XV. A Serva e o Estrangeiro ⚔️ PARTE VI ⚔️

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As pálpebras se moviam com lentidão, piscava em sintonia com o crepitar da fogueira que dançava a sua frente

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As pálpebras se moviam com lentidão, piscava em sintonia com o crepitar da fogueira que dançava a sua frente. Percebeu que estava envolta de alguns cobertores, mas por baixo do agasalho improvisado ela ainda estava nua.

― O...o que aconteceu? ― Disse a serva ao levar as mãos até o rosto.

Finalmente ela percebeu o estrangeiro, estava sentado na cadeira, bem ao seu lado. Segurava uma de suas tigelas com o ensopado, preparado mais cedo pela própria.

Por quanto tempo eu dormi? O que era aquilo no meu corpo? Por que estou sentido um ardor de uma queimadura? Questionava-se a mulher, que ainda não entendia o que acontecera naquela casa.

― Coma isso ― O homem esticou a tigela.

Ela pegou relutante, tinha tantas perguntas que não sabia por onde começar. Optou pelo único questionamento que ela mesmo poderia responder, levou a mão até as costas, onde a faca do estrangeiro a perfurou e sentiu uma cicatriz de cauterização.

― Tive que cauterizar, vai evitar a perda de sangue e também o surgimento de infecções. A última parte, vai depender mais de você do que da cauterização...

― O que era aquilo? ― Questionou a serva.

O homem fez um sinal com a mão para que ela se alimentasse, Sonellines olhou a comida e com a colher que estava sobre a tigela começou a comer as batatas. O alimento descia com dificuldade, estava com o estômago muito embrulhado o que dificultava a digestão.

― Aquilo era um parasita...

― Parasita? Como as bruxas de Chakran? ― Perguntou atônita.

― Não, não desse tipo. É algo mais específico do pântano, ele se alimenta do seu poder psíquico. Ele estava enfraquecendo seu corpo para depois devorar seu cérebro.

Poder psíquico? Como posso ter algo assim? Nunca tive nenhum sinal de algo semelhante em toda minha vida, questionava-se.

― Julgo que o senhor está enganado. Eu nunca tive poder algum...

O caçador olhou fixamente nos olhos da mulher e entregou um sorriso contido, o primeiro do homem desde que chegara àquelas terras.

― Parasitas assim só invadem os corpos dos filhos de Shinu. Fui atacado no pântano e eles queriam me devorar, mas nenhum possuiu meu corpo. O fato de sobreviver dias com essa coisa no seu corpo prova que você tem um imenso talento adormecido.

― Eu nunca...

A mulher observou as mãos que tremiam, possivelmente ainda estava com uma febre, contudo seu corpo estava muito melhor. Não tinha nenhum sinal daquela tosse ou de uma fragilidade absurda que o parasita impôs ao seu corpo.

― Esse parasita foi a maior dádiva que os Deuses poderiam lhe oferecer.

O semblante da serva mudou, a afirmação do homem a enfureceu. Ela largou a tigela no chão e fitou com raiva os olhos do caçador.

TRÍADE - Filhos dos DeusesOnde histórias criam vida. Descubra agora