Tento Fazer Amizade com o Quatro Olhos

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Cheguei em casa indiscutivelmente cansada, abri a porta e joguei as chaves na mesinha do hall de entrada, sabia que Marlene estava ali, então não fiquei surpresa ao vê-la com duas caixas de pizza e uma grande garrafa de Coca para nós duas. Joguei-me no sofá ao seu lado encostando a cabeça no apoio de braços, suspirei aliviada. Minha melhor amiga me olhava, sabia que ela queria falar alguma coisa, mas fui mais rápida.

– Nem uma palavra. – Ameacei de olhos fechados.

– Não ia falar nada... – Mentiu, sabia disso, pois sua voz tremeu contendo um riso. – Quer pizza, Lilyzinha? Talvez melhore seu humor... É sua predileta. - Quatro queijos! Abri os olhos para encará-la, Lene sorria travessa, balancei a cabeça e sorri.

– O que está esperando para cortar o meu pedaço? – Ela riu cortando dois pedaços grandes. Entregou-me minha fatia enquanto comia a sua.

Ficamos assim, comendo em silêncio, não tinha percebido que estava com tanta fome até então. Apreciei cada mordida, irritantemente pensando em James Potter, ele só me importunou até àquela hora na sala, depois disso, nem chegou perto de mim. Não sabia o motivo de pensar nele daquele jeito. Vi Lene descansar o copo na mesinha de centro e me encarar, ainda estava com James na cabeça, então deixei que ela falasse, se não, ela não aguentaria.

– Como foi lá? Ah, fala! Quero saber... – Ela pediu implorando.

– Cansativo, Lene, por um momento pensei mesmo em ligar para você! – Respondi, vendo minha melhor amiga cair na gargalhada.

– Sabia! Sabia! – Cantarolou. – Então porque não me ligou? Eu largaria tudo para ajudá-la.

– Porque consegui colocá-los nos eixos. – Disse orgulhosa do meu trabalho. Marlene bateu palmas e eu fiz uma reverência rindo. – E o seu dia? Como foi?

– Monótono. – Deu de ombros. – Assustar crianças e matá-las de medo teria sido muito, muito melhor, mas me disseram que era só o primeiro dia e que com certeza irá melhorar. E assim espero... E o James Potter? – Perguntou com um sorriso no canto do rosto. Bufei colocando meu copo ao lado do dela na mesa de centro.

– Estava lá, me amparou quando cai e aí...

– Cair? Como assim?

– Não caí! Eu ia cair, e então ele me pegou bem na hora, mas só para me tirar do sério depois... – Expliquei irritada.

– Que lindo, Lily, ele é cavalheiro!

– Nem vem, Lene. – Interrompi. – Você não o conhece para dizer uma coisa dessas...

– Você também não o conhece! – Retrucou. – Pode ser que seja melhor do que você pensa. – Se levantando e espreguiçando, pegou as caixas de pizza vazias do chão. – Tenho que ir... – Caminhou até a porta se despedindo.

– Até. – Respondi me levantando também, Lene sorriu e saiu fechando a porta atrás de si. Ri balançando a cabeça, sabia que ela ainda estava com minha chave reserva e com certeza estaria sentada em minha cozinha tomando café da manhã comigo no dia seguinte.

Peguei os copos e os talheres que usamos e os levei para a cozinha para lavá-los e guardá-los. Ainda pensando em Potter e no que Marlene falara... Será que o julguei mal? Será que começamos com o pé esquerdo? Suspirei cansada. Lavei e enxuguei a louça, subi as escadas praticamente me arrastando para o banheiro, tomei um banho relaxante e me joguei na cama para dormir. Estava exausta, mas estava disposta a começar uma relação amistosa com Potter no dia seguinte, mesmo que isso fosse contra aos meus princípios.

[...] Depois de um café da manhã descontraído com Marlene – ri logo que desci à cozinha e vi nossa refeição pronta – fui para o trabalho. Estava bem cedo, mas era melhor do que chegar atrasada, ainda mais quando eu não tinha um veículo próprio. Assim que cheguei me dirigi para a sala dos professores, cumprimentando Alice Potter no caminho. Como ela era diferente do irmão e tão parecida ao mesmo tempo!?

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