《CAPÍTULO 14》

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Acordei com os sons do hospital, as macas sendo arrastadas, passos apressados as vozes distante e o celular tocando. Olhei no visor e "Número Desconhecido". Quem será o infeliz que está me ligando a essa hora da manhã.

- Alô - Amaldiçoei o infeliz e atendi a ligação com a voz matinal.

- Oi, Sarah, aqui é o Isaac. Bom espero não ter te acordado - Mas acordou.

- Que nada, já estava acordada - Falei me levantando.

- Estou ligando para te convidar pra sair hoje.

- Eu não sei se vou conseguir, as coisas aqui no hospital estão complicadas.

Conversei com Isaac por alguns minutos a mais e me preparei para mais um dia de trabalho. Saí do meu dormitório vulgo minha sala e fui para a cantina. Cheguei no local e coloquei na bandeija meu café da manhã. Caminhei entre as mesas e me sentei ao lado de Théo que hoje parece está mais distante do que nunca. O mesmo não percebeu minha presença até eu falar.

- Théo - Ele olhou pra mim - Acorda.

- Desculpa, é que eu não dormi essa noite - Ele falou e bebeu um pouco do suco de laranja em sua frente.

- Por que?

- Estou com problemas com uma paciente - Conheço bem o que Théo está passando.

- Me conte - Mordi minha maçã.

- Ela foi sequestrada a um mês, passou três semamas em cativeiro. A polícia conseguiu salva-la do sequestrador, mas então a família dela não deu entrada no hospital alegando que as terapias seria apenas para ajudá-la com o trauma. Eles deram entrada no hospital alegando que ela tem sentimentos amorosos pelo sequestrador. Já tivemos duas sessões e ela só fala o quanto ama o homem que a sequestrou.

- Já tenho um possível diagnóstico - Théo olhou pra mim com seus olhos arregalados - Síndrome de Estocolmo, e se for realmente isso, não tem necessidade dessa garota ficar internada aqui, um psicólogo já é o bastante.

- Realmente o quadro dela bate muito com a Síndrome de Estocolmo.

- Teminei meu café, qualquer coisa você me fala, eu posso bater um papo com sua paciente.

Me levantei e levei a bandeija vazia até o balcão, saí da cantina com destina o quarto de Celena. Temos uma sessão agora.

Cheguei no quarto da mais nova e abri a porta, a encontrei tomando seu café da manhã. Que bom que pelo menos ela está comendo.

- Bom dia, Celena - Ela olhou pra mim e deu um sorriso fraco, os olhos fundo, pele seca, a aparência da depressão - Como você está?

- Estou melhor, obrigada - A mesma fala com sua voz fraca.

- Hoje nós faremos uma avaliação física em você, tudo bem? - Celena concorda com um aceno de cabeça - Você irá para uma sala onde será esses exames.

°•.°•.✖.•°.•°

Me encontro na sala onde será realizado o exame de Ressonância Magnética de Celena, sentados na frente dos computadores estão dois médicos especialista, dentro do cômodo com a maquina e com Celena está um auxiliar da paciebte.

Me sentei na cadeira perto dos médicos observando Celena entrar na maquina, percebi sinais de ansiedade na garota. Completamente dentro da grande maquina, observei as imagens expostas na tela dos computadores. Olhei para as manchas com tonalidades laranjas na lateral da cabeça.

- Doutora Sarah - Olhei para o médico que me chamou - Essas manchas não são um sinal muito bom, podem ter sido causadas por uma concentração de drogas, ou seja, uma overdose. Isso pode ocasionar algumas alterações cognitivas. Pode ocasionar também certos transtornos ou síndromes.

- Venho observando o comportamento dela a pouco tempo, pelo o que eu concluí ela sofre de transtorno de ansiedade e tem um quadro alto de depressão. Mas também estou achando que ela desenvolveu Síndrome do pânico.

- Nesse caso, você pode começar trabalhando com antidepressivos mais leves, que controle a ansiedade dela, porque controlando a ansiedade automaticamente os surtos de pânico irão diminuir.

- Tenta não deixar ela muito presa, ela precisa de contato com pessoas - O outro médico que não tinha falado nada até agora, aconselhou.

- Para começar, Doutora, o mais indicado é paroxetina. Caso não seja o suficiente, pense em fluoxetina.

Após escutar com atenção todas as recomendações dos neurologistas, o exame chegou no fim e acompanhei Celena até uma enfermeira que ficaria encarregada de levá-la até o pátio.

Andei pelos corredores indo para a recepção, preciso fazer o pedido dos medicamentos receitados pelos médicos. Depois tenho que marcar um exame desses para Jason, será ótimo pra eu saber o que exatamente está acontecendo. Andei até o balcão da recepção.

- Preciso que encomendem paroxetina e fluoxetina nas manipuladoras - Falei com a recepcionista - Também quero que marquem um exame de Ressonância Magnética para Jason Weber.

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A sessão com Jason começa em cinco minutos, nesse momento me encontro quase perto de seu quarto.
Já em frente a sua porta, dou três batidas na mesma.

- Entra - Ele fala do outro lado.

Entrei no quarto e fechei a porta atrás de mim.

- Bom dia, Jason - O mesmo que estava lendo, parou de ler e subiu seu olhar até mim. Provavelmente estranhando que eu já não tenha chegado dando instruções do que seria feito hoje. Mas hoje eu resolvi ficar em paz - Tudo bem? - Perguntei.

- Claro, querida Doutora - Eu tento... Juro que tento, mas ele não facilita.

- Vamos subir, é hora da sua sessão.

Jason se levantou e seguimos para o terraço, ao chegar no ar livre ali encima a cena de Celena tentando tirar sua própria vida veio com tudo em minha mente me causando uma fraca dor de cabeça.

Eu e meu paciente continuamos a andar e nos sentanos um frente do outro.

- Jason, hoje eu quero falar sobre o período da escola com você, tudo bem?

- De boa - Ele respondeu breve

- Chegou a se formar? - Perguntei e observei sua expressão neutra.

- Não, parei do primeiro ano.

- Tinha problemas na escola? - Ele sorriu sarcástico diante da pergunta e respondeu:

- Todos os dias - Ele se moveu um pouco na cadeira ficando mais relaxado - Os cara tinham medo de mim, desde moleque eu sempre apreciei o repeito. Mas com a questão do medo, pelo visto eu cresci e isso não mudou, correto Sarinha? - Seu maldito sorriso continua estampado em seu bonito rosto.

- Por que acha que tenho medo de você? - Perguntei tentando entender seu raciocínio.

- Me responde você, querida doutora. Por que não teria? - Jason se movel de novo na cadeira se curvando e ficando mais próximo de mim.

- Talvez porque eu já lidei com pessoas do seu tipo, e até piores - Fixei em seus olhos cor do mar.

Talvez fazendo com que Jason pense que não é totalmente o melhor, me ajude a fazê-lo abaixar a guarda um pouco.

Estamos no mesmo jogo, querido Jason.

《Mentes Imperfeitas》Onde histórias criam vida. Descubra agora