《CAPÍTULO 7》

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Eu me encontrava na enfermaria procurando por remédios e coisas para fazer o curativo no corte fundo que Jason deixou na minha mão. Avaliei o corte e percebi que precisaria de pontos, preparei a anestesia com dificuldade por conta da dor e disposição de usar as duas mãos. Apliquei a anestesia no meu pulso, soltei um gemido de dor sentindo a veia arder. Preparei os utensílios em uma bandeija. Eu já ia começar o primeiro ponto quando alguém entrou na sala.

— Precisa de ajuda? — Théo pergunta

— Não — Deixei só essa resposta seca, comecei o processo, não consegui passar pelo primeiro ponto por está tremendo muito. Théo soltou um suspiro pesado, andou até mim e se sentou na minha frente. Ele pegou a linha e passou pela agura, se aproximou do meu braço e iniciou a sutura. Eu não falei nada, eu apenas deixei ele continuar a fechar meu ferimento. Enqunto Théo fazia o processo, minha mente voou até Jason, a forma como os seguranças o levaram com brutalidade para o quarto, com certeza traria complicações.

O casco de vidro quebrado caiu da mão de Jason, quando ele percebeu o que havia feito.

A criança ainda chorava e eu levei minja atenção até ela, o homem que estava querendo pegar ela, encontrava se debatendo nos braços dos seguranças. Logo novos seguranças surgiram e pegaram Jason pelo braço, ele ainda me olhava sério, muito sério. Enquanto isso eu ainda tentava processar tudo. Olhei pra Jason novamente e os seguranças colocaram algemas em seu braço, eles não deveriam ter feito isso.

Minha mão sangrava muito, eu tinha que parar o sangramento, o corte foi realmente muito fundo, e isso poderia causar infecção.

— O que essa criança está fazendo aqui? — Gritei para os presente no local.

— Nós também não sabemos — Um dos cuidadores falou

— Somem com ela daqui, e falem para os diretores do bloco infantil que eu quero uma explicação — Meu grito com certeza doia a cabeças de todos — E não vão até o quarto de Jason Weber.

E assim saí da recepção a caminho da enfermaria.

— Sarah? — Théo me chamou e eu olhei distraída para ele — Está pronto.

— Okey — Observei a minha mão e concluí que estava tudo certo — você vai comigo até o quarto de Jason agora.

— Por quê?

— Preciso dá o sedativo dele, ele vai precisar, e eu não posso com a mão assim. Vamos logo.

E assim levantamos e fomos em direção ao quarto do sociopata.
Chegando no quarto de Jason, pude observar ele ainda algemado, um machucado no rosto. Bateram nele?
Fogo se faz presente nos seus olhos.

Dei três toques na porta e ele olhou na direção.

— Théo, vá chamar um segurança — Théo me olhou sem entender — Agora — Gritei para ele.

Olhei novamente para Jason que me olhava com amargura. Um arrepio subiu minha espinha com aquele olhar. Me aproximei dele e falei:

— O que fizeram com você, Jason? — Ele intensificou seu olhar em minha direção. Raiva, ele está com raiva, mas de mim?

— Fui taxado de agressivo — Ele falou — Por machucar  a medicazinha deles, é tudo culpa sua.

Eu não soube o que falar, então apenas perguntei:

— Minha culpa?

— Sim. Toda sua — Seu tom de voz já saía em gritos — Se você não tivesse me segurado, nada disso teria acontecido.

Jason esta muito alterado e isso me preocupa, me preocupa porque na maioria do tempo ele é sempre bem calmo, e eu não conheço o lado estressado dele.

— Acredite Jason, se você tivesse machucado aquele homem, você não estaria dentro desse quarto — Alterei minha voz. No estante Théo chegou com o segurança. — Tire as algemas — Falei para o segurança.

— Doutora, não pode ser se...

— Agora! — Falei em um grito e ele tirou a chave do bolso — Théo prepare uma bandeja para fazer criativos  e uma seringa com 7,4 ML de sedativo.

— Já volto — Théo falou e desapareceu das minhas vistas.

Olhei para Jason que já estava com as mãos livres e depois olhei para o segurança.

— Avise a equipe de segurança que eles não tem permissão para machucar qualquer um dos meus pacientes — Ele assentiu — Some daqui agora — E assim ele se foi.

Théo chegou no quarto com as coisas que pedi. Coloquei as luvas e preparei um algodão com remédio, apliquei sobre a pele de Jason e ele soltou um gemido de dor.

— Você vai querer o sedativo? — perguntei pra ele.

— Sim — Uma resposta curta e grossa.

— Théo faça o curativo aqui, não consigo mecher os dedos — Théo trocou de lugar comigo e se aproximou de Jason. Senti os olhos de Jason sobre minha mão enrrolada a uma faixa e fingi não reparar — Agora aplique a injeção no braço dele.

Théo aplicou a injeção

— Esse é mais fraco, você só vai ficar sob efeito por poucas horas, não posso arriscar te dar uma dose alta com esse estado — Falei pra ele

E assim Weber se deitou e não falou nem mais uma palavra. Eu e Théo saímos da sala, Théo com uma cara nada boa me perguntou:

— Não tem medo dele nessa situação?

— Não — Mas a verdade é que eu estou sim com medo, não dele exatamente, mas das próximas aventuras que ele resolver embarcar.

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No final da noite, cheguei em casa exausta, me perguntando do por que de ter escolhido essa profissão. Eu poderia ter escolhido administrar um banco, acho  que seria mais fácil.

Liguei o som em uma música calma, retirei toda a minha roupa na sala mesmo, andei até a sacada do meu apartamento e me deitei no chão gelado.
A profunda letra da música ecoava na minha cabeça

"Laying in the silence
Waiting for the sirens
Signs, any signs I'm alive still
I don't wanna lose it
I'm not getting through this..."

《Mentes Imperfeitas》Onde histórias criam vida. Descubra agora