XIII. A Serva e o Estrangeiro ⚔️ PARTE IV ⚔️

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Dom Paraton, seus homens e o estrangeiro, chegaram até a pequena fazenda onde a fumaça da leitoa tomava o ambiente, ainda que aberto, com um delicioso aroma do assado, cuidadosamente preparado e tão raro para a família que residia naquelas terras

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Dom Paraton, seus homens e o estrangeiro, chegaram até a pequena fazenda onde a fumaça da leitoa tomava o ambiente, ainda que aberto, com um delicioso aroma do assado, cuidadosamente preparado e tão raro para a família que residia naquelas terras.

― Nada mal! Nada mal! ― Exclamou Dom Paraton. ― O cheiro está delicioso, mulher! Você viu isso, Garuda? Aposto que há muito tempo não come um banquete como o que estão preparando para você! É como eu disse, essa gente é simples, mas muito hospitaleira!

O estrangeiro não disse nada, manteve o semblante sisudo e limitou-se a fitar a família com olhos inexpressivos.

Próximo a eles Sonellines tentava ser agradável, além de manter a irmã longe dos olhos de seu senhor. A pedido da mais velha, Padika ficou distante auxiliando o pai nos preparos da refeição que seria servida apenas com o cair da noite.

― Seja bem-vindo, meu senhor! Seja bem-vindo, viajante! Será uma honra servi-lo em nossa morada ― disse Sonellines, ao utilizar o modo educado de falar que herdou de sua mãe.

Como o estrangeiro não retribuiu a educação da serva, Dom Paraton resolveu falar:

― Tenho certeza que meu convidado vai ficar satisfeito com a melhor estadia de sua vida. Disse ao caçador aqui, o quanto estas terras são abençoadas e bem cuidadas por vocês.

Bem cuidadas? Você vive ameaçando tomar este bocado de terra morta de nossas mãos! Seu desgraçado sujo e nojento! Pensou a serva, mas conteve a vontade de explodir sua ira e dor, e em seu lugar entregou o sorriso mais fingido que já realizou em sua vida, e então agradeceu:

― Eu agradeço o reconhecimento, meu senhor.

― Sim, eu sei... ― os olhos de Dom Paraton começaram a percorrer o terreno na direção de Padika e Lano ― E como está sua jovem irmã? Vejo que ela continua...

Percebendo as intenções, possivelmente grotescas, de seu senhor, Sonellines resolveu intervir:

― Ela está muito ocupada. Como seu convidado só foi anunciado hoje e preparar um leitão é um trabalho tão árduo, me foi necessário pedir que ela auxiliasse nosso pai.

― Eu entendo...― lamentou o homem. ― Seja como for, cuidem bem do meu convidado.

A serva observou o estrangeiro e com seus traquejos simples e educados, ela disse:

― Meu nobre viajante, tudo que precisar será providenciado e...

― Poço ― interrompeu o estrangeiro ao se manifestar pela primeira vez.

Sem entender muito bem, Sonellines teve que questioná-lo:

― O senhor tem sede? Necessita de água?

O estrangeiro suspirou.

― Não. Preciso me lavar ― disse ao apontar para o amontoado de pedras sobrepostas que formava a fonte de água mais próxima na fazenda.

TRÍADE - Filhos dos DeusesOnde histórias criam vida. Descubra agora