xvi. me chame pelo seu nome.

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Eu beijei. Eu dei meu primeiro beijo. Eu... Beijei?... ─ E não foi um desastre!

Eu beijei ele.

Ele? Keigo... Hawks...

Eu beijei o Hawks.

Essas frases soavam como um mantra na minha cabeça que eu religiosamente recitava sem parar. Fiquei a noite toda pensando nisso; em como foi beijar alguém pela primeira vez.

Nunca pensei que esse momento algum dia chegaria, e se chegasse provavelmente seria um desastre. Mas não foi! Não foi...

As minhas expectativas eram super baixas em relação à isso porque beijar alguém sequer havia passado na minha cabeça. Minha mente é tão ocupada com outras coisas que eu percebi que pequenas insignificâncias podem se tornar um marco imenso na minha vida.

Eu estava deitada na cama de hóspedes recordando da textura dos seus lábios enquanto encarava o teto com um sorriso exageradamente bobo. Era de manhã bem cedo, não acho que todos estejam acordados agora, então permaneci relaxada entre os lençóis.

[Nome] Saito e Keigo-

Céus, qual é o sobrenome dele?

Ele me disse alguma vez? Mas por que isso importa agora?

Eu beijei uma pessoa que só sei o primeiro nome. Isso me parece meio... Imoral?

Bem... Pessoas da minha idade ─ ou até mais novas ─ beijam sem nem saber o nome de seus companheiros de uma noite. Então eu faço parte de uma porcentagem minúscula de pessoas que beijam sabendo apenas o primeiro nome da outra? Isto foi específico eu sei, mas eu montei esse gráfico imaginário apenas como uma desculpa pra eu evitar pensar que não sei o sobrenome de Keigo porque certamente é algo a se questionar e eu ficaria o dia inteiro pensando nisso.

É muito secreto? Ele não confia em mim? E se Keigo não for seu nome real..?

Ok eu estava indo longe demais. Você precisa confiar nele garota, se ele não te contou deve haver alguma razão... Ou simplesmente pra ele não faz diferença, não é?

Minha cabeça estava à mil e isso era ruim. Não vou deixar que minha própria mente estrague um momento bom como aquele, não permitirei. Portanto virei para o outro lado da cama e ocasionalmente escutei passos no corredor, eram lentos e suaves. Eu podia ver a silhueta por debaixo da porta, mas não soube identificar quem poderia ser.

Talvez eu devesse tirar minha bunda da cama e ir ajudar a preparar o café da manhã, assim eu vou me distrair e meu cérebro irá digerir os acontecimentos recentes naturalmente.

Sentei na beira da cama e relaxei o meu corpo após espreguiçar-me gostosamente. O piso estava gelado mas não o suficiente pra incomodar à ponto de evitar uma caminhada pelos corredores. Estava torcendo pra que a pessoa acordada seja Olívia, eu quero me aproximar mais dela porque sinto que temos muitas coisas em comum. Geralmente, não sou de querer ficar conversando muito com quem não tenho certo grau de intimidade, não que eu tenha muitas pessoas as quais eu posso contar, mas eu estava me sentindo diferente na presença dela. Eu realmente sentia que ela não me julgaria por absolutamente nada, e tendo isso em mente, talvez ela seja a única pessoa na qual eu confiaria segredos profundos.

Sinto muito Koji, embora sejamos irmãos, não acho que você me entenderia tão bem... Mas eu agradeço por você ter feito isso por mim. Fico te devendo uma.

Desci as escadas em passos macios tentando não fazer muito barulho mas minhas tentativas foram em vão, visto que ao descer o último degrau os olhos azulados de Olly batem em mim e um sorriso é desenhado no seu rosto.

✔| 𝓐 𝓦𝐇𝐎𝐋𝐄  𝓝𝐄𝐖  𝓦𝐎𝐑𝐋𝐃 ‹𝟹 hawks.Onde histórias criam vida. Descubra agora