Pego carona com o idiota

185 19 7
                                    


Cheguei um casa irritada. Não com o Potter e sim comigo mesma. Atravessei o hall, jogando as chaves e tudo o mais que eu carregava em cima da mesinha. Lene me olhava de esguelha e eu a ignorei.

Subindo as escadas, falei:

– Nem um comentário.

– E quem disse que eu ia fazer algum? – mentiu Marlene, controlando o riso. – Até amanhã, Lily.

Grunhi alguma resposta e bati a porta do meu quarto. Eu estava irritada quando fui dormir; e fiquei ainda mais quando eu acordei sonhando com Potter. Nem digo o que eu sonhei. Portanto, acordei muito bem humorada... Para não dizer o contrário.

Como era de se esperar, Lene me esperava na cozinha, com o nosso café da manhã pronto. Eu a olhei e vi que ela comprimia os lábios, ou para não rir ou para não falar nada ou as dois coisas. Ignorei-a completamente e me sentei em uma das cadeiras. Lene, que estava encostada na pia, sentou-se defronte a mim. Ficamos em silêncio.

– Fiz um chá de camomila – informou minha amiga, quebrando o silêncio. Assenti ainda sem dizer uma palavra. – Não vai beber? – Perguntou ao ver que eu não havia tomado o chá.

Neguei com a cabeça.

Lene suspirou e pegou a xícara onde estava o meu chá.

– Você sabe que hoje é sexta-feira, não sabe?– tornou Lene, depois de esvaziar a xícara.

– Sim – respondi.

– Sabe, também, que é final de semana?

– Claro que sei, Marlene. Por que as perguntas? Onde você quer chegar – perguntei logo, para acabar com o que ela estivesse planejando.

– Você fica muito em casa, se estressa com facilidade naquela escola... Que tal nós sairmos nesse final de semana? – sugeriu Lene com a voz comedida. – E aproveita e esquece esse Potter.

Quem suspirou dessa vez foi eu.

– Como esquecê-lo? Se ele invade até os meus sonhos? – Arrependi-me assim que terminei de proferir a frase, pois Lene deu um grito.

– Rá! Você anda sonhando com ele, é? Como foi o sonho?

– Nada... demais – respondi, corando, o que me fez ser denunciada. Lene deu outro grito.

– Rá! – riu-se ela. – Foi um sonho erótico – e começou a rir. Eu me irritei e levantei da cadeira, ino escovar os dentes, onde Lene me seguiu.

– Cala a boca, Lene – exigi. – Pare de rir!

– O sonho foi bom? – insistiu ela, curiosa, controlando o riso.

– Me recuso a responder essa pergunta – saí do banheiro e peguei as minhas coisas; ainda sendo seguida por Marlene.

Me dirigi à porta e a abri. Lene encostou-se no batente da mesma, me observando. Eu fingi que não a havia visto.

– Tchau, Lene – disse eu, já saindo de casa e encarando o céu nublado. Eu ia voltar para pegar o meu guarda-chuva, mas ouvi Lene gritar:

– Vai ou não sair nesse final de semana?

– Não! Trabalhos para corrigir! – gritei em resposta e Lene riu.

– Cuidado como Potter, hein!

Ignorei aquilo e entrei no ônibus que parara naquele momento. No ônibus, já sentada, me peguei pensando no sonho que tive com o Potter. Foi tão... intenso e tão íntimo, que parecia que eu podia senti-lo me tocar e me beijar... Uma sensação nova percorreu por todo o meu corpo.

The Bet - JilyOnde histórias criam vida. Descubra agora