Sei lá

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Nunca exigi nada de ti além de respeito e honestidade. Juraste-me amor, algo muito maior. Acreditei em ti, acredita que sim. Mas, sei lá... Não está a correr como queríamos. Talvez não fosse suficiente. O honestidade não é suficiente. O respeito não é suficiente. O amor não é suficiente. Ou então nós não somos suficiente. De qualquer das maneiras, acabei por encontrar noutra pessoa o que nunca vi em ti. E nem sei o que isso é. Passei a amar a honestidade com que ele me falava e o respeito com que me ouvia. A partir daí, o conceito de "amor" deixou de estar claro para mim. Não posso amar-vos ao mesmo tempo. Não quero deixar de amar-te. Mas quando chegam duas mensagens, já não toco na tua automaticamente; quando as nossas mãos se tocam, parece que nada sinto. Quando vivemos uma tempestade, a chuva deixa de nos incomodar. Ele é a tempestade. Mas traz-me calma. A forma como lê para mim o que escreve... A forma como me olha reticente, preocupado com a minha opinião.... A forma como os nossos pés de entrelaçam por baixo da mesa de forma quase independente... A forma como tira os olhos do seu filme favorito só para sorrir na minha direção... A forma como agarra a minha mão fria com força... A forma como há amor entre nós. Amor ou outra coisa que só existe para nós e nós nem sabemos.
Só odeio nele a forma como me tira de ti. Sei lá... Talvez sejas tu a tirar-me de ti. Já não me chamas alcunhas lamechas, já não me olhas como nos primeiros tempos, beijas-me com paixão mas nunca com amor. Ele nunca me beijou. E mesmo assim senti os seus lábios nos meus de cada vez que pensei no meu futuro.

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