XXXI. Sangue na Floresta ⚔️PARTE V⚔️

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Estavam de frente um para o outro, o semblante cansado de ambos não era semelhante

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Estavam de frente um para o outro, o semblante cansado de ambos não era semelhante. O corpo de Handriak parecia bem, mas seus braços começavam a tremer diante do peso de Aoria'ki, nem sua força era suficiente para desferir tantos ataques e a cada movimento realizado a lâmina parecia ficar mais pesada. A exaustão de seu oponente estava demonstrada de forma mais clara: sempre ofegante, com ferimentos pelo corpo e aqueles olhos fundos, era impossível compreender como ele se mantinha de pé.

Seriam as lendas verdadeiras? Seria aquele espadachim tão formidável ao ponto de ser imparável ou aquilo era algum tipo de truque? Entre os inúmeros contadores de histórias e menestréis que aportavam na ilha as melhores histórias partiam de um velho amigo que não gostava muito de conversar, Abidalha.

O Ahmedário não era de falar, mas quando resolvia contar uma história era preciso em balancear o impossível e o concreto. Em uma das histórias que Han tivera a sorte de escutar dele, uma destacava servos de Shimaro que eram tão conectados com o espírito que podiam ficar dias meditando, sentados em uma pedra sem comer, beber ou dormir. Pessoas tão incríveis que podiam se desvincular do frio, do calor ou da dor, para elas o corpo era apenas uma casca que abrigava algo maior e quando necessário podiam levar essa casca a feitos impossíveis.

Seus pensamentos foram cortados pelo caçador:

― Qual é o grande plano, Handriak Khan? Me atacar ou fugir?

― É um meio-termo entre os dois. ― Respondeu o jovem com um sorriso amarelo.

Han colocou a lâmina apoiada em seu ombro e correu o mais rápido que pôde. Instantaneamente seu inimigo entendeu que o objetivo dele era ir para perto de Theodore, no entanto, não partiu em velocidade em sua busca e se limitou a caminhar na direção do acampamento, onde o garoto estava amarrado e encapuzado junto a uma árvore.

Quando se aproximava de seu destino e estava próximo de seu primo, sentiu o ar deslocar e precisou efetuar uma esquiva para não ser cortado pelo caçador. A incrível velocidade com que alcançara Han entrou em contraste com o ataque lento que pôde ser esquivado mesmo por um adversário de costas.

Finalmente sentiu alguma alteração no caçador: ele estava mais lento. Vencer não poderia ser o principal objetivo, todavia salvar Theodore se mostrava uma alternativa viável, se o primo acordasse de alguma forma encontraria um jeito de cortar a corda e o garoto poderia correr.

Garuda não o alcançaria em seu atual estado, e ele precisava se certificar disso, o cansando ainda mais ou fazendo com que o veneno tivesse um tempo adequado para agir.

E como por um milagre, ao pensar no veneno que estava correndo nas veias de seu inimigo o efeito paralisante finalmente aconteceu. Logo o, aparentemente, invencível homem que estava à sua frente se tornara alguém humano, não tanto quanto qualquer outra pessoa, mas ainda assim de carne e osso.

A perna direita e o braço direito de Garuda perderam a força e ele quase foi de encontro ao chão, apoiou-se na espada para se manter de pé. Ainda que estivesse estupefato por aquela surpresa dos Deuses, que lhe conferia alguma vantagem, ele não poderia perder aquela brecha. 

TRÍADE - Filhos dos DeusesOnde histórias criam vida. Descubra agora