As aparências do Potter enganam

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Por Lílian Evans

Tudo bem. Eu, definitivamente, odeio TPM. Era um dos dias em que eu esqueço quem sou e deixo minhas emoções comandarem o meu corpo. E eram muitas emoções que eu tinha. Mas aquilo eu já estava dando um jeito. O que eu não conseguia dar um jeito era em minha mente; minha perversa mente.

Depois de chorar feito um bebê na frente do Potter (duas vezes), eu o abracei. Mas não era por isso que minha mente perversa – ok, esse foi um dos motivos. Foi ao sentir o corpo dele no meu que desencadeou aquele sonho. Um sonho que Lene se mataria para que eu descrevesse. E, eu detestava admitir, adorei a sensação dos braços de Potter me protegendo.

Agrh! Para de pensar nisso, Lílian. Eu não ia pagar indenização alguma! Eu me recusava a fazer isso.

Levantei-me da cama e fui até o armário escolher uma muda de roupa. Depois, eu fui para o banheiro – que eu lembrei que tinha que limpar – e levei um susto. Só não gritei porque eu estava admirada.

O banheiro, que antes estava uma bagunça, agora estava mais do que limpo e arrumado. Ou melhor: não havia nada de Potter ali. Nada. Ainda encantada, tomei banho, me vesti e arrumei os meus cabelos. Desci as escadas e fui para a cozinha para tomar o café da manhã. Sentia saudades de tomar café com Lene; ela sempre o fazia. Sinceramente, do jeito que ela era, eu não sabia como acordava tão cedo.

Quando cheguei lá, nada estava fora do lugar. Muito menos Potter bebendo no copo do liquidificador, como eu esperava ver. Para minha surpresa, ele estava sentado à mesa, com xícaras e copos, pães e bolos, chás e cafés, queijo e presunto... Eu não conseguia acreditar no que eu estava vendo.

Ao me ver ali, Potter sorriu. Era o mesmo sorriso arrogante, mas ainda assim, charmoso. Por que ele estava fazendo aquilo comigo?

– Espero que não se importe, eu comprei esses pães e fiz o café – disse, parecendo orgulhoso de si mesmo. – Ah, e eu arrumei a bagunça no banheiro. Desculpe por aquilo.

Balancei a cabeça, saindo do meu transe e indo sentar-me em uma das cadeiras de frente para ele.

– Acho que vou abraçar você mais vezes – soltei essa sem querer. Arregalei os olhos, fazendo uma careta. Em seus olhos, eu vi algo brilhar e logo depois ele abriu um sorriso. Eu já disse que ele era lindo? O sorriso dele, não ele.... Espera aí. O quê?

– Eu posso me acostumar com isso – respondeu ele. – Não vai comer – Potter apontou para a comida à nossa frente, mas eu não me mexi. – Eu não envenenei a comida, pode deixar.

– Eu... não é isso – falei, abobada.

– É o quê, então? – perguntou Potter distraído com uma torrada na mão.

– Tenho medo de falar e estragar esse sonho – respondi pegando alguns pães e passando manteiga neles, enquanto Potter ria. Ele estava diferente... Eu só naõ sabia se aquilo era de verdade ou se ele estava me enganando. E, sinceramente, eu tinha medo de perguntar.

Nós comemos em silêncio, mas de vez em quando, ele fazia alguma piada. Por exemplo, ele não estava usando o copo do liquidificador. Depois que ele me ajudou a tirar a mesa, eu fui para um banheiro e ele para o outro para escovar os dentes. Eu pensava no sorriso que ele dera.

Quando eu voltei, Potter já me esperava arrumado. Ele me olhou de um jeito diferente e fiquei tão vermelha, que provavelmente eu estava da cor dos meus cabelos. Potter desviou o rosto e eu pude ver que ele sorria de canto. Deus, eu nunca o vira com vergonha! O que estava acontecendo ali?

– Vai comigo ou quer ir na chuva hoje? – perguntou recobrando o seu jeito maroto. Só que eu não fiquei com raiva, pois ele perguntara de um jeito diferente.

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