XXXII. Sangue na Floresta ⚔️PARTE VI⚔️

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O corpo exausto de Garuda começava a dar traços de que poderia falhar a qualquer momento, sua técnica de concentração foi levada ao limite e uma resolução rápida daquele conflito se fazia necessária

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O corpo exausto de Garuda começava a dar traços de que poderia falhar a qualquer momento, sua técnica de concentração foi levada ao limite e uma resolução rápida daquele conflito se fazia necessária.

Golpeava o rosto daquele jovem com toda a força que sobrara em seu punho, o rosto se deformava e o sangue escorria e pulava a cada vez que ele o castigara com seus ataques.

― Eu me enganei, você não é a torre. No máximo é um peão muito irritante. ― Sentenciou antes de dar o derradeiro golpe.

Finalmente o jovem parou de se debater e desmaiou.

Agora só restava dar a Aaron Khan um motivo para persegui-lo até os confins de Chakran, precisava matar o único herdeiro do governante daquela ilha e escapar para o mar o mais rápido possível antes que seu corpo sucumbisse a fadiga extrema.

Com dificuldade cambaleou ao se levantar, arrastou-se na direção do garoto com passos lentos e pegou um pedaço da lâmina quebrada que estava no chão, restos de sua preciosa espada. Segurou o objeto ainda afiado e um filete de sangue escorreu por seus dedos infligindo uma dor moderada que na situação em que estava até o ajudou a despertar um pouco do sono causado por seu estado.

Na frente da criança amarrada junto a árvore, ele removeu o capuz que encobrira seu rosto causando um susto no menino que obviamente estava acordado.

― Han! Han! Socorro!― Clamava o menino diante do perigo iminente

― Ele está desacordado, não pode fazer nada.

― Lauretti! Lauretti!

Garuda balançou a cabeça na direção em que a mulher estava, além da distância considerável ela ainda estava presa entre a espada e o tronco de árvore. Ferozmente ela se debatia para se soltar, mas era improvável que conseguisse se soltar sozinha e muito menos que chegasse ao local onde estavam em condições de salvá-lo.

― Sinto muito, garoto. Ninguém pode ajudá-lo agora, você pode tentar usar os ensinamentos de sua deusa e arremessar algo na minha direção, mas nós dois sabemos que será inútil.

― Garuda, por favor... não faça isso.

Theodore não conteve as lágrimas diante do perigo, isso surpreendeu o caçador. Tantos assassinatos, tantas feras mortas, mas nunca fora obrigado a matar uma criança e tal atitude poderia encerrar de vez seu único elo de humanidade, aquilo apagaria a última centelha do que representou outrora um homem honrado, ou pelo menos assim ele se considerou por algum tempo.

O garoto insistiu:

― Eu sei que você não é assim, já escutei as histórias sobre tudo que você fez. Você só mata os Filhos dos Deuses que ameaçam as pessoas, em todas as histórias você parece frio e insensível, mas sempre salva alguém, derrota tiranos e liberta pessoas indefesas...

Garuda fechou os olhos.

Uma lágrima solitária rolou por seu olho direito, o caçador sentiu a angústia do que estava prestes a fazer.

TRÍADE - Filhos dos DeusesOnde histórias criam vida. Descubra agora