Há dois anos que procuro um recomeço. Uma mudança que me traga felicidade, que me faça acreditar num mar de impossibilidades. E depois percebi. Fizeste-me perceber que para recomeçar é necessário dar por terminado o passado, aprender com ele e deixar que se limite ao que é: passado. Não é tarefa fácil, nem foi rápida, no meu caso. Até tu apareceres. Ainda bem que te disse "sim" naquela tarde. Ainda bem que te continuei a dizer "sim", e agora quero dizer-te "sim" para sempre. Ainda não to disse, mas aceito. Finalmente aceito. Estou pronta para ser tua. Já me entreguei a ti de outras formas, agora entrego-te o meu coração e não há espaço para preces de cuidado porque sei que não são necessárias. Somos duas metades mal recortadas da mesma unidade. Deixei de ser água contra fogo para ser quente também. Somos ambos chamas. Flamejantes, quentes, inflamámo-nos mutuamente e lavramos toda a felicidade que se revela possível (e impossível). Não tenho que lutar, só tenho que caminhar. Caminhamos lado a lado e não um contra o outro. Apagaste qualquer tipo de ressentimento em mim e encheste-me de esperança. Finalmente sei o que dizem quando falam do que está destinado. Não se é fado ou só mais um desvio dele, mas prometo-te que serei cem por cento tua enquanto estivermos juntos nesta jornada. E sei que és meu. Sei que és cem por cento. Foi num dia. Num dia, tudo mudou. Nunca pensei conseguir olhar alguém desta forma e muito menos ver a pessoa olhar igualmente de volta para mim. O azul dos meus olhos juntou-se ao bronze dos teus. E não há mais nada. Só que há tudo. Dou por mim a fitar-te perdida em pensamentos, todos eles carregados de certeza. Certeza de que o que quer que seja que saia daqui, far-me-á muito feliz; fazes-me feliz. Fazes-me rir nos piores momentos, tiras-me do sério e ainda assim não sabemos ficar zangados um com o outro... Sei que somos melhor que qualquer tipo de comédia romântica ou qualquer livro de fantasia. Deixo que leias todos os meus versos mal construídos enquanto me mostras as feridas que te deixaram. Feridas que não apago, mas cuido. Feridas das quais te esqueces quando estamos juntos, feridas que vão fechando e dando lugar a um desenho bonito feito de nós para nós. É sempre sobre nós. Perdi o medo, podes partir-me o coração e mesmo assim sei que não sentiria qualquer tipo de emoção negativa associado a ti. Aposto em ti em tudo o que sou e sei que pões a jogo tudo o que és por mim. Que além de amor este ano nos traga mais felicidade. Que seja o recomeço que tantos esperam, que seja um ano de objetivos cumpridos e necessidades com resposta. Que seja o nosso ano, que seja todo, que seja.