XXVIII. Sangue na Floresta ⚔️PARTE II⚔️

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O percurso sinuoso da velha estrada de terra poderia facilmente ser encurtado por Handriak, mas o jovem limitou-se a seguir o estrito caminho especificado por anos de erosão e trabalho dos construtores daquela ilha

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O percurso sinuoso da velha estrada de terra poderia facilmente ser encurtado por Handriak, mas o jovem limitou-se a seguir o estrito caminho especificado por anos de erosão e trabalho dos construtores daquela ilha. Enquanto corria em zigue-zague, procurava a lâmina dos ancestrais de Nassor, aparentemente quando Garuda os deteve haviam percorrido uma grande distância.

A fúria em seus olhos carregados era causada pelo medo de perder o amigo e o primo, ambos nas mãos de um homem que a própria fama precedia suas façanhas. Poderia sozinho derrotá-lo? Não interessava saber, movido por um impulso tudo que Han queria era se armar com Aoria'ki e correr até a clareira para combater aquele homem aparentemente sem escrúpulos.

O pôr do sol estava cada vez mais próximo e sua busca parecia não ter resultados até que finalmente avistou a espada largada em um monte de terra esparsada, possivelmente por um duelo que ocorrera naquele espaço definido pela trilha que levava à cidade.

Han se posicionou na frente de Aoria'ki, notou o sangue no lugar, a conclusão mais lógica levava a pensar que pertencia a Nassor. A lâmina reluzia com o feixe de luz alaranjado do horizonte, o cabo da espada tinha a proporção de três a quatro punhos fechados e a esfera em sua outra ponta emanava a cor escarlate como a mais bela das joias de Chakran.

― Tudo bem, arma. Eu não sou o Nassor, e muito menos um Waluntun, mas precisarei da sua ajuda para vingar o que aquele desgraçado fez com meu amigo. Posso contar com você?

Por alguns instantes Han fitou a espada no chão como alguém que aguarda uma resposta, obviamente a arma não respondeu, todavia o jovem sentiu dever respeito àquele instrumento de guerra que já passou por pessoas lendárias.

― Muito bem!

Ele arqueou e ergueu a arma pelo cabo, embora a força de Brahcma corresse por seu corpo, até mesmo ele precisou das duas mãos e um certo esforço para erguer aquilo. Era notável pensar o tipo de treinamento que alguém sem tais talentos de nascimento como Nassor deveria ter se submetido para carregar a espada e ainda usar em uma batalha.

Ficou triste ao lembrar do braço decepado do amigo, mesmo que Nassor sobrevivesse como ele poderia usar uma arma daquelas sem um dos braços? Nem mesmo Han poderia manipular aquilo com apenas uma das mãos.

Sua autocontemplação mental foi rompida por uma voz de alguém que estava bem à sua frente:

― O que você pensa que fará com isso?

― Lauretti? Como chegou aqui tão rápido?

― Primeiro: você não é tão rápido, segundo: cortei caminho e terceiro, você ficou parado algum tempo conversando com esse objeto inanimado.

Handriak ignorou a provocação, virou-se na direção da floresta e começou a andar com a lâmina pendurada no ombro direito. Lauretti deu a volta e se colocou na frente dele.

― Você acha mesmo que pode derrotar aquele sujeito sozinho? Enlouqueceu de vez? Você nem sabe usar essa espada, ele fatiará você em pedaços pequenos.

TRÍADE - Filhos dos DeusesOnde histórias criam vida. Descubra agora