Ele é meu dilema

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Por Lilian Evans

Here is my dilemma
One half of me wants ya
And the other half wants to forget
My-My-My dilemma
From the moment I met ya
I just can't get you out of my head
And I tell myself to run from you
But I find myself attracted to my dilemma
My dilemma, it's you

(My Dilemma - Selena Gomez)

Ele me olhou, como se quisesse me contar o que ele queria e foi embora. Lene suspirou e fechou a porta, se virando e me vendo ali parada. Ela me observou e suspirou novamente.

– Ele parecia bem sincero – disse Marlene e eu desviei o olhar. Eu vi os olhos dele, mas não queria admitir o que eu vira.

– Ele pareceu bem sincero hoje de manhã também – retruquei de braços cruzados.

– Lily, e se foi um mal entendido? – perguntou ela, sentando-se no meu sofá. Eu caminhei até ela e parei atrás do mesmo.

– Preferia quando você estava xingando-o aos quatro ventos – resmunguei dando a volta e sentando-me ao seu lado enquanto Lene suspirava.

– A minha raiva já passou e agora eu penso com mais clareza – ela respondeu, pensativa. – Como advogada, eu tenho que ver, na verdade, obrigada, os dois lados da história. Por que não olhar o lado dele também?

Bufei e deitei a cabeça em seu colo. Maldito James Potter! E eu pensei que ele realmente se arrependera de ser daquele jeito... Por que eu sempre me enganava sobre ele? E, por que raios, eu ainda gostava dele? O que Severus ia pensar?

– Ele mente, Lene – falei por fim. – Ele vai sempre mentir.

– Lilian, talvez ele esteja dizendo a verdade... – replicou minha amiga, tentando me persuadir.

– Para com isso, Lene! Eu quero ficar com raiva dele e você não está deixando – disse eu, irritada.

Ela nada falou, mas eu sabia que Lene estava revirando os olhos. Ficamos em silêncio por um tempo e eu pensava. Agora que a minha vontade descontrolada de chorar havia sumido, eu podia raciocinar direito.

Ainda que fosse delicado pensar nele, eu talvez pudesse seguir o conselho de Marlene e ver o lado que Potter poderia ter – já que ele tinha tantas testemunhas. E, mesmo que seja contra os meus princípios, eu queria que ele fosse verdadeiro. Queria acreditar confiar nele.

Suspirei.

– O que vai fazer? – perguntou Lene, quebrando silêncio. Suspirei novamente. Eu já havia decidido isso há muito tempo.

– Vou continuar com a aposta – respondi simplesmente.

Lene não comentou nada de imediato, porém, eu conhecia minha amiga desde pequena e sabia que ela reprovava aquela aposta. E, eu não iria admitir isso nunca, era uma das maneiras de eu ficar mais perto de Potter. Parecia doença eu pensar desse jeito, mas era o que eu queria. E no trabalho, nós nos víamos muito pouco.

– Como foi no trabalho? – perguntei lembrando que minha amiga também tinha vida.

– Pedi demissão – respondeu Lene, um pouco tensa, fazendo-me levantar, surpresa, para encará-la.

– Por quê?! – Ela deu de ombros.

– Meu chefe era um cretino – disse em um tom decepcionado.

– Por que ele era um cretino? – pressionei, agora com os braços cruzados. Já não estava gostando desse chefe. Essa é a lei das amigas: odiar quem sua amiga odeia.

The Bet - JilyOnde histórias criam vida. Descubra agora