Já se passaram dois dias desde o dia em que Jason fugiu. Sarah sentada na sacada de seu apartamento, observou a cidade. Pensamentos vagos tem passado por sua cabeça desde quando Cassian falara que Jeson fugiu.
A psiquiatra deixou avisado no hospital que estava doente e que não poderia trabalhar, mas a verdade é que ela não se permite aparecer no hospital tão cedo, ter que ver os olhares julgando sua incompetência seria algo torturante.
O esgotamento dominou Sarah, e ela ficou cansada de olhar para a cidade que mesmo tão movimentada, no momento está um tédio. A mesma saiu da varanda de seu apartamento e seguiu para a cozinha.
Os armários praticamente vazios representou Sarah no momento, uma onda de preguiça passou pela médica fazendo ela lamentar por ter que ir até o mercado fazer compras.
Brixton foi até seu quarto e se arrumou, colocando um calça jeans e uma blusa básica. A campainha soou assim que as mãos de Sarah pegaram a bolsa. Ela andou até a porta e abriu a mesma...
Os olhos sérios e desinteressantes encararam os de Sarah, toda a infância pertubada da mulher se manisfestou quando o homem que mais odeia entro em seu campo de visão. Todo o desprezo que Sarah sente pelo seu pai, foi reunido para formar a expressão que estampa seu rosto enquanto encara o homem que infelizmente a gerou.
— O que está fazendo aqui? — Sarah secamente.
Já faz um ano e meio desde a última vez que se viram, seus únicos diálogos é quando o desgraçado liga pedindo dinheiro. E Sarah se pegou perguntando para si mesma: "Por quê eu me sinto na obrigação de dar dinheiro para esse canalha?"
— Não tenho onde ficar — O homem falou fazendo uma expressão achando que faria Sarah sentir dó.
{...}
O clima ruim se instalou na sala de estar e não quis sair. O pai de Sarah sentado no sofá distante dela, fez menção para falar mas então Sarah se levantou e começou a andar até seu quarto, mas mesmo assim ele falou.
— Eu mudei, Sarah — A mesma parou de andar e soltou um riso sarcástico.
— Mudou mesmo? — Ela se virou e o olhou com desprezo — A troco de quê, papai?
— Eu percebi que eu amo muito você filha, e quero ser seu pai de verdade — Sarah ficou séria, ela sabe que essa cena não passa de um teatro — Eu sinto muito por todo mal que eu tenha te causado, quero ser melhor pra você, filha.
— Você nunca será um pai, Ryder — Aquele semblante de mulher frágil que Sarah estava mais cedo, sumiu completamente ao está diante de seu pai.
— Me dá uma chance, Sarah. Por favor — A última palavra ele sussurou.
— Pode passar essa noite aqui, amanhã eu quero você longe — E então Sarah pegou sua bolsa — estou saindo.
Totalmente desnorteada, Sarah saiu de seu apartamento e chamou o elevador. Dentro da caixa, a psiquiatra respirou fundo, tentando se mater calma.
"Por que esse desgraçado não some da minha vida?" Sarah pensou, e então o elevador abriu e ela saiu indo para a porta do prédio. Assim que saiu deu de cara com Isaac pegando o celular no bolso.— Você por aqui? — Ela perguntou com um meio sorriso.
— Bom, faz dois dias que eu te mandei uma mensagem, e você não deu sinal de vida depois — Isaac falou de um geito engraçado fazendo Sarah soltar uma risada.
— Bom, aconteceu umas coisas no hospital, e ando tão oculpada que esqueci completamente de te responder, desculpa.
— Está tudo bem. Bom, eu já ia te ligar pra perguntar se quer fazer alguma coisa — Isaac falou balançando o celular e logo o colocando no bolso — Aceita.
— Ok — Talvez Isaac ajude Sarah a esquecer quem estava no seu apartamento e que tem um sociopata solto por aí — Mas eu tenho que fazer compra para casa.
— Podemos caminhar um pouco e depois acompanho você nas compras — Sarah sorriu de leve e assentiu. Observou a rua pouco iluminada, e o deserto que predominava, apenas um carro estacionado.
— Vamos então.
Isaac abriu a porta do carro para a médica entrar, e correu para o lugar do motorista e então deu partida seguindo para algum lugar.
Sarah olhou disfarçadamente para Isaac dirigindo, e então virou o rosto para as ruas iluminadas. Jovens andando com grupos de amigos, famílias caminhando para aproveitar a linda noite sobre a cidade, e Sarah, que se encontra em uma escuridão tão profunda que nem o sol é capaz de iluminar. Quando uma pessoa acaba como Sarah, qualquer pessoa que passa sorrindo na rua, já é capaz de fazê-la sentir inveja.
— Vamos tomar um sorvete? — Isaac perguntou fazendo Sarah se despertar.
— Pode ser — Sarah deu um sorriso fraco para não deixar um clima ruim, mas infelizmente Isaac percebeu.
— Está tudo bem? — O mesmo perguntou olhando em seus olhos.
— Não se preocupe, eu estou bem — Ela falou e soltou o sinto — Eu quero sorvete de chocolate. — Isaac sorriu para ela e estacionou o carro.
— Olha se vai encostar no carro de trás, por favor — Isaac pediu e Sarah o fez.
Ela se ajoelhou no banco e olhou para trás vendo um carro preto. "Estranho, esse carro é muito parecido com o que estava estacionado atrás do carro de Isaac perto do prédio" Sarah pensou, então se voltou para seu colega.
— Está tranquilo.
Ele estacionou o carro e os dois saíram do carro, chegaram na sorveteria ao céu aberto e foram para a atendente.
— Boa noite, o que o casal vai querer?— A atendente falou.
— Nã...
— Vamos querer o especial casal — Sarah começou a falar mas Isaac a interrompeu, assim que o mesmo falou, a médica olhou para ele — O especial casal é incrível, é sério.
Sarah soltou uma gargalhada leve e então andaram até uma mesa de dois para esperar pelo pedido.
— Só você mesmo, Isaac — Sarah balançou a cabeça em reprovação para ele.
— Sim, só eu mesmo — Eles riram juntos.
De repente os dois pararam de falar, e Sarah se perguntou quando ela tinha sorrido tanto. E por causa de algumas bobeiras feitas por Isaac ela sorriu como nunca antes.
"Conhecer Isaac parece está sendo algo bom"
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《Mentes Imperfeitas》
Misterio / SuspensoJá faz dois anos que Sarah Brixton se formou como Psiquiatra, ela é do tipo que acha que tudo vai dá certo, mas só se ela estiver no comando, e movendo cada peça como deseja, como uma partida de xadrez. Em seu ambiente de trabalho, Sarah não passa...