Capítulo 52 - Armadura Negra

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Invoquei os 5 shamans e o Cerberus. O cão de 3 cabeças saiu do portal rosnando. O gorila encouraçado pulou sobre suas costas e juntos avançaram pela direita da Armadura Negra. Enquanto isso, os goblins shaman reforçaram o maior número possível de golens porco-espinho.

Os alinhei em grupos de 5 e mandei atacarem. As brilhantes estacas de cobre voaram pela caverna até chegar à armadura. As primeiras 7 bateram no seu corpo. O corpo do monstro recuava pouco. O sistema me mostrou pequenos valores de -3 a -8 de dano com cada estaca.

"Vamos pessoal, não parem!"

Depois de ser acertado pela decima segunda estaca, os olhos da armadura brilharam intensamente. Sua espada se moveu na sua frente com tanta velocidade que a perdi de vista. As estacas chegavam e eram cortadas pela armadura. Fiz os pequenos grupos se espalharem num meio círculo para continuar o ataque.

"Cerberus, bola de fogo. Gorila, impacto!"

As 3 cabeças do Cerberus criaram bolas de fogo, que se combinaram em uma. Ela foi disparada como uma bala na direção do monstro. Ao mesmo tempo, o gorila encouraçado pulou das suas costas.

A armadura recebeu o ataque de fogo. A bola explodiu no seu corpo e as chamas se alastraram de lado. Ela ficou imóvel, como se não tivesse sofrido dano algum, mas vi pelo sistema -20 de vida. Então, sabia que a bola de fogo teve algum efeito.

O gorila já estava encima da armadura com ambos punhos fechados sobre sua cabeça pronto para dar o seu ataque de impacto. A armadura se virou olhando para ele. Sua espada se acendeu em chamas. Ele a elevou do chão para o céu num movimento rápido e fluido.

"Nada bom!"

Antes que pudesse fazer alguma coisa, a espada atingiu o gorila e o cortou em dois da cintura até o ombro. Quase tive um ataque do coração, mas vi que o gorila ainda estava vivo. Ele é um golem afinal, não morreria tão facilmente.

Não mandei a armadura golem nem o pangolim para lutar, porque os dois servem como minha última linha de defesa. Além disso, duvido que façam alguma diferença. A armadura golem é forte, mas sua habilidade com a espada e força são muito menores do que as do inimigo. O pangolim é mais lento que a armadura e seu corpo enorme seria um alvo fácil. Aquele ataque flamejante o cortaria assim que se aproximasse.

Os canhões terminaram de preparar novas munições. Os shamans reforçaram as balas e assim começamos uma nova rodada de ataques. As balas atravessaram a caverna ainda mais rápido. A primeira a chegar bateu no meio da Armadura Negra. Seu corpo saiu do chão e foi projetado até bater na parede atrás dele. Rachaduras na forma de teias de aranha se formaram atrás da armadura e ela afundou um pouco.

"Isso! Ataques assim funcionarão."

3 dos próximos projéteis atingiram a armadura. Um no ombro direito, outo na barriga e o último na perna. Como a Armadura Negra foi lançada para mais longe, a última munição bateu na terra e errou o alvo.

Mandei o Cerberus morder a armadura. Uma das cabeças mordeu um braço, outra a cabeça e a última a espada. A Armadura Negra não se mexeu novamente, mas reagiu 2 segundos depois.

Isso foi tempo o suficiente para que o Cerberus lançasse sua arma para longe. Fiz com que um grupo de 5 porcos-espinhos a coletasse para trazê-la de volta.

"Hum, essa armadura deve possuir alguma restrição nos seus movimentos. Sempre que ataco, ela demora alguns segundos para reagir."

O status também mostrava que a amadura estava "debilitada".

Um porco-espinho se aproximou de mim e ficou de pé nas pernas traseiras com a espada na boca. Um chiado e uma fumaça cinza saia da boca do porco-espinho.

Segurei a katana pelo cabo ao ver que o golem estava se queimando com a lâmina. O cabo estava morno, mas a temperatura estava aumentando como se a arma me rejeitasse. Não perdi tempo e o guardei no inventário.

