Capítulo Dez.

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Verdades Secretas.

— Até que enfim um pouco de paz! — Exclamou Clair em voz alta. Ela revirou os olhos de um jeito engraçado e sorriu.

— Só terminamos mais um dia, Clair — Retruquei.

— E você não acha que devemos comemorar?

— Bem... As aulas não são tão chatas assim.

— Tem razão... Você é muito mais! Porra, você tem que deixar de ser tão certinha.

— Certinha, eu? — Sorri com desdém. — Você nem imagina, Clair... — Murmurei.

— O que?

— Nada. — Pigarreei.

— Enfim... Tá afim de sair hoje? Já que você é a única estranha que pode sair daqui numa sexta-feira, pode aproveitar.

— Mas... Você não pode sair.

— É, mas isso não me impede de sair. — Retrucou como fosse óbvio. — E aí, vamos?

— Não sei... Tenho planos pra hoje.

— Planos, é? E isso tem a ver com as marcas no seu pescoço?

— Am... Pode ser. Eu ainda não sei, mas de qualquer maneira, meus planos incluem ele.— Dei de ombros, Fiz-me de sonsa. Se era assim que Claire me via, eu poderia extender a imagem de boa moça.

— Tudo bem. Mas, se mudar de ideia, me manda mensagem.

— Tudo bem, eu mando.— Lhe sorri amarelo.

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Chegando em casa... Melhor dizendo, na casa de John, notei o silêncio cotidiano; o aroma da cozinha se Janice ainda impecável, a sala limpa, lustrosa e escura. Aquela casa era muito solitária.

Tomei um banho relaxante, e depois de pensar muito, resolvi ligar para minha mãe

Uma surpresa? Ela atendeu após três toques.

— Rachel? — Ela disse.

— Olá, Sra. Estranha.

— A velha malcriada de sempre. — Riu ela. — O que quer?

— Eu só queria saber se você está viva.

— Muito bem viva, obrigada por se preocupar. E como andam as coisas por aí?

— Nada de muito novo. Você me colocou em um inferno sem direitos, de novo. Estudar se tornou insuportável, de novo... Ah! E John segue todas as suas ordens... De novo e de novo.

— Para mim, parece estar perfeito.

— Claro... Você nem se comove mais.

— É para o seu próprio bem, querida. Você não sabe, mas estou salvando todos os seus dias.

— Ah é? Que estranho... Você parece estar me afundando no mar de raiva, mãe.

— Não me culpe, mas ao seu pai. Ele tinha negócios inacabados, e eu estou tomando tudo para mim como se esses problemas fossem meus! Quer continuar tendo essa sua vida de luxo? Então pare de reclamar e me deixa trabalhar!

— Eu nunca pedi pra ser sua prisioneira.

— É, mas foi essa a família na qual você nasceu, então agradeça! Eu já deixei que fosse estudar, eu te deixei na casa de uma pessoa de confiança, e essas são as únicas coisas boas que posso te ceder agora.

ATRAÇÃO PERIGOSA | Keanu ReevesOnde histórias criam vida. Descubra agora