IX.Ponto Zero {2}

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Os festejos avançavam pela madrugada, com a lua a iluminar os céus e as estrelas como testemunhas, aqueles soldados bebiam e cantavam suas glórias

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Os festejos avançavam pela madrugada, com a lua a iluminar os céus e as estrelas como testemunhas, aqueles soldados bebiam e cantavam suas glórias. Quem poderia culpá-los por não dormir antes da batalha mais importante de suas vidas, nem mesmo a General poderia exigir algo deles, afinal, depois de décadas de sofrimento a vitória os aguardava.

Aaron Khan vagava pelos grupos, divididos por fogueiras. Com seu semblante amigável ele espalhava sua confiança e animava as tropas. Além dos soldados a enorme comitiva dos Homens Livres contava com pessoas comuns que se ocupavam de manter a tropa bem abastecida e entretida nos momentos de descanso, cozinheiros, menestréis e outras pessoas que não empunhavam espadas, mas de alguma forma queriam participar.

Atravessou uma roda com um grande número de pessoas e aproximou-se de Abidalha, o braço direito das tropas de frente que eram comandadas diretamente por Astrid. Pegou o cantil, abastecido com vinho, e deu um gole, enquanto se ajeitava no pedaço de madeira que servia de banco.

― Onde está minha irmã? Pensei que estava bebendo com a tropa.

―Você sabe onde ela está ― disse Abidalha de forma seca.

Ele observou bem o semblante preocupado do homem junto a fogueira, deduziu algo bem assertivo, e então perguntou:

― Ela está na tenda, com aquele rapaz? ― Abidalha não disse nada, seu silêncio era a resposta. ― Entendo. O que a Primeira Unidade acha disso?

Abidalha deu um riso sem graça.

― Nós entendemos que ela precisa aplacar o luto de alguma forma... Quero dizer, todos temos alguma necessidade...

― Mas...

― ... Talvez as outras unidades não entendam da mesma forma. Se ela fosse um homem ninguém se importaria com quem o general dorme, contudo, o fato de ser uma viúva pode causar uma revolta entre os comandados que não a conhecem como nós.

Aaron Khan balançou a cabeça, enquanto absorvia as palavras do homem de confiança.

― Acho que preciso ter uma conversa franca com minha irmã. Obrigado Abidalha, você é um bom soldado, ela tem sorte de ter você.

Aaron esticou o pescoço para observar a tenda de Astrid, não demorou muito para que notasse um jovem sair em passos discretos do local. Era o aprendiz de ferreiro, Carmelo, um rapaz com pouco mais de 19 ciclos de vida. Timidamente o jovem tentava deixar o local sem ser notado, um dos soldados de confiança de Astrid vigiava a porta do aposento improvisado para que os amantes não fossem incomodados.

Após o rapaz, a general deixou a tenda, além de suas roupas casuais a mulher estava envolta de uma capa feita de um urso que teve a infelicidade de cruzar seu caminho. Tocou o ombro do vigia e o agradeceu. O olhar de Astrid encontrou o irmão sentado em frente a fogueira de sua unidade.

Aaron fez um sinal para que ela se aproximasse de onde ele e Abidalha bebiam sozinhos.

Quando ela se aproximou, a general e seu subordinado trocaram um olhar firme, o guerreiro tentava esconder qualquer julgamento e limitou-se a balançar a cabeça positivamente.

TRÍADE - Filhos dos DeusesOnde histórias criam vida. Descubra agora