"O que foi isso? É como se estivesse viva."

A Armadura negra pegou o Cerberus com uma mão e o jogou para longe. O cão voou mais de 15 metros até bater numa pilastra de pedra.

"Ahhh, é melhor eu ficar sério agora."

Estiquei minha mão, ela entrou no inventário e de lá tirei a poção de mana. Desta vez vou ficar com ela na mão. Dei um gole e invoquei meus 8 cães infernais. Os cães saíram dos portais violetas e grunhiram na direção do inimigo. Apontei para a armadura e disse:

"Vão cães, arranquem cada pedaço dessa armadura."

Minhas invocações atravessaram o campo de batalha. A 5 metros da Armadura Negra, atiraram bolas de fogo. Todas acertaram o inimigo, mas vi com o status que o dano era pequeno. Valores de -2 e -3 apareciam.

Parece que ele tem uma boa resistência contra fogo.

A armadura se mexeu. Ela praticamente desapareceu da minha visão e apareceu na frente do primeiro cão infernal. Comecei a pensar que essa era a técnica que Samanta usou quando pensei que ela estava se teleportando. Na realidade, nem era uma técnica e sim que o movimento deles era rápido demais para acompanhar com os olhos.

A armadura socou o cão infernal e ele praticamente explodiu em uma nuvem de sangue. Sua cabeça afundou e sangue jorrou pela área. Rapidamente, seu corpo se tornou uma luz e voltou para mim.

Os dois cães mais próximos atacaram a armadura, mas ela cortou suas cabeças com o lado da palma da sua mão como se fosse uma espada.

"De que serve tirar a espada dele se ainda consegue cortar tudo do mesmo jeito! Se afastem!"

Os cães obedeceram e pularam para os lados. Os golens porco-espinho atiraram novamente. Ao mesmo tempo, os goblins shaman reforçaram os canhões que novamente atiraram. A Armadura recebeu os golpes e tentou resistir os primeiros. O quarto conseguiu bater na sua cabeça e o fez virar um mortal para trás até cair com o peito contra o chão.

O sistema indicava que a vida da armadura estava em 210/450. Mandei os cães lançarem bolas de fogo e depois mordê-lo. Eles rodearam o inimigo caído e as bolas de fogo explodiram uma atrás da outra. Depois disso, morderam onde podiam. Braços, pernas e até na cabeça, todos os lugares foram mordidos e as invocações puxavam tentando arrancar pedaços.

A Armadura Negra deve ser feita de algum metal poderoso, porque o sistema mostrava valores de -1 de tempos em tempos. Pelo menos a força de 4,5 dos cães infernais surtiu algum efeito no inimigo.

Agora consegui entender que realmente tinha algo de errado com essa armadura. As vezes ela atacava e as vezes ficava parada como se não tivesse mais vida. De repente ela começou a se mexer novamente e os cães infernais começaram a ser puxados.

"Resistam! Não soltem ainda!"

Queria que os cães tirassem o máximo de vida possível antes de morrer. Não tenho dúvidas que esse inimigo acabará com eles assim que se soltar. E justamente, depois de alguns segundos a armadura soltou um dos seus braços e segurou o focinho do cão infernal. A invocação voltou de imediato.

Ele já estava estendendo sua mão para pegar o que mordia sua cabeça quando o Cerberus apareceu e mordeu o seu corpo com suas 3 cabeças. A diferença de força foi clara com os valores de vida que a armadura estava perdendo.

Juntos, os cães conseguiram manter a armadura quieta. Até que ela soltou sua outra mão repetindo o acontecido com o último cão infernal.

"Chamas, pessoal!"

Os cães ouviram o meu comando e suas bocas se encheram de fogo. Atirar dessa distância não era tão eficiente, mas o dano era garantido. O fogo se alastrou pela armadura e até entrou dentro dela. Por um momento, perdi de vista o inimigo e os cães infernais com o brilho dos ataques.

No momento seguinte, vi a armadura na minha frente com a mão estendida.

Ah, parece que ele percebeu que sou o chefe do grupo. Será que é o meu fim?

Invocação Golem: Crônicas do mago que abalou o mundoOnde histórias criam vida. Descubra agora