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ㅤㅤㅤ ATO QUATRO.

Eles estavam estranhos. Mamãe me encarava profundamente e papai estava logo atrás com um mísero sorriso de canto. Logo, a mais velha se aproxima e senta na beira da cama, eu sinto o colchão afundando conforme ela se ajeita para ficar em uma posição confortável.

Estávamos próximas, apesar de tudo, sentia que ela queria me intimidar.

Ela suspirou fundo. Quanto drama, digam de uma vez que meu coração não aguenta.

─ Koji conversou conosco e... ─ Me perdi em suas palavras ao olhar por cima do ombro dela vendo a figura mais velha encostada na porta. Ele estava me encarando profundamente, não sabia deduzir os seus reais sentimentos através dos seus olhares, mas eu estava ciente de que ele estava esperando que eu me ferrasse ou algo do tipo. ─ ...Achamos que será melhor pra você.

─ Perdão? ─ Pisquei os olhos algumas vezes, voltando a encarar a figura materna na minha frente. Sentia minhas bochechas vermelhas pela vergonha de não ter prestado atenção nas suas palavras.

─ Você tem que aproveitar essa semana que lhe resta, logo você estará cursando a faculdade. ─ Papai se intrometeu e eu concordei com a cabeça, mas mantinha uma expressão confusa no rosto.

─ Sim, claro. ─ Concordei com a cabeça como se estivesse de acordo com a situação, mesmo não fazendo a menor ideia do que eles estavam falando.

─ Ótimo, amanhã cedo você vai arrumar as suas coisas. Fico tão feliz que seu irmão tenha tido essa ideia, vai ser ótimo pra você! ─ Mamãe diz e aperta minha bochecha com força.

O que diabos eu fiz?

Eles deixaram o quarto com um boa noite meio arrastado e eu permaneci sentada na cama com cara de poucos amigos encarando meu irmão na minha frente com os braços cruzados em uma pose séria. Revirei os olhos.

Koji esperou que eles saíssem, fechou a porta e se aproximou de mim.

─ Pra onde caralhos eu vou?! ─ Perguntei indignada, apertando a barra da minha camisa com força. Minha cabeça estava fervendo de tantas possibilidades.

─ Olha a boca ─ Ele me repreendeu. ─ Você aceitou ir passar os dias seguintes com o tio Yoshiaki e a vovó Shizuka. Não prestou atenção no que eles disseram?

Neguei com a cabeça intensamente.

─ O irmão da mamãe? Mas eu nunca nem vi ele na minha vida!

─ Faz um tempo que ela não o vê também. Parece que está casado, tem até filhos já ─ Disse e logo balançou a cabeça pretendendo focar no real assunto. ─ Mas a questão é que eu fiz isso por você. Você sabe muito bem o que a mãe e o pai pensam em relação aquilo.

─ Grande irmão. Preferia que tivesse me dedurado! ─ Cuspi aquelas palavras ignorando o que ele havia dito e cruzei os braços, virando o rosto logo em seguida.

─ Você não ia querer isso.

─ Seria melhor do que me afastar dele desse jeito. Por que isso tão de repente? Estava tudo tão bem... Até você aparecer no meu quarto. ─ Franzi o cenho, o encarando profundamente nos olhos.

Ele suspirou fundo, fechando os olhos e baixando a cabeça.

─ Para de birra, você não é mais nenhuma criança ─ Revirei os olhos bufando logo em seguida. ─ Não posso mais te impedir de nada porque eu sei que no final você vai fazer de qualquer jeito. Mas como irmão mais velho, eu ainda tenho como te aconselhar nas suas decisões.

─ Não enche! Você pensa que eu não sei esses tais conselhos? Foram as coisas que eu mais ouvi durante a minha vida inteira. Não faça isso, faça aquilo. Seja assim, não, assim não! Assim, desse jeito. ─ Imitei uma voz debochada com a língua encostando no lábio superior. ─ Tudo o que eu menos quero são conselhos de quem vive na mesma situação que eu.