas saiu do quarto deixando a mulher sozinha no local escuro.

Sarah se viu completamente só... Sem ninguém, como sempre, mas agora está mais claro. Ela se questionou do porque de está viva. A psiquiatra se deitou na cama e limpou suas lágrimas, não permitiria nem mais uma lagrima cair, não por causa de algo que não te surpreende.

O que ela estava pensando quando aceitou que seu maior inimigo ficasse sobre o mesmo teto que ela? Inimiga do mundo... o mundo a odeia.

Seus olhos se fecharam e sua consciência apagou..

[...]

Você é a segunda mais bela desse mundo, Sarinha — Sua mãe falou enquanto a escova passava pelos fios castanhos escuros de Sarah — A mais perfeita... Seu cabelo cumprido deve ser exibido pelo mundo. Me promete que nunca irá cortá-lo — Ela não respondeu, apenas a observava com seus pequenos olhos — Promete — A mãe levantou o tom de voz.

— Pro-Prometo mamãe — A pequena respondeu.

De repente as costas de Sarah estavam grudadas a uma cama, e seu corpo pequeno havia sumido, dando lugar a uma silhueta de uma mulher ensanguentada... Ela mesma ensanguentada. Seus membros ficaram paralisados quando uma sombra com cabelos pretos como a noite jogados na frente do rosto surgiu ao pé da cama. A sombra começou a subir mais, o grito não saía de sua boca, ela tentava se debater mas os movimentos não vinham.

Sarah se viu de frente para a sombra de sua mãe, sem vida, com um sorriso de orelha a orelha. O grito não era ouvido, e o desespero a tomou por completo quando as mãos da mulher pousaram em seu pescoço e o ar começou a faltar.

Com seus pulmões implorando por oxigênio, Sarah viu uma luz ofuscada, e ouviu seu nome " Sarah... Sarah" a chamavam...

[...]

Jason escutou os grito de Sarah e correu até seu quarto com sua arma na mão. Chegando no quarto, ele olhou para a mulher que se debatia na cama, com seus olhos fechados.

— Sarah... — Ele a chamou tentado parar seus movimentos a paralisando abaixo de si — Sarah — Jason a balançou.

Os olhos de Sarah abriram assustados, Jason estava sobre ela segurando seus braços e suas pernas. Ele sabe muito bem o que acabou de acontecer, ele conhece a sensação, o terror. O rosto dele estava inexpressivo, impossível de decifrar qualquer coisa. Ja no de Sarah, Jason viu seu espelho... Ele viu um passado e um presente perturbado, mas... Futuro duvidoso.

— Beba isso — Ele a entregou um copo com água. A médica pegou o copo com as mãos trêmulas após Jason soltar seus braços e pernas.

Sarah não conseguiu olhar para Jason, não nesse estado.

— Como ajuda os outros estando pior que eles? — Jason perguntou.

— Isso significa nada, foi só um pesadelo — Ela falou e colocou o copo sobre o criado ao lado se sua cama — Quer remédio pra dormir?

— Você precisa mais que eu — Ele fez uma pausa e continuou quando o silêncio ficou insuportável — Vai tomar um banho, vou te ajudar a fazer os curativos.

Sarah não se opôs, está cansada demais para começar uma discussão com Jason, ela apenas se levantou e seguiu para seu banheiro, retirou sua roupa e se olhou no espelho. O sangue dos cortes já havia secado, mas ainda ardia.

Ela abriu o choveiro e a água quente desceu sobre sua cabeça, passando pelos ferimentos os fazendo arder como fogo e levando o sangue água abaixo. Ela desfrutou da sessão superficial de ter algo esquentando seu corpo gelado. O coração da psiquiatra ainda estava acelerado como a chuva que desabava no mundo nessa noite tão escura.

...

Jason terminou de tirar os lençóis sujo com o sangue de Sarah assim que o barulho do chuveiro cessou, ele colocou lençóis que achou no guarda roupa de sua médica e os esticou sobre a cama grande. Se passaram dez minutos e Sarah saiu vestida com roupas largas do banheiro, ela olhou para Jason e se perguntou do porque de ele está sendo tão solidário com ela.

Seus olhos direcionaram para a caixa de primeiro socorros que ela havia deixado no canto do quarto quando cuidou do ferimento de seu paciente e então se sentou no colchão com espuma macia, Jason se pôs ao seu lado.

Ela esticou o braço e ele começou o procedimento, provavelmente aprendeu em uma de suas aventuras de fuga. Em poucos minutos o braço direito de Sarah já estava higienizado e enfaixado.

— Tire a blusa — Jason falou de repente.

— Não preci...

— Sarah, eu só vou cuidar do ferimento, não farei nada... a não ser que peça — A última parte ele falou mais baixo, mas não o suficiente para Sarah não escutar.

"Jason não perde uma oportunidade" Ela pensou

Sarah um pouco receosa retirou sua blusa grande tendo a visão de um sutiã preto que tampava seus seios por completo.

E então ela se deitou e Jason cuidou de seu ferimento, ferimento do qual mais ardeu por ter sido mais pronfundo.

— Por quê está fazendo isso? — Sarah perguntou se referindo ao cuidado que Jason estava tendo.

— Não gosto de ficar em dívida com as pessoas — Sarah já deveria ter imaginado que Jason não faria aquilo por livre espontânea vontade — Quando eu estava ferido você cuidou de mim mesmo depois de eu ter te machucado — Ele olhou para a cicatriz no pescoço de Sarah — Por isso estava em dívida com você.

— É apenas meu trabalho, Jason. Você não fica em dívida comigo quando eu cuido de você, sou sua médica — Ele terminou o procedimento passando uma fita no local. Sarah revirou a caixa sobre a cama e pegou um frasco de vidro marrom — Tome isso, não é igual os cedativos mas vai te ajudar a dormir, mais tarde te acordo para irmos para o hospital.

Então o moreno saiu do quarto e Sarah se deitou confortávelmente entre os corbetores, e passou uma longa madrugada acordada com o som da chuva.

《Mentes Imperfeitas》Onde histórias criam vida. Descubra agora