O que eu fiz?

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Por James Potter

Soei o apito. Aqueles garotos não sabiam jogar limpo? Na minha época, tinha certas injustiças, eu sei, mas nós não competíamos jogando sujo e prejudicando toda hora o time adversário. Agora, esses garotos... a cada cinco minutos, eu era obrigado a soar o apito e marcar falta.

– Senhor Carter, se chutar mais uma vez o senhor Baker, eu serei obrigado a lhe dar uma detenção! – gritei e esperava que o garoto tivesse me ouvido, pois eu estava falando sério.

Continuei a prestar atenção no jogo, mas com trinta por cento da capacidade do meu cérebro. Daqui a pouco, seria a hora do almoço e eu nem acreditava que Lily havia aceitado almoçar comigo!

Quando ela me abraçou à noite passada, eu senti que eu devia fazer alguma coisa para que não brigasse comigo na manhã seguinte. Às vezes, eu tinha esperanças de que ela... Não, eu duvidava disso. Balancei a cabeça; era um esperança vã e que eu tinha de me acostumar com este fato e, com essa aposta, conquistá-la de verdade. Então eu tive de começar mudando o meu comportamento, embora fosse um pouco difícil.

Apitei mais uma vez, já começando a me irritar com aquele garoto, quando uma aluna veio ate a mim.

– Professor, no próximo tempo, nós vamos poder usar a quadra? – perguntou timidamente. Ai, meu Deus, essas crianças...

– Claro que vão – respondi e ela sorriu, indo se juntar com as amigas para dar risadinhas. Balancei a cabeça.

Olhei o meu relógio de pulso e mandei os garotos irem para o vestiário, liberando-os para o recreio um pouco mais cedo. Afinal, eu tinha que ficar mais bonito do que já era.

Foi para a sala dos professores e quase infartei. A "Indesejável Número 1" estava ali, parada na porta da sala. Mas que saco! Mulher chata e insistente. Tentei passar, mas ela me impediu. Arqueei uma das sobrancelhas.

– O que você quer, Sarah? – perguntei impaciente, colocando as mãos nos bolsos da minha calça de moletom. Essa mulher não ia desistir nunca?

– Você sabe o que eu quero – respondeu ela com seu modo controlado. Mas que metida...

– Não sei, não – fingi-me de desentendido, coma cara mais cínica que eu tinha. Ela revirou os olhos com impaciência e eu ri. Meu Deus, que mulher insistente! E o pior, ao invés de falar com Sirius, ela vinha falar comigo! O que eu tinha a ver com isso?

– Sabe, sim! – exclamou ela se sacudindo, me fazendo arregalar os olhos. E a Lily (adorava afalar o apelido dela) dizia que eu era infantil. – Eu vi. Ela estava com ele!

– Quê? – Eu ri de nervoso. Era bem capaz dela me bater, só invés de bater no cachorro. – Óbvio que não.

– Então por que está fazendo isso? – perguntou Sarah com a voz chorosa e, de alguma forma, aquilo me irritou. Porque, até então, eu estava levando na brincadeira. Ninguém conseguia ser tão chato do que ela. E olha que a Lily era.

– Você está na minha área de trabalho. – Respondi o mais rápido que eu podia. Eu ia me atrasar para me encontrar com a Lily. – Depois a gente conversa sobre isso.

Revirei os olhos e decidi ir assim mesmo para o restaurante. Afinal, não era tão chique assim. Tentei dar meia-volta, as Sarah segurou o meu braço.

– Eu não vou deixar você ir, até que me explique tudo – exigiu ela e eu bufei, irritado. Sirius Black ia me pagar, aquele cachorro!

– Não significou nada, está bem? Ela não significou nada. Agora, se já ouviu o que queria, eu vou me retirar – comecei a me afastar. – Tenho um...

The Bet - JilyOnde histórias criam vida. Descubra agora