XVIII. O Amigo, a Assassina e o Caçador ⚔️ PARTE I⚔️

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A TABERNA PORTO DO NAVEGADOR, possuía um charme rústico tão familiar a estabelecimentos similares de toda a Chakran

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A TABERNA PORTO DO NAVEGADOR, possuía um charme rústico tão familiar a estabelecimentos similares de toda a Chakran. Suas paredes de pedra, seu balcão de madeira e as garrafas expostas na parede, davam um ar de normalidade ao local mais visitado na Ilha de Khan. Até mesmo as histórias de bravura contadas por seus menestréis eram significativamente semelhantes a outras.

Esse charme de familiaridade foi o que atraiu Handriak, ainda que não soubesse, antes mesmo que tivesse a idade adequada para degustar a famosa cerveja dos Adálio ― essa sim, encontrada apenas na ilha de Khan―, sentia-se em casa como nunca se sentiu no castelo, em que seu tio abrigou alguns dos Khan que aceitaram se mudar de Overghan.

Semanas se passaram desde sua luta na praia, todavia ele passava todos os dias sentado naquela mesa bebendo até o entardecer e quando a taberna começava a receber seus convidados noturnos, ele se retirava para o penhasco e deitava por lá até o amanhecer.

Naquela manhã, em específico, degustava em uma enorme caneca sua cerveja enquanto bolava alguma forma de desobedecer a Aaron Khan e deixar a ilha pelo porto, sem ter que passar pelo local ao qual seu tio lhe ordenara, Handriak não tinha intenção de pedir favor àquela pessoa ainda que a ordem viesse de Aaron.

Enquanto estava imerso em seus pensamentos notou a caneca flutuar bem a sua frente e suavemente despejar a cerveja em sua cabeça.

― Theodore! ― Exclamou Han.

Uma risada ecoou da porta do estabelecimento e outra do lado oposto do balcão, onde a balconista, Eliah, tentava conter seu divertimento com a peripécia de Theodore para com Han.

― Theodore, eu juro pelos Deuses que vou matar você! ― Dizia Han tentando se secar.

― Se meu pai não te matar primeiro! ― O garoto lhe entregou um sorriso. ―Eu não acredito que você ainda não foi a biblioteca.

Han passou a mão no rosto como desaprovação.

― Eu não quero ver aquela garota. Quando éramos crianças ela me chamava de Filho dos Deuses... ela é arrogante e insuportável.

― Mas isso faz anos, Han! Estou sempre na torre da biblioteca, a Lauretti é esperta, divertida e sempre me empresta bons livros.

― Então o problema era comigo, isso é muito pior! Imagina o quanto ela vai me humilhar se eu for até lá implorando favores. É a bibliotecária mais chata de Chakran.

Theodore balançou a cabeça negativamente.

― Ela não é bibliotecária, é que desde que voltou a ilha foi o único lugar que ela se sentiu bem, e o meu pai autorizou que ela cuidasse de lá.

―Mais estranho ainda! Por que alguém voltaria pra cá?

― Penso que sei o motivo ― interrompeu Eliah do outro lado do balcão.

TRÍADE - Filhos dos DeusesOnde histórias criam vida. Descubra agora