SDCP ataca novamente

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Por James Potter

Ela bateu a porta em minha cara e eu fiquei parado, ali, olhando para a porta do quarto com um aperto no coração – algo que eu nunca senti antes. E eu soube que eu, com certeza, fiz a maior merda da minha vida. Lily tinha razão em sentir nojo de mim, pois até eu sentia.

Escorei-me pela porta, sentei-me no chão e ali fiquei até adormecer.

(…)

Lily não voltou a falar comigo e eu também não a pressionei. Até que porque eu sabia que estava errado. Claro que isso me matava, mas eu me sentia ainda mais morto por ter brigado com o meu irmão. De certa maneira, eu sabia que Sirius jamais faria alguma coisa dessas. Contudo, o maldito ciúmes me deixara cego demais, que eu não conseguia nem pensar. E eu continuava triste.

Eu sabia que eu estava sentindo a tal ( fui eu que inventei ) de SDCP – Síndrome da Consciência Pesada –, pois me sentia péssimo por duvidar de Sirius e por magoar de verdade a Lily. Aí, você pergunta: James Potter, se sentindo baixo? Sem dizer o quanto ele é maravilhoso? E eu respondo: Amigos, eu dou valor a amizade mais do que qualquer bobagem de alta-estima. E eu prezava meus amigos acima de tudo.

Pedi férias (se é que professor podia ter isso) antecipadas e fiquei naquele quarto de hóspedes sem falar com ninguém. Acredite, Alice viera aqui tentar com que eu voltasse ao normal. Mas a minha SDCP estava no auge e nem levantar da minha cama eu não conseguia. Depois de muito tentar, e ver que não ia adiantar, minha irmã desistiu.

Eu não tinha – pela primeira vez em toda a minha vida de Maroto – coragem de olhar para Lily e muito menos Sirius, que não viera aqui. Eu tinha ouvido, por alto, que ele estava feliz com Marlene, o que me fez sentir ainda mais sujo e para baixo. Eu tinha sido tão estúpido! Mais do que eu já era; eu tinha ultrapassado o limite da estupidez. É, meus caros... olha o que a culpa faz. Nunca, jamais, queiram sentir algo como isso. Era horrível!

Agora, eu estava deitado em “minha” cama, olhando para o teto, sem vontade de sair dali nem para comer – o que era raro. Da primeira vez que eu saí de casa, para ver se respirar o ar fresco melhorava alguma coisa, eu vi Miranda na rua, correndo. Ela tentou flertar comigo outra vez – mesmo que Lily tenha se segurado para não matá-la –, mas eu, pela primeira vez (estava ficando bom no quesito “primeira vez”), lhe dei o fora. Miranda ficou ultrajada, porém, eu não liguei. Eu nunca a quis, para início de conversa.

Tirei o olhar do teto e fui até minha mochila, com o intuito de ir procurar a pulseira de Lily (meu lírio). Assim que eu a achei, eu fiquei o olhando. Eu me perguntava o por quê eu ter tirado a pulseira dela. Por mais que eu estivesse quase morrendo de SCDP, eu não a devolveria agora. Eu ainda queria ter uma lembrança dela e só lhe daria quando eu me sentisse seguro.

Passei a tarde toda olhando para aquela pulseira, quando recebi minha primeira visita naquela semana. Só queria saber por quê raios Lily deixava que entrassem na casa dela, quando eu mais queria ficar sozinho com a minha culpa. Que era o que eu merecia.

Eu só abri a porta, porque pareciam que iam derrubá-la e porque Lily ia me culpar se isso acontecesse. E, do jeito que eu estava, era bem capaz de eu aceitar aquilo como verdade.

Para a minha surpresa, Dorcas estava parada, com as mãos na cintura, daquele jeito que misturava o lado policial e o lado original dela (que era o de maluca) e me olhando cono se fosse me algemar.

–Dorcas, o que você está fazendo aqui? – perguntei um tanto supreso, um tanto rude.

Ela revirou os olhos e entrou no quarto sem a minha permissão. Sabendo que ela não saíria dali sem dizer o que queria, fechei a porta e a encarei. Dorcas olhava para o chiqueiro que havia cirado no quarto de hóspedes de Lily. Conhecendo Dorcas, deveria estar enojada. Até eu estava.

The Bet - JilyOnde histórias criam vida. Descubra agora